Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  5 / 17 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 5 / 17 Next Page
Page Background

JAMB

JULHO/AGOSTO DE 2003

6

AMM

Representada pelo diretor de Relações Internacionais, David Miguel

Cardoso, a AMB participou da 164

a

sessão do Conselho da Associação

Médica Mundial (AMM), realizada de 15 a 18 de maio, em Divonne-

les-Bains, na França. No evento, o israelense Yoran Blachar foi eleito

presidente do Conselho. Além da eleição, outros assuntos estiveram

em pauta na reunião: Declaração de Helsinki, venda de material huma-

no reprodutivo, violência e saúde, investigação forense de desapareci-

dos, regulamentação em conflitos armados, Sars e a instituição da data

de 17 de setembro como o “Dia da Ética Médica”.

M

ERCOSUL

Na última reunião da CIMS – Comissão de Integração de Médicos

do Mercosul realizada emMontevidéu, no Uruguai, nos dias 26 e 27 de

junho, foi aprovada moção para envio aos governos de seus respecti-

vos países sobre a abertura indiscriminada de novas escolas médicas,

considerando as peculiaridades de cada país e a valorização da garantia

do ensino médico no Mercosul. Em relação ao mercado de trabalho, foi

ressaltada a necessidade de um plano de carreira para os médicos, que

é visto como fator atrativo e visa, prioritariamente, a interiorização da

medicina.

P

ROJETO

D

IRETRIZES

No último final de semana do mês de julho, o departamento científi-

co da AMB promoveu, em São Paulo, a IV Reunião de Trabalho do

Projeto Diretrizes AMB-CFM. O curso contou com a presença de 13

médicos representantes de Sociedades de Especialidade. Novos cur-

sos, dirigido às Especialidades que ainda não participaram do evento e

a interessados de outras entidades, estão programados. O próximo está

previsto para os dias 29 e 30 de agosto. Inf. (11) 3266.6800 R.131 com

Luciene ou

diretrizes@amb.org.br

C

ONSELHO

F

ISCAL

O Conselho Fiscal da AMB esteve reunido para apreciar o relatório

das atividades da diretoria da entidade (período de 1º de outubro de

2002 a 31 de março de 2003), relatório de auditoria, balanço patrimonial

e comentários financeiros. Todos os relatórios foram aprovados por una-

nimidade.

S

EGURO

M

ÉDICO

Diretores das quatros entidades médicas nacionais - AMB, CFM,

Fenam e CMB - além de representantes de Sociedades de Especialida-

de estiveram reunidos no mês de abril, na sede da AMB, para debater

questões sobre o Seguro Médico de Responsabilidade Civil.

o dia 10 de junho, a Câma-

ra dos Deputados deu iní-

cio aos trabalhos de uma

Comissão Parlamentar de Inquérito

sobre os Planos de Saúde. Seu obje-

tivo principal, segundo o presidente

da CPI, deputado Henrique Fontana

(PT-RS), é investigar denúncias so-

bre as irregularidades na prestação

de serviços no setor e também a atu-

ação da Agência Nacional de Saúde

Suplementar (ANS).

Fontana conta com o auxílio das

associações médicas e dos órgãos

de defesa do consumidor para reu-

nir uma série de denúncias e recla-

mações de usuários de planos de

saúde, bem como falhas na lei

9656/98, que regula o setor. “Atra-

vés das reclamações recolhidas con-

tra os planos de saúde junto às enti-

dades médicas e de defesa do con-

sumidor vamos iniciar na Câmara

uma investigação detalhada e

criteriosa da atuação das empresas

de saúde suplementar”, destaca o

presidente da CPI. “Vamos detec-

tar os conflitos e propor soluções

para que o consumidor não sofra os

problemas que vem enfrentando nos

dias de hoje”, completa.

A previsão é de que a CPI tenha

duração de 120 dias, porém, segun-

do o deputado Henrique Fontana,

caso haja necessidade de investiga-

ções mais detalhadas, os trabalhos

da Comissão poderão se estender por

mais 60 dias. Em sua fase inicial, vai

receber denúncias dos cidadãos a

respeito dos planos de saúde, que

poderão ser encaminhadas por carta

à Câmara, ou para o e-mail do pre-

sidente da Comissão (dep.henrique-

fontana@camara

. gov.br).

Até o fechamento desta edição,

a CPI já havia ouvido o diretor do

Departamento de Proteção e Defe-

sa do Consumidor do Ministério da

Justiça, representantes do Procon e

Idec – Instituto de Defesa do Con-

sumidor, além dos presidentes do

Conselho Federal de Medicina e

Federação Nacional dos Médicos.

AMB

O presidente da AMB, Eleuses

Vieira de Paiva, e o diretor de Saú-

de Pública da entidade, Samir

Dahas Bittar, também foram ouvi-

dos na CPI. Eleuses Paiva defen-

deu a necessidade de regulamentar

o setor privado de saúde, pois a le-

gislação em vigor favorece o setor

empresarial e não normatiza a rela-

Planos de saúde: CPI

NOTAS DAAMB

Cartões de desconto

A Agência Nacional de Saúde

Suplementar (ANS) proibiu as opera-

doras de planos de saúde que

comercializem cartões de desconto.

A ANS entende que os cartões não se

enquadram na Lei nº 9656, já que não

asseguram assistência mínima ao

consumidor exigida pela Lei. Segun-

do o presidente da ANS, Januário

Montone, o Ministério da Saúde já

enviou ao Congresso projeto de lei que

proíbe a venda de cartões por qualquer

tipo de empresa. O principal motivo,

segundo a ANS, é que o cartão pode

induzir o segurado à idéia de que está

amparado quando, na realidade, terá de

arcar com os custos no momento em

que necessitar de atendimento.

TFE

Todos os médicos da cidade de

São Paulo estão isentos de pagar a

Taxa de Fiscalização de Estabeleci-

mentos (TFE) à Prefeitura do Muni-

cípio de São Paulo. O Conselho Re-

gional de Medicina de São Paulo

(Cremesp) e a Associação Paulista

de Medicina (APM) obtiveram

liminar, assinada pela juíza federal

Tânia Regina Marangoni Zauhy, que

impede o município de cobrar a Taxa

de Fiscalização de Estabeleci-

mento dos médicos da capital, por

considerá-la uma bitributação - já

que cobrança semelhante é feita pelo

governo do Estado de São Paulo,

por meio da Taxa de Fiscalização e

Serviços Diversos.

Contrato

Operadoras de planos de saúde e hos-

pitais terão que firmar contrato regulan-

do a prestação de serviços e a remunera-

ção devida, com revisão anual de valores,

segundo resolução da Agência Nacional

de Saúde Suplementar (ANS) publicada

no início de julho na Imprensa Nacional.

Os que não têm contrato firmado serão

obrigados a fazê-lo; os que já têm, terão

que revê-lo e, se preciso, modificá-lo den-

tro do prazo de 180 dias. Há promessa da

ANS de que as novas regras, em breve,

também serão aplicadas às clínicas, labo-

ratório e consultórios médicos.

caução dos usuários de planos de

saúde, praticada pelos hospitais.

Para ele, a Resolução foi redigida

de maneira incorreta, porque não

especifica quem arcará com as des-

pesas caso o plano de saúde não

cubra o atendimento hospitalar

prestado ao usuário. Em sua opi-

nião, deve ficar muito claro no do-

cumento que quem paga a conta é

o plano de saúde.

O diretor de Saúde Pública da

Associação Médica Brasileira,

Samir Bittar, classificou de “sem

precedentes” a crise por que pas-

sa a saúde. A ANS, em sua avali-

ação, tem responsabilidade com a

preservação do equilíbrio do sis-

tema, “o que não vem cumprin-

do”. Nos últimos oito anos, infor-

mou, os médicos não tiveram re-

ajuste nos valores pagos pelas

operadoras dos planos. “Do Pla-

no Real até agora, o INPC atingiu

150%, enquanto o índice de rea-

juste nos planos ao consumidor

chegou a 170%”. Ele ressaltou

ainda que, atualmente, a consulta

paga pelos planos aos médicos

credenciados é de 10% do salário

mínimo e, dos R$ 25, sobram cer-

ca de R$ 6 ou R$ 7 para o médi-

co, já que ele tem custos com con-

sultório, empregados, equipamen-

tos etc. “A Medicina nacional está

sofrendo um golpe que precisa ser

revertido”, afirmou.

ção entre as operadoras e os pres-

tadores de serviços. O presidente da

AMB criticou a restrição das ope-

radoras a alguns procedimentos mé-

dicos e apresentou uma pesquisa

realizada pelo DataFolha, indican-

do que 93% dos médicos afirmam

haver interferência dos planos de

saúde em seu trabalho; 89% avali-

am os planos de saúde como regu-

lares e ruins; e 72% revelam que são

pressionados a não atender pacien-

tes com doenças preexistentes. En-

tre as principais queixas da catego-

ria médica estão a pressão que re-

cebem das operadoras para dar alta

precoce aos pacientes, com menor

tempo de internação, e a restrição a

pedidos de exames e outros proce-

dimentos, além do descreden-

ciamento que é promovido caso o

médico não cumpra as determina-

ções do plano de saúde.

O presidente da AMB denun-

ciou ainda que os reajustes conce-

didos às operadoras de planos de

saúde não foram repassados a mé-

dicos e hospitais e sugeriu a cria-

ção de uma comissão dentro da

Agência Nacional de Saúde Suple-

mentar para acompanhar as discus-

sões de honorários profissionais e

o atendimento integral nos planos

de saúde.

Também aproveitou a ocasião

para criticar a Resolução da ANS

que proíbe a exigência de cheque-

CPI dos planos: denúncias do presidente da AMB, Eleuses Paiva