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JAMB

SETEMBRO/OUTUBRO DE 2003

4

segunda etapa do Fórum

de Saúde Suplementar,

realizada nos dias 9 e 10

de setembro, em Brasília, cujo

objetivo principal era debater o

setor privado de saúde, acabou

sendo destinada à avaliação do

impacto da decisão do Supremo

Tribunal Federal (STF) em rela-

ção aos planos de saúde antigos,

ou seja, contratados até janeiro de

1999, antes da entrada em vigor

da Lei 9.656/98, a Lei dos Planos

de Saúde, bem como à análise

das propostas da ANS (Agência

Nacional de Saúde Suplementar)

para a superação do problema.

Uma das propostas da ANS foi

a criação de um Plano Especial de

Adesão a Contrato Adaptado, o

qual facilitaria a migração dos

consumidores de planos antigos

para contratos regulados pela Lei

9.656/98, em cada operadora,

reduzindo os custos individuais da

ampliação da cobertura assisten-

cial à saúde. O oferecimento do

Plano Especial pela operadora

deverá ser coletivo, mas cada

consumidor decidirá, individual-

mente, pela adaptação ou não de

seu contrato antigo. Além disso,

em depoimento à Comissão Parla-

mentar de Inquérito dos Planos de

Saúde, o ministro Humberto

Costa deixou claro que o governo

poderá editar uma medida provi-

sória para regulamentar os contra-

tos antigos, caso as empresas do

setor pratiquem abusos baseados

na liminar do STF, que suspendeu

os benefícios da legislação.

Também objetivando ameni-

zar os efeitos da liminar do STF,

a Secretaria de Direito Econô-

mico, órgão do Ministério da

Justiça, publicou no dia 4 de

setembro, no Diário Oficial,

portaria garantindo que o pacien-

te que estiver internado em um

leito clínico, cirúrgico ou de

tratamento intensivo não poderá

ser retirado do hospital pelo

plano de saúde, antes da autori-

zação médica. Para o Departa-

mento de Proteção e Defesa do

Consumidor, a empresa que não

cumprir a determinação estará

sujeita à multa que varia de

R$ 200 a R$ 3 milhões.

No Fórum, o Ministério da

Saúde apresentou um documento

contendo 13 pontos, conside-

rando-os diretrizes para o setor

(mais detalhes no quadro ao lado).

“O governo, de forma sábia e

responsável, posicionou-se contra

a subsegmentação de planos, pois

sua criação traria repercussões

negativas tanto para pacientes

quanto para prestadores de servi-

ços”, destaca Samir Bitar, repre-

sentante da Associação Médica

Brasileira no Fórum. “Nossas

reivindicações foram aceitas quan-

to à contratualização, porém

pleiteamos, como forma de resgate

da dignidade profissional dos

médicos, a aplicação da Classifica-

ção Brasileira Hierarquizada de

Procedimentos Médicos”, completa.

O Fórum de Saúde Suplementar

do Ministério da Saúde, que reúne

representantes de instituições de

todos os segmentos do setor de

planos de saúde, incluindo as

organizações de defesa do consu-

midor, teve a primeira fase reali-

zada no período de 25 a 27 de

junho e as conclusões do encontro,

com a apresentação do resumo

final, está prevista para a sua

última etapa, no mês de outubro.

Governo ameaça planos comMP

Advertência foi feita pelo ministro Humberto Costa, durante CPI dos Planos de Saúde

Aspectos da atenção à saúde

1

A saúde suplementar tem sua atuação no campo da produção da saúde.

2

A saúde suplementar deve observar os princípios da integralidade da

atenção (na segmentação contratada), da resolutividade e da qualidade

dos serviços prestados.

3

Quanto à cobertura assistencial, não será permitida a subsegmentação.

4

O modelo de atenção à saúde suplementar deve adotar medidas de

promoção à saúde e prevenção e controle de doenças.

Aspectos econômico-financeiros

5

A política de reajuste deve ser aperfeiçoada.

6

A migração de planos anteriores à lei 9656 deve ser fortemente

estimulada.

7

A migração com portabilidade deve ser garantida, após a migração dos

planos antigos.

8

Deve ser garantida a concorrência no setor e o aprimoramento das

regras de reserva técnica das operadoras.

9

Deve ser construído um plano de contingência para os usuários de

operadoras que não consigam sua adequação ao mercado.

Aspectos institucionais

10

A contratualização entre prestadores e operadoras deve ser garantida,

com direitos e deveres de ambas as partes, reduzindo-se o desequilíbrio

atualmente existente.

11

A existência de um efetivo controle social no setor é fundamental.

12

Devem ser aprimoradas a organização, o funcionamento e as

atribuições da ANS.

13

Aprofundar a articulação entre a saúde suplementar e o SUS.

Propostas do Ministério no Fórum