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JAMB

JULHO/AGOSTO DE 2003

8

Congresso de

Política Médica

de discutir estratégias para ala-

vancar uma grande mobilização, a

exemplo do que ocorreu no Rio Ja-

neiro”, afirmou o presidente da

AMB, Eleuses Paiva.

A opinião da AMB foi endossa-

da pelo representante do Conselho

Federal de Medicina no evento, o

corregedor Roberto D’Avila. “Já

temos o diagnóstico dos nossos pro-

blemas. Já é momento de abando-

nar a fala e partir para ações mais

concretas em busca dos nossos ob-

jetivos”, sentenciou.

O presidente da Associação

Paulista de Medicina, José Luiz Go-

mes do Amaral, destacou a realiza-

ção do III Congresso Brasileiro e IV

Congresso Paulista de Política Mé-

dica na busca por soluções para o se-

tor de saúde nacional.

“Neste Congresso de Política

Médica, ao longo dos seus quatro

anos de realização, vimos nascer pro-

O painel Responsabilidade Pro-

fissional do Médico foi o segundo

tema tratado na sexta-feira, durante

o III Congresso Brasileiro e IVCon-

gresso Paulista de Política Médica.

Fernando Acayaba de Toledo,

juiz aposentado do 2ª Tribunal de

Alçada Civil de São Paulo abordou

aspectos sobre as demandas judi-

ciais contra os médicos.

“Como não há jurisprudência

sobre valores, as sentenças podem

atingir quantias exorbitantes”, ava-

liou. Segundo ele, a instauração da

“Justiça gratuita” tem incentivado

novas ações. “Como o autor não

tem compromisso com os custos

processuais caso perca a ação, isso

tem facilitado novas demandas ju-

diciais”, finalizou. “Esses questio-

namentos podem ser feitos nas es-

feras cível, penal ou administrati-

“Responsabilidade

profissional do médico”

va”, acrescentou Rosmary

Camargo, advogada e

mestre em direito pela

Faculdade de Direito

da USP, em sua pales-

tra. “Porém, o que te-

mos notado é que em

muitos casos a ação

poderia ter sido evita-

da caso houvesse uma

sadia relação médico-

paciente”, garantiu.

Já o médico Roberto

d’Ávila, conselheiro e correge-

dor do Conselho Federal de Me-

dicina, defendeu a imprevisi-

bilidade na medicina. “Nem tudo

na arte médica é previsível. E o

que tem fugido a essa regra tem

sido considerado erro médico”,

garantiu. Ele também defende a

boa relação médico-paciente

como forma eficaz de reduzir pos-

síveis ações. “O profissional pode

ter agido da forma mais correta

possível sob o ponto de vista ci-

entífico. Porém, se o paciente se

sentir descuidado, este motivo

será suficiente para levá-lo a acio-

nar o médico”, concluiu.

“Políticas Públicas de Saú-

de” foi o tema de abertura do Con-

gresso, na sexta-feira pela manhã.

“É ummomento importante para

o país, pois nossos governantes já

definiram suas políticas de trabalho.

Pretendemos com este Congresso

discutir questões ligadas à área da

saúde, no sentido de contribuir para

o desenvolvimento do setor”, sa-

lientou Florisval Meinão, diretor de

defesa profissional da APM, na

abertura do encontro.

Entre os palestrantes convidados,

o Secretário Executivo do Ministé-

rio da Saúde, Gastão Wagner, abor-

dou o tema “Financiamento atual do

sistema – perspectivas”, destacando

que o governo investe cerca de

R$300 per capita para cuidar da as-

sistência à população. “Nosso finan-

ciamento é insuficiente, temos um

teto, com recursos limitados e que,

portanto, devem ser racionalizados

para que possamos atingir um mo-

delo de equilíbrio”, salientouGastão.

“Políticas Públicas de Saúde”

Na esfera estadual, o Secretário de

Estado de Saúde de São Paulo, Luis

Roberto Barradas, apresentou o mo-

delo de assistência no Estado e plei-

teou reajustes para o setor. “Nossas

tabelas estãodesatualizadas.Algopre-

cisa ser feito, pois não é possível ex-

pandir o setor sem melhorar a quali-

dade do que está sendo feito”, criti-

cou. Já oSecretárioMunicipal deSaú-

de, Gonçalo Veccina Neto, defendeu

umtotal gerenciamento no setor. “En-

quanto não houver umgerenciamento

para discutir o que é solicitado, nunca

teremos recursos suficientes para es-

tabilizar o setor”, destacou Veccina.

Foram convidados como deba-

tedores os deputados federais Ro-

berto Gouveia (PT-SP) e Walter

Feldman (PSDB-SP), José Erivalder

Guimãres, presidente do Sindicato

dos Médicos de São Paulo, Samir

Dahas Bittar, diretor de Saúde Públi-

ca da Associação Médica Brasileira

e José Ricardo Messinati, da Fede-

ração Nacional dos Médicos.

postas que orientaram o movimento

médico nacional e foram consagra-

das durante a realização do Encontro

Nacional das EntidadesMédicas, em

Brasília”, destacou em seu discurso.

“Todas as propostas aqui tiradas fo-

ram importantes e devem ser acres-

cidas às deliberações doEncontroNa-

cional das Entidades Médicas em

nossa luta profissional”, acrescentou

Héder Murari Borba, presidente da

Federação Nacional dos Médicos.

A cerimônia de abertura contou

também com as presenças de Regina

Parizi, presidente do Conselho Regi-

onal de Medicina de São Paulo; Gon-

çalo Veccina Neto, Secretário Muni-

cipal de Saúde de São Paulo, Luiz

Roberto Barradas, Secretário de Esta-

do da Saúde de São Paulo, Rafael

Guerra, deputado federal e presidente

da Frente Parlamentar de Saúde e José

Erivalder Guimarães, presidente do

Sindicato dos Médicos de São Paulo.

O painel Especialização e

Recertificação Profissional encerrou

o primeiro dia de discussões sobre os

temas previstos no III CongressoBra-

sileiro e IV Congresso Paulista de

Política Médica. O coordenador da

mesa e 1º secretáriodaAMB,Aldemir

Humberto Soares, abriu os trabalhos

ressaltando a importância dos tra-

balhos da Comissão Mista, integrada

pela AMB, CFM e Comissão Nacio-

nal de Residência Médica.

“Esse trabalho foi responsável

pela unificação das especialidades

no país e também pelo aumento de

15 novos programas de Residência

Médica”, salientou.

Fábio Jatene, diretor Científico

da Associação Médica Brasileira e

integrante da Comissão Mista,

apresentou em sua palestra a real

situação no país sobre certificação

e recertificação. “Enquanto a

“Especialização e

Recertificação Profissional”

certificação contempla o conheci-

mento e o treinamento do profis-

sional, tornando-o apto a partici-

par do mercado, a recertificação as-

segura atualidade desse conheci-

mento e nível de suficiência”, des-

tacou. Ele também demonstrou

como outros países encaram a es-

pecialização e recertificação pro-

fissional. Na Europa, é voluntária

em 12 países e obrigatória em seis,

o mesmo ocorre no Canadá. Já nos

Estados Unidos, destacou Jatene,

a obrigatoriedade vale apenas para

algumas especialidades, enquanto

que na América do Sul ainda não

há consenso.

“A recertificação é imprescindí-

vel, pois padroniza e estabelece re-

quisitos para atuação do profissio-

nal. Entendo que não há como fugir

desta discussão neste momento em

nosso país”, finalizou Jatene.

oi durante a cerimônia

de abertura do III Con-

gresso Brasileiro e IV

Congresso Paulista de Política

Médica, realizado de 13 a 14 de

junho, no hotel Maksoud Plaza em

São Paulo, que começou a ser

delineada a realização de uma

grande mobilização política por

parte dos médicos paulistas emde-

fesa da dignidade profissional

(mais informações na pág. 10).

“Temos todo o cenário a nos-

so favor. O Ministério da Saúde

irá realizar um Fórum específico

para debater os planos de saúde.

Há uma Comissão Parlamentar

de Inquérito instaurada com o

mesmo objetivo. AFrente Parla-

mentar de Saúde trabalha em

busca de avanços no setor de saú-

de. Nós temos que fazer a nossa

parte. Por isso vamos conclamar

as entidades médicas no sentido