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JAMB

SETEMBRO/OUTUBRO DE 2003

2

DIRETORIA

P

RESIDENTE

Eleuses Vieira de Paiva

P

RIMEIRO

V

ICE

-P

RESIDENTE

Lincoln Marcelo Silveira Freire

Desnudando o absurdo

realização do Fórum de Saúde Suplementar trouxe aos médicos brasileiros

a esperança de que a sua convocação tenha sido, por si, a declaração tácita

por parte do Ministério da Saúde de que deseja realizar as necessárias

transformações na Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. De importância

fundamental na regulação do complexo setor de saúde suplementar, a ANS tem

minorado a grandeza de sua atuação e responsabilidade ao eximir-se de atuar no

setor como um todo, especialmente no que se refere a questões vitais para a sustentabi-

lidade, equilíbrio e viabilidade de setores do sistema. Na insistente negativa em

atuar preservando o equilíbrio do conjunto, alongou-se demasiadamente a inexistência

da regulamentação entre médicos e operadoras, proporcionando nesta relação

práticas absurdas, inaceitáveis em qualquer relação de trabalho, gerando dano

imensos à classe médica e à população.

As distorções alimentadas desde o início do Plano Real impingiram aos médicos

uma relação de trabalho servil e indigna. O mesmo descompromisso social manifes-

tou-se paralelamente no atendimento aos interesses escusos de alguns empresários

do setor de ensino que, em detrimento de seus lucros, inundaram o mercado de

trabalho de médicos mal formados, dificultando a mobilização da categoria. Como

conseqüência desse vazio, as operadoras pagam pelo trabalho médico valores de sua

conveniência, no prazo que melhor lhes aprouver; glosam, descredenciam e interfe-

rem na conduta médica de forma inaceitável. Ao permanecerem por mais de oito

anos sem conceder reajuste aos honorários dos médicos, as operadoras promoveram

um desserviço sem precedente ao país, comprometendo gravemente o nível de

atualização e de investimento médico na profissão. Estabeleceram com os médicos

uma parceria ao revés, a parceria de mão única. Remunerando mal, descapitalizaram

aqueles que na verdade são sua face de apresentação, verdadeiramente atirando no

próprio pé. Como conseqüência de suas ações, as operadoras geram, entre seus

credenciados, médicos desatualizados e inseguros atendendo aos seus usuários,

produzindo custos excessivos e promovendo condutas desnecessárias.

A recente visita do Exmo. Sr. ministro da Saúde, Dr. Humberto Costa, à AMB,

anunciando prioridade na tão almejada contratualização é emblemática, demonstra

apreço e respeito pela entidade e pelos médicos, e mais do que isso, traz implícito a

justeza de nossa causa. Em seu ato, e no compromisso sinalizado, o Exmo. Sr. ministro

desnudou o absurdo que vinha sendo perpetuado pela indiferença até então existente.

A regulamentação da relação entre médicos e operadoras é uma conquista marcante

para o nosso tempo, produto de anos de incansável trabalho das entidades médicas,

será um valioso e imprescindível instrumento para restaurar os legítimos direitos da

categoria. Após debatida na Câmara Técnica de Contratualização, e tornada resolução,

haverá um prazo para que todos os contratos sejam repactuados. Tendo já concluída

nossa Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – CBHPM, e

diante de uma repactuação legalmente obrigatória, teremos uma privilegiada oportuni-

dade para implantá-la. Não abrir mão de nossa CBHPM será fundamental, como

também serão: estabelecer em contrato o reajuste anual de honorários, limite de prazo

para pagamento das faturas, critérios para glosas e a definição de penalidades para o

não- cumprimento. Assim sendo, esperamos ter em breve já disponibilizados os

instrumentos que viabilizarão a tão sonhada recomposição dos honorários médicos.

Que nossas entidades e cada médico brasileiro comecem a se preparar e a se mobilizar

para esse momento. Nessa luta de gigantes não há quem não tenha um papel a cumprir.

Samir Dahas Bittar

Diretor de Saúde Pública e

representante da AMB junto à ANS

EDITORIAL

CIRCULAÇÃO: Outubro/2003

S

EGUNDO

V

ICE

-P

RESIDENTE

Ronaldo da Rocha Loures Bueno

V

ICE

-P

RESIDENTES

Remaclo Fischer Junior, Flavio Link Pabst,

Ranon Domingues da Costa, Ricardo Saad,

Carlos D.A. Bichara, David M. Cardoso Filho,

Lúcio Antonio Prado Dias, José Guerra Lages,

J. Samuel Kierszenbaum, José Luiz G. doAmaral.

S

ECRETÁRIO

-G

ERAL

Edmund Chada Baracat

1º S

ECRETÁRIO

Aldemir Humberto Soares

1º T

ESOUREIRO

Amilcar Martins Giron

2º T

ESOUREIRO

:

José Alexandre de Souza Sittart

D

IRETORES

:

Cultural

- Severino Dantas Filho;

Relações Internacionais

- David

Miguel Cardoso Filho;

Científico

-

Fabio Biscegli Jatene;

Defesa

Profissional

- Eduardo da Silva Vaz;

DAP

- Martinho Alexandre R.A. da

Silva;

Economia Médica

- Marcos

Pereira de Ávila ;

Marketing

- Roque

Salvador A. e Silva;

Saúde Pública

-

Samir Dahas Bittar;

Atendimento ao

Associado

- Ricardo de Oliveira Bessa;

Proteção ao Paciente

- Jurandir M.R.

Filho;

Acadêmico

- Elias F. Miziara;

Jamb

- Horácio José Ramalho.

D

IRETOR

R

ESPONSÁVEL

Horácio José Ramalho

E

DITOR

E

XECUTIVO

César Teixeira (Mtb 12.315)

C

OLABORAÇÃO

Maria Cláudia Zucare

D

IAGRAMAÇÃO

, E

DITORAÇÃO

E

A

RTE

Sollo Comunicação

P

UBLICIDADE

Américo Moreira Publicações

D

EPARTAMENTO

C

OMERCIAL

Fone (11) 3266-6800

T

IRAGEM

: 60.000 exemplares

P

ERIODICIDADE

: Bimestral

F

OTOLITO

:

B

UREAU

O

ESP

R

EDAÇÃO

E

A

DMINISTRAÇÃO

Rua São Carlos do Pinhal, 324

01333-903 – São Paulo – SP

Tel. (11) 3266-6800 /Fax (11) 3266-9412

E-Mail:

jamb@amb.org.br

A

SSINATURA

Fone (11) 3266-6800, ramal 137

Anual R$ 36,00; avulso R$ 3,00.

As colaborações assinadas expressam

unicamente a opinião de seus autores,

não coincidindo necessariamente

com as posições da AMB.

A lei 5.764, que define a política

nacional das cooperativas, não impede

que os dirigentes das Federações e Confe-

derações das Unimeds e das Centrais

Unicreds sejam eleitos pelo voto direto

dos médicos cooperados.

A diretoria atual da Unimed de Campo

Grande, da qual tenho orgulho de fazer

parte, tem como proposta e compromisso

assumido durante a campanha eleitoral

lutar e tentar mobilizar os dirigentes e

cooperados das Unimeds e Unicreds do

nosso Estado, para num trabalho conjun-

to, consensual e desprendido, promover as

pertinentes alterações estatutárias nas

Federações, possibilitando o voto direto

dos cooperados para eleger os dirigentes

federativos.

Até onde conhecemos os referidos

dirigentes, acreditamos que se não todos,

pelo menos a maioria deles será sensível às

reformas estatutárias que possibilitarão elei-

ções diretas. É aspiração justa, direito

inalienável e democrático da classe médica.

É absolutamente incorreto e ultrapassado

que poucos decidam por todos. Está se

comprometendo a imagem do coopera-

tivismo perante os demais segmentos orga-

nizados com esta aberração que é ainda

eleger dirigentes de forma indireta.

Isto agride a inteligência dos médicos.

De longa data já ocorrem eleições

diretas na Federação Nacional dos

Médicos, AMB, Conselho Federal de

Medicina, Associações Médicas,

Unimeds e Unicreds singulares. É inacei-

tável, antidemocrático, arcaico, injusto e

contraproducente que, exatamente no

cooperativismo, ainda sejam eleitos diri-

gentes federativos de forma “biônica”.

Em nossas Federações e Confederações

cooperativas têm sido regra geral, com

poucas exceções, uma “perpetuação” dos

mesmos dirigentes no poder, amparados

por estatutos retrógrados que contrapõem

os mais elementares princípios de direi-

to, ética e cidadania.

O voto direto é que possibilita a reno-

vação de poder e de lideranças, oxigena

as entidades e instituições, inibe o conti-

nuismo e democratiza oportunidades.

Entendemos que cooperativismo é união,

solidariedade, prevalência dos interesses

coletivos sobre os individuais. Não pode-

mos esquecer e temos que evitar a repe-

ARTIGO

Eleições diretas nas

Unimeds e Unicreds

tição do nefasto exemplo de continuismo e

apego ao poder do Dr. Edmundo Castilho,

que respaldado por votos indiretos de seus

apaniguados, passou uns 20 anos dirigindo

sem interrupção a Unimed do Brasil/

Unimed SP. Deu no que deu, saiu tocado,

corrido, numa cena patética, transmitida nos

jornais televisivos. Constrangimento que

poderia, e até mereceria, ser evitado.

Uma idéia de mudança estatutária para

análise crítica dos colegas seria: os cargos

diretivos nas Federações, Confederações e

Centrais continuariam a ser preenchidos

pela ordem de importância (tamanho,

número de cooperados, número de usuários,

etc.) das singulares, Unimeds e Unicreds,

porém os dirigentes para os referidos

cargos, escolhidos em eleições diretas.

Obviamente que devem ser previstas

normas claras quanto ao currículo mínimo

exigível para ser candidato a dirigente.

Defendemos esta tese de longa data,

não é de agora. É difícil, entretanto,

vencer obstáculos e contrariar interesses

particulares. Por outro lado, tem sido

gratificante o apoio e o entusiasmo de

inúmeros colegas formadores de opinião

sobre o tema. Importante ressaltar que

será maior a união, participação e congra-

çamento entre os cooperados das dife-

rentes singulares, devido à salutar neces-

sidade de compor chapas.

A conscientização, união, mobilização

e ação de cada cooperado nas singulares

será fundamental para que esta causa tão

justa tenha êxito. No mínimo, servirá para

que possamos conhecer e nominar aque-

les que, porventura, queiram colocar

obstáculos e tentar impedir o livre

arbítrio dos médicos na escolha de seus

dirigentes federativos.

Devemos deixar para as gerações futu-

ras que vão nos suceder um legado de

democracia, justiça, ética e transparência.

Devemos limpar dos estatutos os entulhos

obsoletos tipo voto indireto, reeleições

sucessivas, etc. “É TEMPO DE UNIÃO”.

“O dirigente estadista administra

pensando no presente e nas próximas gera-

ções. O dirigente político e carreirista admi-

nistra pensando só nas próximas eleições”.

Wellington Penaforte

Campo Grande-MS