Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  2 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 2 / 12 Next Page
Page Background

MAR/ABR DE 2005

2

DIRETORIA

P

RESIDENTE

Eleuses Vieira de Paiva

P

RIMEIRO

V

ICE

-P

RESIDENTE

Lincoln Marcelo Silveira Freire

S

EGUNDO

V

ICE

-P

RESIDENTE

Ronaldo da Rocha Loures Bueno

V

ICE

-P

RESIDENTES

Remaclo Fischer Junior, Flavio Link Pabst,

Ranon Domingues da Costa, Ricardo Saad,

Carlos D.A. Bichara, David M. Cardoso Filho,

Lúcio Antonio Prado Dias, José Guerra Lages,

J. Samuel Kierszenbaum, José Luiz G. doAmaral

S

ECRETÁRIO

-G

ERAL

Edmund Chada Baracat

1º S

ECRETÁRIO

Aldemir Humberto Soares

1º T

ESOUREIRO

Amilcar Martins Giron

2º T

ESOUREIRO

:

José Alexandre de Souza Sittart

D

IRETORES

Cultural

- Severino Dantas Filho;

Relações Internacionais

- David

Miguel Cardoso Filho;

Científico

-

Fabio Biscegli Jatene;

Defesa

Profissional

- Eduardo da Silva Vaz;

DAP

- Martinho Alexandre R.A. da

Silva;

Economia Médica

- Marcos

Pereira de Ávila ;

Marketing

- Roque

Salvador A. e Silva;

Saúde Pública

-

Samir Dahas Bittar;

Atendimento ao

Associado

- Ricardo de Oliveira Bessa;

Proteção ao Paciente

- Jurandir M.R.

Filho;

Acadêmico

- Elias F. Miziara;

Comunicações

- Horácio José Ramalho

D

IRETOR

R

ESPONSÁVEL

Horácio José Ramalho

E

DITOR

E

XECUTIVO

César Teixeira (Mtb 12.315)

C

OLABORAÇÃO

Camila Kaseker

D

IAGRAMAÇÃO

, E

DITORAÇÃO

E

A

RTE

Sollo Comunicação

D

EPARTAMENTO

C

OMERCIAL

Fone (11) 3178-6806

T

IRAGEM

: 60.000 exemplares

P

ERIODICIDADE

: Bimestral

I

MPRESSÃO

: CLY

F

ILIADO

À

ANATEC

R

EDAÇÃO

E

A

DMINISTRAÇÃO

Rua São Carlos do Pinhal, 324

01333-903 – São Paulo – SP

Tel. (11) 3178-6800 – Fax (11) 3178-6816

E-Mail:

jamb@amb.org.br

A

SSINATURA

Fone (11) 3178-6800, ramal 130

Anual R$ 36,00; avulso R$ 3,00.

As colaborações assinadas expressam

unicamente a opinião de seus autores,

não coincidindo necessariamente

com as posições da AMB.

Revalidação do

Título de Especialista

EDITORIAL

ARTIGO

AAMB, as Especialidades

e o Título de Especialista

eve início em abril o processo da revalidação do Título de Especialista do médico,

determinado por resolução do Conselho Federal de Medicina. Isso tem provocado

importante repercussão no meio médico, com todos os seus desdobramentos, e cremos

que algumas reflexões devam ser feitas sobre o assunto.

Cerca de metade dos médicos do nosso país possui Título de Especialista. Eles estão distri-

buídos em 53 especialidades e constituem a porção mais preparada da classe médica brasileira em

termos assistenciais. O referido Título, obtido ao final da residência médica ou por concurso nas

sociedades de especialidades médicas e Associação Médica Brasileira, confere ao médico um

reconhecimento da sua competência em determinada área do conhecimento, como cardiologia,

endocrinologia e todas as outras especialidades reconhecidas. Ele costuma ser obtido, na maioria

dos casos, nos primeiros anos de prática médica, e a partir daí o médico passa a exercer a sua

especialidade até o fim da carreira.

É notório que o conhecimento médico cresce vertiginosamente e que aumentou em mais de

sete vezes nos últimos 20 anos. Quem se formou antes da década de 80 nunca tinha ouvido falar

em Aids, simplesmente porque a doença não era conhecida e qualquer conhecimento obtido por

esses colegas, desde então, veio de estudos posteriores e continuados. E isso ocorre em todas as

especialidades médicas. Há informações surgindo a todo momento, drogas e medicamentos

recém-descobertos, novas formas de diagnóstico e tratamento - o que obriga a uma permanente

atualização para benefício do atendimento ao paciente.

Hoje em dia, em praticamente todo o mundo, esse assunto vem sendo discutido e está ficando

muito clara a necessidade de realizar uma atualização efetiva e constante. A revalidação do Título

de Especialista é uma das maneiras de estimular essa atualização. Embora a necessidade de estudo

e aperfeiçoamento constantes seja inquestionável, existe resistência por parte de alguns colegas

nessa matéria.

É notório que os médicos, na sua maioria, têm pouco tempo para estudar, em função da sua

árdua jornada e de seus vencimentos limitados. A participação em cursos, simpósios e congressos

tem custo elevado não só pelo valor das inscrições mas também das despesas com passagem,

hospedagem e manutenção em centros distantes da sua residência.

Entre os médicos mais jovens, mais afeitos ao estudo, a resistência é menor do que entre os

graduados há mais tempo, pois estes imaginam que a prática constante e a experiência compensam

a falta de atualização formal.

Medicina é profissão na qual o aprimoramento está estreitamente ligado ao melhor atendi-

mento e a um melhor modelo assistencial. É claro que a revalidação periódica de Títulos

obtidos no passado não é a única nem a mais eficiente forma de preparar melhor o médico. Ela

faz parte de um conjunto de medidas que inclui não só uma adequada educação continuada

após a graduação mas também uma boa formação nas escolas médicas. Infelizmente essa

etapa fundamental na formação tem deixado muito a desejar, e a maior parcela de culpa recai

sobre a abertura indiscriminada de faculdades de medicina, muitas sem a menor condição de

formar profissionais qualificados. Este, entretanto, é um assunto que tem sido muito discutido

e poderemos voltar a ele em ocasião mais oportuna.

O tema, nos moldes em que está sendo proposto, tem como principal finalidade criar o hábito do

estudo continuado e está baseado em sistema de créditos que o médico vai acumulando ao longo de

cinco anos, ao final dos quais, tendo atingido a pontuação mínima, seu Título estará automaticamente

revalidado. Esses créditos poderão ser obtidos com a participação em cursos, simpósios e congressos,

ou a realização de trabalhos científicos, entre outras atividades. Para se ter uma idéia mais aproximada,

quem comparecer a pelo menos um congresso nacional da sua especialidade anualmente conseguirá

somar a maioria dos pontos necessários para a revalidação do seu Título ao final de cinco anos.

Pretende-se, ainda, que esses créditos possam também ser totalmente obtidos em eventos desen-

volvidos no Estado ou região geográfica do domicílio do médico, sem grandes deslocamentos, e

ainda por educação à distância, inclusive com o recurso da internet e canal de TV para o acompanha-

mento de cursos dentro da sua residência ou consultório. Caso, ao final dos cinco anos, o médico

ainda não tenha acumulado a pontuação necessária, haverá a possibilidade de prova para a revalidação.

Por fim, cremos que a classe tem uma oportunidade ímpar de dar um exemplo de preocupação

com a qualificação continuada de seus pares. Caberá aos próprios médicos e às Sociedades de

Especialidade conduzir bem esse processo. Valorizá-lo, por um lado, e torná-lo acessível, de baixo

custo e competente, por outro, são os desafios futuros. Os nossos pacientes agradecerão.

Eleuses Vieira de Paiva

Presidente da Associação Médica Brasileira

Fábio Biscegli Jatene

Diretor científico da Associação Médica Brasileira

Circulação: MAIO/2005

A Associação Médica Brasileira, nossa

entidade maior, congrega todas as Socieda-

des de Especialidade. Entre as suas diversas

atribuições e competências, merece realce a

qualificação dos médicos, por meio da

concessão, após concurso efetuado pelas

Sociedades de Especialidade, do Título de

Especialista. Este constitui importante ins-

trumento que, além de qualificar, valoriza o

médico cientificamente e o diferencia den-

tro do mercado de trabalho. Os Títulos são

somente emitidos após rigorosa avaliação do

conhecimento e desempenho profissional

feito pelas Sociedades de

Especialidade, consoante as

normas estabelecidas pela

AMB e referendadas por seu

Conselho Científico. Desse

modo, o Título constitui um

referencial ético e científico.

A AMB é a detentora dos

Títulos de Especialista, como

consta no convênio que é celebrado entre ela

e as suas Sociedades, em sua cláusula 14ª.

Nesta, fica bem claro que: “As entidades

reconhecem como norma balizadora o

convênio assinado pela AMB, CFM e CNRM

do MEC (parágrafo 1º). Ainda, está estabele-

cido no parágrafo 2º: “A criação e reconhe-

cimento de especialidade médica e área de

atuação serão de competência da Comissão

Mista de Especialidades, conforme convênio

da AMB, CFM e CNRM”.

De acordo com Eleuses Paiva, presiden-

te da AMB, a especialidade constitui uma

área específica de medicina integrada por

um conjunto de conhecimentos de reconhe-

cida validade científica, atitudes, percepções

e habilidades necessárias para uma determi-

nada prática médica, definindo um núcleo

de atuação próprio e independente. Já a área

de atuação caracterizar-se-ia como uma ra-

mificação de uma especialidade ou pela

existência de interfaces entre duas ou mais

áreas da Medicina.

Portanto, a sociedade médica deve atuar

como formadora, organizadora da especia-

lidade, procurando sempre reunir os conhe-

cimentos específicos de sua área.

As resoluções do CFM 1634/2002 e,

mais recente, a 1763/2005 definem as nor-

mas orientadoras e reguladoras; a relação

das especialidades e das áreas de atuação

reconhecidas; as titulações e certificações

de especialidades médicas e certificados de

área de atuação. Assim, qualquer especia-

lidade médica deve ter, no mínimo, dois

anos de formação. As áreas de atuação

devem ter, por sua vez,

programas de formação

de pelo menos um ano de

duração. Quando houver

interface com duas ou

mais especialidades,

deverá haver convênio

assinado pelas respectivas

Sociedades.

Em 2004, a AMB, em conjunto com as

Sociedades de Especialidade, desenvolveu

esforços para normatizar a revalidação do

Título de Especialista e dos Certificados de

Área de Atuação, o que foi aprovado por

unanimidade por seu Conselho Científico.

Como resultado final, o CFM editou a

Portaria 1755/04, que instituiu a revalidação

de Títulos de Especialista e Certificados

de Área de Atuação e criou a Comissão

Nacional de Acreditação a fim de elaborar

normas e regulamento para este fim, além

de coordenar a emissão dos Certificados

de Revalidação. Com a revalidação dos

Títulos de Especialista e dos Certificados

de Área de Atuação, além da educação

continuada e permanente, a população brasi-

leira será, sem dúvida, a grande beneficiada.

Edmund Chada Baracat

Presidente da Federação Brasileira das

Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Secretário-Geral da Associação

Médica Brasileira

O Título constitui

um referencial

ético e

científico