Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  9 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 9 / 12 Next Page
Page Background

JAMB

MAR/ABR DE 2005

9

Promovido pela Associação Médica Bra-

sileira, Conselho Federal de Medicina,

Febrafarma, Frente Parlamentar da Saúde

e Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo, aconteceu em São Paulo o

seminário “Política Nacional de Medica-

mentos”. A abertura foi realizada no dia 10

de março pelo presidente da AMB, Eleuses

Vieira de Paiva, pelo diretor da Faculdade

de Medicina da Universidade Estadual de

São Paulo, Giovanni Guido Cerri, e pelo

presidente do Conselho Diretor da Federa-

ção Brasileira da Indústria Farmacêutica,

Omilton Visconde Júnior.

“Os diversos segmentos aqui reunidos não

apenas possibilitarão um debate amplo sobre

a atual política de medicamentos, mas prin-

cipalmente buscarão soluções”, destacou o

presidente da AMB, Eleuses Paiva, na aber-

tura do evento.

Diante do auditório lotado do teatro da

FMUSP, o primeiro painel do evento discu-

tiu a regulação econômica por parte do Es-

tado. O secretário-executivo da Câmara de

Regulação do Mercado de Medicamentos,

ligada à Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa), Luiz Milton Veloso Cos-

ta, apresentou o comportamento dos preços

reais do setor, comparando os períodos pré

e pós-intervenção do governo federal para

mostrar a atual estabilidade dos reajustes.

Já a professora de Economia da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, Maria

Cristina Amorim, afirmou que a dificuldade

do acesso aos medicamentos é um sintoma

da atual política econômica, que provoca

concentração de renda e pobreza aguda.

Política de medicamentos em debate

No segundo painel, cujo tema foi legis-

lação sanitária, o pesquisador da Universi-

dade Federal de São Paulo, Elisaldo Carlini,

discutiu a venda fracionada de medicamen-

tos, destacando a responsabilidade do gover-

no federal de garantir qualidade e evitar a

falsificação. Com a participação especial do

ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, foi de-

batida a fiscalização sobre as farmácias de

manipulação. O presidente da Anvisa, Clau-

dio Maierovitch Henriques, apresentou os

princípios que nortearam as mudanças nas

regras para o registro de medicamentos. Ele

destacou a parceria com a AMB e as Socie-

dades de Especialidade na análise e acom-

panhamento dos produtos. “Já obtivemos

importantes contribuições quanto à notifi-

cação de efeitos adversos e também na tro-

ca de informações entre os diversos agentes

do setor, o que tem aumentado a sensibili-

dade do sistema de farmacovigilância”, disse

o presidente da Anvisa.

Ainda pela manhã, com a moderação do

diretor de Saúde Pública da AMB, Samir

Dahas Bittar, o presidente do Instituto de

Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-

trial, JoãoAlziro Herz, fez uma apresentação

sobre certificação, área relacionada à

metrologia química. Em seguida, o ex-secre-

tário da Receita Federal, Osíris de Azevedo

Lopes Filho, discutiu a tributação do setor,

sem poupar críticas à Medida Provisória 232/

04, que elevaria a base de cálculo do imposto

de renda para as empresas prestadoras de

serviço. “A sociedade acordou para o castigo

tributário e nunca esteve tão mobilizada

contra uma Medida Provisória”, destacou.

A Lei de Patentes foi debatida, no pe-

ríodo da tarde, pelo pesquisador do Insti-

tuto de Geociência da Unicamp, Sérgio

Paulino, e pelo professor do departamento

de Farmacologia da Universidade Federal

de Santa Catarina, João Batista Calixto. O

gerente de Medicamentos Novos e Pesquisa

O I Encontro Nacional dos Conselhos de

Medicina do ano de 2005, realizado emAracaju,

contou com a realização simultânea de reuni-

ões setoriais entre os presidentes, tesoureiros

e corregedores do Conselho Federal de Medi-

cina e dos Conselhos Regionais.

Coordenada pelo presidente do CFM,

Edson de Oliveira Andrade, a reunião dos

presidentes dos CRMs discutiu a prolifera-

ção indiscriminada de escolas médicas no

País, que vem provocando queda de qualidade

no ensino. Também em pauta, foram debati-

das a revalidação de Títulos de Especialista e

a convalidação dos diplomas de médicos

estrangeiros. Outros pontos em destaque na

reunião foram a tramitação do Projeto de Lei

do Ato Médico e da CBHPM e sua implanta-

ção nos Estados. Os presidentes mostraram,

ainda, preocupação com a Medida Provisória

232, que aumentaria inaceitavelmente o

imposto de renda de profissionais liberais,

principalmente dos médicos.

O segundo dia do Encontro foi aberto com

uma palestra do deputado Rafael Guerra

(PSDB-MG), que apresentou e defendeu o Pro-

jeto de Lei em tramitação na Câmara Federal

que dispõe sobre a opção de acomodação parti-

cular de pacientes no âmbito do Sistema Único

de Saúde. O projeto, de autoria do deputado

Francisco Gonçalves (PDT-MG), em seu arti-

go primeiro, assegura aos usuários do SUS, em

caso de internação em estabelecimento privado

contratado ou conveniado, optar por acomoda-

ção com padrão de conforto diferente do ofere-

cido pelo sistema, bem como atendimento por

profissional de sua escolha. Acrescentando que

essa opção implica na complementação dos

honorários profissionais e das despesas decor-

rentes da acomodação diferenciada.

Para Rafael Guerra, relator do PL na Comis-

são de Seguridade Social e Família, o Projeto

resgata o princípio constitucional de que o SUS

é universal. “A Constituição não fala que o

doente deve ser internado em enfermaria”,

disse. Segundo ele, a intenção do Projeto é revo-

gar portaria do Ministério da Saúde de 1991, que

proibiu acomodação em leitos que não fossem

em enfermaria. “Essa portaria foi um dos mar-

cos mais negativos e demagógicos da história do

SUS”, afirmou. O deputado rebateu as críticas

de que pretende criar um “SUS para os ricos”

dizendo que o que ocorre hoje é que o sistema

vem buscando transformar o SUS em um “SUS

pobre, oferecendo serviços de segunda classe”.

E acrescentou que os sinais evidentes disso es-

tão na criação de casas de parto, na redução da

qualidade do ensino médico, nas propostas de

qualificação multiprofissional e na tentativa de

convalidar automaticamente médicos formados

em Cuba. O presidente do CFM,

Edson de

Oliveira Andrade

, defendeu que o Projeto é

polêmico, mas é importante que a questão seja

debatida, inclusive por prever uma melhoria no

atendimento do SUS. Representaram a AMB no

Encontro o 1º secretário,

Aldemir H. Soares

, e o

diretor de Saúde Pública, Samir Dahas Bittar.

e Ensaios Clínicos da Anvisa, Sérgio

Nishioka, e o diretor do laboratório de

Imunologia do Incor, professor Jorge Kalil,

discutiriam na seqüência a pesquisa

clínica. O tema seguinte foi inovação

tecnológica, desenvolvido pelo diretor ci-

entífico da Fundação de Amparo à Pesqui-

sa do Estado de São Paulo, José Fernando

Perez, e pelo pesquisador da Faculdade de

Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto

(USP), Sérgio Ferreira.

À noite, foi realizada uma sessão solene

com as lideranças dos setores que promove-

ram o seminário. O presidente da AMB,

Eleuses Vieira de Paiva, representou as en-

tidades médicas. A Frente Parlamentar da

Saúde contou a participação do seu presi-

dente, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG),

do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e do

atual presidente da Comissão de Seguridade

Social e Família da Câmara dos Deputados,

Benedito Dias (PP-AP), representando o

presidente da Casa, Severino Cavalcanti

(PP-PE). O secretário-adjunto da Saúde de

São Paulo, Oswaldo Tanaka, representou o

governador Geraldo Alckmin, enquanto o

vice-prefeito, Gilberto Kassab, representou

o prefeito da capital, José Serra. Além

disso, o secretário de Ciência, Tecnologia e

Insumo Estratégico do Ministério da Saúde,

Dirceu Barbano, representou o ministro

Humberto Costa. Por fim, também partici-

param da solenidade o diretor da FMUSP,

Giovanni Guido Cerri, e o presidente do

Conselho Diretor da Febrafarma, Omilton

Visconde Júnior, além de diversos deputa-

dos e senadores.

Encontro dos CRMs em Aracaju