Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  5 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 5 / 12 Next Page
Page Background

MAR/ABR DE 2005

5

Reunido no dia 31 de março, em São

Paulo, o

Conselho Científico

aprovou as

normas de regulamentação para revalidação

de Títulos de Especialista e Certificados de

Área de Atuação apresentadas pela Associa-

ção Médica Brasileira e Conselho Federal de

Medicina.

Publicada no dia 14 de dezembro de 2004,

a Resolução nº 1755/04 do Conselho Federal

de Medicina instituiu o processo de reva-

lidação dos Títulos de Especialista e dos

Certificados de Área de Atuação. A exigên-

cia entrou em vigor a partir de abril, e os

profissionais deverão passar pelo processo a

cada cinco anos.

Em virtude da Resolução, o processo

não será voluntário, mas sim obrigatório,

garante o diretor científico da AMB, Fábio

Jatene. “Quem não aderir ao processo de

revalidação acabará sendo prejudicado, pois

esse processo se tornará tão forte e tão

importante que será uma exigência da

sociedade, que obrigará todos os profissio-

nais a buscarem o processo de revalidação”,

completa Jatene.

O cronograma inicial previa a colocação

das normas aprovadas em consulta pública

nos

sites

da AMB

(www.amb.org.br

) e do

CFM

(www.portalmedico.org.br)

, disponí-

veis desde a primeira semana de abril. No mês

de maio, serão consolidadas as contribuições

recebidas, e em junho está prevista a publi-

cação de Resolução com a regulamentação

definitiva sobre o assunto. O mês de setem-

bro será a data limite para que as Sociedades

de Especialidade enviem, para análise da

Comissão Nacional de Acreditação, as ativi-

dades para pontuação de créditos a partir do

próximo ano. Em janeiro de 2006 terão iní-

cio as atividades de acumulação de créditos.

“Será muito fácil para o profissional

participar do processo de revalidação. O

modelo proposto valoriza mais as atividades

profissionais do que as acadêmicas, tendo em

vista que o foco principal é o médico espe-

cialista em sua atividade diária”, conclui

Jatene. É nossa função como departamento

científico promover a democratização da

informação por todos os meios de comuni-

cação, ou seja, garantir o acesso à atualização

a todos os profissionais do país”, completa o

presidente da AMB, Eleuses Paiva.

Outro item da pauta da reunião foi expos-

to pelos integrantes da Comissão em Defesa

do Ato Médico,

Jurandir Marcondes

(AMB)

e Alceu Pimentel (CFM), que apresentaram

um resumo sobre o PLS 25/2002, que regu-

lamenta a profissão médica. Atualmente, o

PLS 25 encontra-se na Comissão de Assun-

tos Sociais do Senado (CAS) para discussão

Revalidação: normas aprovadas

do mérito, sob os cuidados da senadora

Lúcia Vânia.

“Já nos reunimos com a senadora Lúcia

Vânia por várias vezes, e ela tem se mostra-

do sensível ao Projeto. No entanto, deverá

apresentar um substitutivo que será o resul-

tado das reuniões que vêm sendo promovi-

das pela relatora com todos os segmentos

envolvidos no assunto”, explica Jurandir

Marcondes, diretor de Proteção ao Paciente

e representante da AMB na Comissão do Ato

Médico.

O coordenador da Comissão, Alceu

Pimentel, apresentou alguns aspectos estra-

tégicos visando a aprovação do PLS 25. Um

deles é um abaixo-assinado que objetiva

colher assinaturas em prol do Projeto. O mo-

delo dos formulários encontra-se disponível

nos sites da AMB e do CFM. Além disso, o

Conselho Federal enviará cartas aos cerca de

300 mil médicos do país reforçando essa

necessidade. “Pela importância que têm, a

participação das Sociedades de Especialida-

de neste processo é de extrema importância”,

afirma Pimentel. “Esperamos a mobilização

de todas junto aos seus associados para que

consigamos arrecadar o maior número possí-

vel de assinaturas”, completa. No encontro,

também foram abordados aspectos estraté-

gicos visando a aprovação do PLS.

A Cirurgia da Mão é a mais nova das

53 especialidades médicas reconhecidas

pela Associação Médica Brasileira,

Conselho Federal de Medicina e Comis-

são Nacional de Residência Médica. As

três entidades, que formam a Comissão

Mista de Especialidades, reconheceram,

ainda, a Densitometria Óssea e a

Mamografia como áreas de atuação, que

também passaram a totalizar 53.

“A revalidação, a custo acessível, será

agente motivador para o aprimoramento pro-

fissional, e também para oxigenar a classe

médica para as soluções de problemas do

cotidiano, resultando embenefíciomaior para

a população. Devemos também sensibilizar

e envolver as áreas empregadoras, principal-

mente o governo, que deveria investir no

aprimoramento profissional médico no País.”

Ruy Tanigawa, vice-presidente daAsso-

ciação Médica Brasileira de Acupuntura

“Com o avanço da medicina e o apare-

cimento de novas técnicas e de novos

medicamentos, é necessário que o médico

se atualize e tenha seu Título de Especia-

lista revalidado para sua própria defesa e

para defesa da sociedade, que terá a certe-

za de estar sendo atendida por um profis-

sional habilitado e atualizado.”

RobertoBastos da SerraFreire, presiden-

te da Sociedade Brasileira deAnestesiologia

“Mesmo que não fosse obrigatória, a

revalidação já é uma exigência do mercado.

As Sociedades de Especialidade devem pro-

curar oferecer alternativas aos profissionais,

como os cursos a distância.Acreditamos tam-

bém que a revalidação deve ser amplamente

divulgada para a população em geral.”

Fabio Sandoli de Brito, diretor de

Qualidade e Defesa Profissional da

Sociedade Brasileira de Cardiologia

“A revalidação é um desafio construti-

vo porque avalia a atualização. Esta deve

contemplar o saber emergente embuído de

senso crítico. Os eixos estratégicos deste

processo precisam ser bem definidos e

sempre aprimorados, pois certificados de

congressos e publicação de artigos não

atestam que o médico aprendeu a elaborar

o próprio conhecimento, sob o ponto de

vista das habilidades e da ética.”

Antonio Carlos Lopes, presidente da

Sociedade Brasileira de Clínica Médica

“A atualização do conhecimento médi-

co é um benefício fundamental para os

pacientes. Nesse sentido, a Pediatria con-

sidera importante o processo de revalidação

e acredita que as normas serão adequadas

aos seus objetivos.”

José Hugo Lins Pessoa, diretor de

Qualificação e Certificação Profissional

da Sociedade Brasileira de Pediatria

“A revalidação é um processo

moderno e necessário já praticado em

muitos países. Diante da abertura indis-

criminada de escolas médicas, se torna

mais uma ferramenta de controle sobre

a formação do médico. Considero ideal

o modelo de revalidação apresentado

pela AMB.”

Roberto Saad Jr., presidente do

Colégio Brasileiro de Cirurgiões

“O Título de Especialista constitui

importante instrumento de qualificação

dos médicos. A revalidação dos Títulos

de Especialista e dos Certificados de

Área de Atuação é fundamental para

manter a qualidade desses profissionais

e também uma garantia de que o atendi-

mento prestado à mulher brasileira será

de alto nível.”

Edmund Chada Baracat, presidente

da Federação Brasileira das Associações

de Ginecologia e Obstetrícia

“Além da imprescindível educação

médica continuada, a revalidação do Tí-

tulo incentivará os médicos a se mante-

rem firmes e unidos nas Sociedades de

Especialidade, proporcionando condições

financeiras e políticas para que elas e a

AMB possam fortalecer cada vez mais a

atuação associativa.”

Cláudia Fonseca Pereira, presidente

da Associação Brasileira de Medicina

Física e Reabilitação

“A revalidação irá estimular o

médico a estudar sempre, inclusive

atualizando seus conhecimentos sobre

outras áreas da medicina além da sua

especialidade. É um processo muito

bem-vindo e todos só têm a ganhar, em

especial os pacientes.”

Adelson Martins, presidente da

Sociedade Paulista de Radiologia

“Julgamos que a revalidação é

muito importante para a sociedade ter a

segurança de contar com especialistas

atualizados. Também acreditamos que

nenhum especialista realmente capa-

citado terá qualquer dificuldade em

obter a pontuação necessária para a

revalidação.”

Walter J. Koff, presidente da

Sociedade Brasileira de Urologia

As decisões fazem parte da Resolução do

CFM nº 1.763/05, publicada no Diário Ofici-

al da União no dia 9 de março. O texto

também traz novidades sobre o funcionamen-

to da Comissão Mista de Especialidades. A

principal delas é que as propostas recusadas

pela Comissão só poderão ser reapresentadas

para nova avaliação após cinco anos.

“Alguns pedidos retornavam com insis-

tência, o que provocava atrasos nas respos-

tas de outros assuntos”, justifica o 1º secre-

tário da AMB e representante da entidade

na Comissão Mista, Aldemir Soares.

COMISSÃO MISTA

Cirurgia da Mão,

nova especialidade

Além disso, só constarão do relatório

anual da Comissão Mista as propostas que

derem entrada até o último dia útil do mês

de abril de cada ano. O relatório será sem-

pre divulgado até o fim de setembro. Essas

normas constam no Anexo III da Resolução

1763/05, disponível no site www. portal-

medico.org.br, que resume o trabalho da

Comissão em 2004.

Desde 2002, a Comissão Mista de

Especialidades é responsável por estabele-

cer critérios para o reconhecimento e de-

nominação das especialidades e áreas de

atuação na medicina, bem como a forma

de concessão e registros de Títulos de

Especialista.

“A maior parte do trabalho, que consis-

tia na organização das especialidades nas

entidades representativas, já foi concluída

pela Comissão Mista”, avalia o diretor

científico da AMB, Fábio Jatene, que tam-

bém representa a entidade na Comissão.

“Nesta fase, estamos analisando aspectos

particulares dos pedidos, principalmente

no que diz respeito às áreas de atuação”,

conclui o diretor.

Repercussão