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MAR/ABR DE 2005

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Deliberativo discute Projetos de Lei

Durante a reunião do Conselho Deli-

berativo e da Diretoria Plena da Associa-

ção Médica Brasileira, no dia 1º de abril,

no Hotel Wall Street, em São Paulo, foi

discutido o Projeto de Lei 3466/04, de

autoria do deputado Inocêncio Oliveira

(PFL-PE), que referencia a Classificação

Brasileira Hierarquizada de Procedimen-

tos Médicos (CBHPM) no sistema suple-

mentar de saúde em âmbito nacional. O

diretor de Proteção ao Paciente, Jurandir

Marcondes Ribas Filho, explicou todas as

alterações acordadas para o substitutivo do

PL, cujo relator é o deputado Rafael Guer-

ra (PSDB-MG), presidente da Frente

Parlamentar da Saúde. Jurandir também

informou que o Projeto de Lei continua

tramitando em regime de urgência na

Câmara dos Deputados e que poderá ser

votado em breve, por acordo de lideran-

ças, assim que houver brecha na pauta

da Casa, atualmente trancada por várias

Medidas Provisórias.

“Acreditamos que a aprovação deste

substitutivo representa uma grande vitó-

ria na luta pela adoção da Classificação

Brasileira Hierarquizada de Procedimentos

Médicos, porque nada melhor do que o

respaldo da Lei”, destacou o diretor.

Em seguida, o 1º vice-presidente da

Associação Médica Brasileira e coordena-

dor da Comissão Nacional para Implanta-

ção da Classificação Brasileira Hierar-

quizada de Procedimentos Médicos,

Lincoln Freire, resumiu as negociações com

a Unidas, a Unimed e a Abramge, além das

principais ações da CNI. No dia 8 de abril,

foi realizada uma nova reunião entre a

Comissão Nacional e as Comissões Esta-

duais de Honorários Médicos em Maceió

(AL), com destaque para o movimento do

Nordeste.

“Procuramos manter a mobilização

construída com sucesso no último ano, sem

perder de vista nosso objetivo maior, que

é a implantação da CBHPM por todos

os segmentos do setor em todo o País”,

afirmou Freire.

O presidente da Associação Médica de

Rondônia, Aparício Carvalho, solicitou a

interferência das entidades médicas em re-

lação à discordância entre o Ministério

Público Federal e a Comissão Estadual de

Honorários quanto à CBHPM. “As asses-

sorias jurídicas da AMB e do CFM já estão

tomando todas as providências cabíveis em

defesa dos médicos”, informou o secretá-

rio-geral da AMB, Edmund Baracat.

O diretor de Saúde Pública, Samir

Dahas Bittar, comunicou avanços nas

negociações com a Fenaseg quanto à

discussão dos contratos de prestação de

serviços. Já o 1º tesoureiro da entidade

e presidente da Comissão Nacional de

Honorários Médicos, Amilcar Martins

Giron, relatou que 47 Sociedades de

Especialidade solicitaram ajustes na

CBHPM. A quarta edição da Classifi-

cação deve ser publicada em junho.

Outro assunto da pauta foi a propos-

ta de Resolução Normativa da Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

a fim de definir um padrão essencial para

a troca de informações entre os

prestadores de serviço e as operadoras

de planos de saúde, colocada em consul-

ta pública. Segundo Samir Bittar, que

representa a Associação Médica Brasi-

leira junto à Agência, a complexidade

dos formulários propostos a serem pre-

enchidos pelos médicos e a imposição

de programas de informática, entre

outras cláusulas, tornam a proposta

inaceitável. “Se essas medidas entrarem

em vigor, o médico será um escravo da

burocracia do setor, o que contraria a

essência da intenção anunciada pela

ANS ao rever o sistema de troca de

informações”, avaliou Bittar. Diante da

gravidade do tema, no dia 13 de abril, o

1º secretário da Associação Médica Bra-

sileira, Aldemir Humberto Soares, entre-

gou em mãos ao diretor-presidente da

Agência Nacional de Saúde Suplemen-

tar (ANS), Fausto Pereira dos Santos, e

à gerente geral de Integração com o SUS,

Jussara Macedo P. Rötzsch, uma carta

assinada pela diretoria da Associação

Médica Brasileira e pelas 57 Sociedades

de Especialidade explicando os pontos

condenáveis da Resolução.

Ainda durante a reunião, os integran-

tes do Conselho Deliberativo foram in-

formados sobre a tramitação da Medida

Provisória 232/04, que aumentaria a base

de cálculo da Contribuição Social sobre

o Lucro Líquido de 32% para 40% para

as empresas prestadoras de serviço que

optam pelo sistema do lucro presumido.

O governo editou uma outra Medida Pro-

visória, a 243/05, revogando os artigos

que implicavam aumento da carga tribu-

tária. Dessa forma, os deputados apro-

varam a MP para garantir a correção da

tabela do Imposto de Renda de Pessoa

Física, considerada o único aspecto fa-

vorável da 232. O recuo do Executivo

foi avaliado como uma vitória para a

classe médica, que participa ativamente

da Frente Brasileira contra a MP 232

desde o início do ano.

O Conselho Deliberativo discutiu tam-

bém o Projeto de Lei do Senado 25/02,

que regulamenta a profissão médica. As

Federadas e Sociedades de Especialida-

de foram orientadas a mobilizar seus

sócios a fim de obter o maior número

possível de assinaturas para o abaixo-

assinado pedindo a aprovação do PLS, a

ser entregue à senadora Lúcia Vânia,

relatora do Projeto de Lei na Comissão

de Assuntos Sociais do Senado.

“A arrecadação de assinaturas é a

melhor estratégia para o momento, pois,

neste processo, estaremos conscien-

tizando não somente os colegas como

os próprios pacientes”, disse o diretor

de Proteção ao Paciente, Jurandir

Marcondes Ribas Filho. Depois de co-

meçar a avaliar o Projeto de Lei 3268/

04, de autoria do deputado Francisco

Gonçalves (PTB-MG), que dispõe so-

bre a opção de acomodação particular

de pacientes no âmbito do Sistema

Único de Saúde (SUS), o Conselho

Deliberativo foi informado de que está

em consulta pública um anteprojeto de

Lei, elaborado pela Secretaria de Ges-

tão do Trabalho e da Educação na Saú-

de, sobre as diretrizes nacionais para a

Discussões sobre a CBHPM e Ato Médico foram predominantes

na reunião do Conselho Deliberativo, realizada em São Paulo

instituição de planos de carreiras,

cargos e salários no SUS.

Também durante a reunião, o presiden-

te da Associação Médica Brasileira,

Eleuses Vieira de Paiva, declarou aberto

o processo eleitoral que definirá o novo

presidente da entidade. Um nome de con-

senso deverá ser apresentado na próxima

reunião do Conselho Deliberativo, quan-

do começará a ser discutida a composi-

ção da nova diretoria. A eleição para o

triênio 2005-2008 será realizada no dia

31 de agosto.

“Iremos trabalhar com total transparên-

cia para que sejam mantidas a amizade e a

confiança que caracterizam as atuais rela-

ções entre a diretoria, as Federadas e as So-

ciedades de Especialidade”, garantiu Paiva.