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JAMB

JULHO/AGOSTO DE 2003

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scolhido por ser o único Es-

tado brasileiro que dispõe

de uma legislação específi-

ca que permite ao Conselho Regio-

nal de Medicina a elaboração de uma

lista referencial de honorários, foi

lançada oficialmente no dia 15 de

julho, em Vitória, no Espírito San-

to, a Classificação Brasileira

Hierarquizada de Procedimentos

Médicos (CBHPM).

A cerimônia ocorreu no Centro de

Convenções de Vitória, durante ses-

são plenária solene do Conselho Re-

gional de Medicina do Espírito San-

to (CRM-ES), que reuniu membros

das diretorias da Associação Médi-

ca Brasileira (AMB), Conselho Fe-

deral de Medicina (CFM), Confede-

ração Médica Brasileira (CMB), Fe-

deração Nacional dos Médicos

(Fenam), além de presidentes e li-

deranças de entidades da área médi-

ca e do setor de saúde.

“O lançamento da Classificação

Brasileira Hierarquizada de Proce-

dimentos Médicos é um marco his-

tórico para a classe médica brasi-

leira. Mais ainda será a sua trans-

formação num instrumento bali-

zador não apenas para o setor pri-

vado, mas para todo o sistema na-

cional de saúde do país”, afirmou o

presidente da AMB, Eleuses Paiva,

na abertura da sessão plenária.

O presidente da AMB fez uma

apresentação detalhada do documen-

to, passo-a-passo, desde a idéia ini-

cial da realização do trabalho, em

2000, passando por todo o processo

de elaboração, incluindo a metodo-

logia empregada, até aspectos de sua

nova fase: a implantação junto às

operadoras de saúde.

A CBHPM apresenta todos os

procedimentos por região anatô-

mica, em quatro capítulos: no capí-

tulo 1 estão agrupados os procedi-

mentos gerais; o capítulo 2 reúne os

procedimentos clínicos ambula-

toriais e hospitalares; os procedi-

mentos cirúrgicos e invasivos estão

reunidos no capítulo 3, enquanto que

o capítulo 4 foi reservado para os

procedimentos diagnósticos e

terapêuticos. Em relação aos custos,

foi estabelecida a Unidade de Custo

Operacional (UCO), que incorpora

depreciação de equipamentos, ma-

nutenção, mobiliário, imóvel, alu-

guel etc. Este custo foi calculado

para os procedimentos de SADT de

cada Especialidade e os valores dos

portes e da UCO serão estipulados

pela AMB, alterados sempre que

necessário, com sugestão de banda

de 20% para regionalização.

A nova metodologia empregada na

CBHPM separa os cerca de 5.400 pro-

cedimentos em 14 portes, com

subportes em níveis A, B e C, totali-

zando 42. Os portes apresentam uma

banda de flexibilização – para mais ou

para menos – de até 20%.

Quanto à implantação, o presiden-

te da AMB adiantou que já teve reu-

niões com representantes da Unimed,

Unidas e Fenaseg, restando apenas

um encontro com a Abramge, enti-

dade que representa as empresas de

medicina de grupo. Paiva destacou

também que pretende desencadear

uma grande mobilização nacional no

sentido de buscar o diálogo com as

empresas operadoras de saúde para a

implantação da CBHPM.

“Por isso, será de fundamental

importância a participação de todos

os médicos para o sucesso de sua

implantação, pois a tendência natu-

ral de quem compra serviços é não

aceitar qualquer tipo de reajuste por

mais justo e ético que seja”, salien-

tou Paiva, acrescentando que os mé-

dicos não tiveram nenhum tipo de

reajuste de honorários nos últimos

sete anos.

“Agora temos uma lista ética, um

referencial para que a nossa categoria

possa dizer não àqueles que elaboram

estratégias para explorar o trabalho

médico”, sentenciou José Erivalder

Guimarães, vice-presidente da CMB,

em seu discurso durante o evento.

Já o representante da Fenam,

Alfredo Boa Sorte, destacou que a

classe médica deverá enfrentar gran-

de resistência para implantar a nova

classificação de procedimentos. “Por

isso, a mobilização e a unidade dos

médicos passa a ser essencial nesta

fase. Encontra-se nas mãos da cate-

goria a decisão em tornar este traba-

lho uma realidade. Sua implantação

será o respeito à dignidade da nossa

profissão”, avaliou.

Em seu pronunciamento, Edson

Andrade, presidente do CFM, enal-

teceu a seriedade com que o traba-

lho foi desenvolvido pelas Socieda-

des de Especialidade e reafirmou o

compromisso do CFM em editar uma

resolução garantindo sua aplica-

bilidade (ao lado).

“Não havia nenhuma outra ma-

neira científica e ética de organizar

os procedimentos médicos senão da

forma como foi apresentada neste

trabalho”, destacou. “Não se trata de

nenhum tipo de imposição da clas-

se. Essa foi a maneira que nós médi-

cos encontramos para dizer quanto

vale o nosso trabalho. É o nosso di-

reito à cidadania”, finalizou.

O presidente do CRM-ES, Celso

Murad, enfatizou a decisão das enti-

dades médicas nacionais pela esco-

lha do lançamento no Espírito Santo,

e também destacou a qualidade do

trabalho apresentado.

“Sabemos que foi um trabalho

árduo, calcado em muito esforço e

seriedade. O resultado é uma prova

de respeito das nossas entidades à

categoria na luta pela dignidade

profissional”, afirmou.

Murad adiantou que já na próxi-

ma semana o Conselho estará se reu-

nindo no sentido de elaborar uma re-

solução oficializando a CBHPM no

Estado, embora, pela legislação, dis-

ponha de um prazo de 90 a 120 dias

para a sua implantação.

O 1º tesoureiro da Associação

Médica Brasileira, Amilcar Martins

Giron, responsável pela coordena-

Momomomomomomomomomomomomomomomomomom

Classificação

Brasileira

Hierarquizada

de Procedimentos

Médicos

Lançamento oficial ocorreu no dia 15

de julho, em Vitória, no Espírito Santo

Eleuses Paiva

apresenta a

CBHPM à

comunidade

médica de Vitória

ção dos trabalhos da CBHPM, an-

tecipou que a Comissão Nacional

estará reunida já no mês de agosto

para dar início aos trabalhos de

reavaliação da CBHPM.

“Até lá, acredito que já teremos

recebido sugestões e também críticas,

que serão criteriosamente avaliadas,

no sentido de corrigir possíveis

distorções”, afirmou Giron.

Dois dias após o lançamento ofi-

cial, em Vitória, a Classificação

Brasileira Hierarquizada de Proce-

dimentos Médicos foi apresentada

RESOLUÇÃO CFM

O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou, em plenária

realizada no mês de agosto, a Resolução que adota a Classificação

Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos como o pa-

drão mínimo e ético de remuneração dos procedimentos médicos

para o Sistema de Saúde Suplementar. Em seus artigos 1° e 2°, o

CFM ratifica as propostas encaminhadas pelo Encontro Nacional

de Entidades Médicas ao Conselho. A Resolução determina:

Art.1

o

- Adotar como padrão mínimo e ético de remuneração

dos procedimentos médicos, para o Sistema de Saúde Suplemen-

tar, a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos

Médicos, incluindo suas instruções gerais e valores.

Art. 2

o

- Os valores relativos aos portes de procedimentos

deverão ser determinados pelas entidades médicas nacionais por

intermédio da Comissão Nacional de Honorários Médicos.

Parágrafo único - As variações, dentro das bandas determi-

nadas nacionalmente, serão decididas pelas Comissões Estaduais

ou Regionais de Honorários Médicos, levando-se em conta as

peculiaridades regionais.

aos médicos pernambucanos em ce-

rimônia realizada no auditório do

Sebrae, em Recife. Nos dias 8 e 9

de agosto, em Belo Horizonte e

Porto Alegre, respectivamente, o

presidente da AMB, Eleuses Paiva,

apresentou o trabalho aos médicos

mineiros e gaúchos.

AClassificação Brasileira Hierar-

quizada de Procedimentos Médicos

encontra-se à disposição dos interes-

sados e pode ser obtida na AMB pelo

tel. (11) 3266.6800 ou pelo

site

www.amb.org.br

.

Vitória: as

lideranças

médicas e a

nova lista

referencial de

honorários

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