indivíduos
passem
a
ter
um
diploma
ao
término
de
seu
período
de
preceptoria
fornecido peloMinistério da Educação. Além
disso,
esse
período
passaria
a
contar
créditos
para
pós-graduação
e
até
mesmo
para
concurso público. Seria uma
recompensa por
sua dedicação à residênciamédica.
Lopes
- No Sudeste, não há carência de vagas
nem
de
especialidades.
Verificamos
deficiências
no
Norte
e
Nordeste,
onde
comprovadamente
faltam
especialistas
em
terapia
intensiva
infantil,
psiquiatria,
pediatria,
oftalmologia
e
respectivos
programas.
Para
minimizar
esse
problema,
criamos
o
intercâmbio
interinstitucional, no
qual a
residência poderá
ser
feita nos grandes
centros
com
bolsa
do
seu
local
de
origem.
Depois,
então,
o
indivíduo
retorna
à
sua
região
e
cria
a
residência
na
especialidade,
visando
ofertar
assistência
de
melhor
qualidade
à
população.
No
ano
passado,
o
Ministério
da
Saúde
ofereceu
200
bolsas
de
residência
médica
em
saúde
da
família
e
comunidade
para
as
regiões
Norte
e
Nordeste. Aconteceu
a ocupação
em
apenas
20% delas, o que mostra desinteresse por essa
área.
Não
se
pode
criar
residência
médica
para
resolver
o
problema
de
saúde
local.
Somos
favoráveis
à
criação
um
plano
de
carreira
dentro
do
sistema
de
saúde
com
unidades
bem
estruturadas,
médico
bem
remunerado
suprindo
assistência
à
comunidade. Entendo que
sobre esse assunto
só
pode
opinar
quem
exerce
a medicina
no
dia-a-dia, quem está na
linha de
frente, quem
caminha
pelo
Brasil
fazendo
conferências,
participando de bancas
examinadoras, quem
interage
com
tudo
isso. Assim,
só
o médico
pode
falar
de
medicina,
de
especialidade
médica.
Pessoas
que
enxergam
a
medicina
pela
janela
dos
seus
gabinetes
não
têm
condições de opinar sobre
isso.
Lopes
- Hoje
existe
uma
excelente
parceria
entre o Ministério da Saúde e o da Educação.
É
preciso
apenas
que
sejam
respeitadas
as
competências
de
cada
um.
Isso
é
extremamente
importante
para
melhorar
o
atendimento médico
do
país
e
os
programas
Quais
são
as
especialidades
em
que
há mais
dificuldades?
A CNRM,
como
órgão
do MEC,
e
o
Ministério
da Saúde
trabalham
de
forma
integrada?
Entrevista
-
Antônio Carlos
Lopes
Setembro
| Outubro
2007
Jornal
da
3
de
residência. É educação a
serviço da
saúde,
slogan do qual não abro mão, porém é preciso
respeitar
as
devidas
competências
de
cada
um.
Lopes
-
Essa
é
uma
parceria muito
grande
que
estabelecemos
com
as
Sociedades
de
Especialidade e com Academia
também, pois
sabemos
da
importância
de
trabalharmos
juntos.
Essas
entidades
trazem
uma
grande
contribuição
para
residência médica
e
hoje
trabalhamos em plena harmonia, de tal
forma
que
nenhum
programa
de
residência
é
vistoriado
sem
a
participação
das
Especialidades. Outro
aspecto
importante
é
que
estamos
caminhando
para
uma
situação
em
que
não
exista
residência
médica
reconhecida
por
uma
Sociedade
de
Especialidade
e
não
pela
CNRM,
ou
uma
reconhecida
por
nós
e
não
pelas
Sociedades
de Especialidade.
Lopes
-
Para
isso
as
Sociedades
de
Especialidade deverão atuar em
sintonia com
a
CNRM,
não
só
nas
vistorias,
mas
no
reconhecimento dos programas de
residência
médica.
Dentro
de
um
curto
espaço
de
tempo,
só
teremos
um
tipo
de
residência
médica, aquela
reconhecida pelo MEC e com
o
apoio
e
participação
das
Sociedades
de
Especialidade.
Esse
eixo
estratégico
passa
pelo
fim
de
cursos
de
especialização
que,
em
última
análise,
confrontam
com
a
residência
médica
e
acabam
produzindo
diplomas
utilizados
como
trabalho
escravo,
uma
vez
que
esses
indivíduos
trabalham
e
nada
recebem,
sendo
a
verdadeira
mão-de-obra
barata.
Lopes
-
Hoje,
infelizmente
as
residências
médicas
estão
cobrindo
as
deficiências
da
graduação,
o
que
é
viés
muito
sério.
Isso
ocorre por
sua própria
característica, que
é o
Como
anda
a
proposta
do MEC
para
o
envolvimento
das Sociedades
de
Especialidade
no
sistema
de
avaliação
dos
programas
de
residência médica
como
um
todo,
e
não
apenas
nas
vistorias?
Como
está
a
questão
da
unificação
dos
títulos
de
especialista?
O
despreparo
de
recém-formados,
em
virtude
da
ineficiência
de
algumas
escolas médicas,
tem
influído
na
especialização?
aprendizado
em
serviço
com
supervisão. O
objetivo
da
residência,
no
entanto,
é muito
mais nobre do que cobrir
falhas da graduação
por
escolas
extremamente
incompetentes,
que não deveriamexistir.
Lopes
- A única
residência multiprofissional
de
fato é a
residência médica. E por que ela é
multiprofissional? Porque o médico
residente
trabalha
interagindo
com
setores
como
fisioterapia,
nutrição,
farmácia
e
assim
por
diante.
Interage
com
as
outras
áreas,
respeitando
as
características
de
cada
uma,
dentro do
seu conteúdo programático, da
sua
metodologia
de
ensino.
Multiprofissional
significa
trabalhar
em
conjunto,
respeitando
as
individualidades,
respeitando
a
formação
vertical,
que
é
fundamental
dentro
de
cada
uma
das
especialidades.
Sou
favorável
à
residência
em nutrição,
em
enfermagem,
em
odontologia,
em
farmácia,
mas
cada
uma
dentro
de
seus
princípios.
Felizmente,
o
médico
está
fora
dessas
residências
consideradas
multiprofissionais.
Foi
uma
grande
conquista
da
classe médica manter
a
residência
médica
dentro
da
sua
característica
própria,
mas
agora
necessita
passar por umprocesso de atualização.
Lopes
- Acho-a
totalmente dispensável. Se a
medicina
do
Brasil
hoje
se
equivale
à
medicina
dos
países
de
primeiro
mundo
é
graças
à
residência
médica.
Se
a
pós-
graduação
hoje
é
de
ponta,
é
graças
à
residência médica
que
dá
base
para
o
pós-
graduando.
Sou
sempre
favorável
que
em
qualquer
assunto
relativo
à
residência
médica,
as
especialidades
estejam
representadas,
assim
como
a
Associação
Médica
Brasileira,
o
Conselho
Federal
de
Medicina
e
a
Federação
Nacional
dos
Médicos.
Isso
é
tão
verdade
que
para
a
comissão criada pelo Ministério da Educação
para
estabelecer
critérios
de
avaliação
de
abertura
de
escolas
médicas,
o
governo
convocou
a
AMB
e
o
CFM.
Se
foram
convocadas
para
esse
fim,
por
que
não
para
subsidiar a residênciamédica?
O
que
pensa
sobre
a
criação
da
residência multiprofissional
em
saúde?
E
a
criação
da Câmara
Interministerial
sobre
residência
médica? Qual
a
sua
posição
quanto
à
exclusão
das
entidades médicas?