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JAMB

JULHO/AGOSTO DE 2001

7

LIMBITROL

AMB, o Conselho Federal

de Medicina e o Conselho

Regional de Medicina-SP

entraram dia 19 de julho com

representação junto ao Ministério

Público Federal pedindo a instau-

ração de inquérito civil público para

anulação da convocação do exame

vestibular da Universidade Paulista

(Unip) para a abertura de cursos de

Medicina em suas várias unidades,

sendo uma unidade na capital

paulista, sete no interior, uma em

Goiânia e outra em Brasília.

OMinistério Público Federal em

São Paulo acatou a representação

das entidades médicas e já iniciou

o processo de investigação,

Ação contra novos

cursos da Unip

solicitando pareceres sobre os

cursos da Unip ao MEC, Conselho

Estadual de Educação e Conselho

Nacional de Saúde.

Além da publicação de um

comunicado na imprensa, as

entidades também encaminharam

correspondência ao Conselho

Nacional de Educação solicitando

posicionamento do órgão em relação

à abertura dos novos cursos.Apresen-

tamargumentos contrários à abertura,

além de destacar que no “Estado de

São Paulo já existem 23 escolas

médicas, formando cerca de 24.00

novosmédicos por ano. Comas vagas

pretendidas pela Unip, commais oito

cursos no Estado, esse número

ultrapassaria três mil por ano”.

Além disso, aborda também a

qualidade e a avaliação do ensino

médico no Brasil: “os resultados do

Provão do MEC e a avaliação

Cinaem têm demonstrado a má

qualidade do ensino em muitas

escolas do país. Muitos cursos de

Medicina, sobretudo privados, têm

problemas sérios em relação à

qualificação do corpo docente e

faltam equipamentos adequados,

como hospital-escola. Os alunos

saem despreparados dessas escolas,

sequer conseguem vagas nas

Residências Médicas e partem para

a prática médica totalmente des-

preparados”, conclui o documento.

Audiência no MEC

Quatro assuntos fizeram

parte da pauta da reunião

que as entidades médicas

nacionais (AMB e CFM)

tiveram com o ministro da

Educação Paulo Renato, no

mês de agosto, em Brasília: a

situação

dos

hospitais

universitários do país; a

abertura de novas escolas

médicas, graduação em

Medicina no Mercosul; prova

de suficiência de língua

portuguesa para médicos

estrangeiros exercerem a

profissão no Brasil.

Quanto aos novos cursos,

a posição apresentada pelas

entidades é de que o

Conselho Nacional de Saúde

passe a ter poder deliberativo

sobre a abertura de novos

cursos de medicina. Em

relação ao primeiro item da

pauta, houve a promessa

para, em conjunto com o

Ministério da Saúde, novos

investimentos no

setor

visando reaparelhagem, infra-

estrutura e reformas. Sobre a

integração entre profissionais

do Mercosul, a queixa é com

relação ao processo de

reconhecimento que se

encontra em ritmo acelerado,

e que esse mecanismo deve-

ria ser submetido a novos

estudos e aprimoramento.

Finalmente, sobre a sufi-

ciência de língua portuguesa,

as entidades entendem que

deveria ser implantada no

país uma prova específica

para a validação do diploma.

AAssembléia Legislativa derrubou o veto do governador do estado de São

Paulo ao Projeto de Lei nº 283/2000 do deputado estadual Vanderlei Siraque

(PT) que acaba com a indústria de ensino na área da saúde.

Com a aprovação do projeto - que foi discutido com o Conselho Regional

de Medicina do Estado de São Paulo, Sindicato dos Médicos e com a Federação

dos Estudantes de Medicina - os pedidos de criação dos cursos de graduação

na área da saúde, por universidades e demais instituições de educação superior,

passam a ser encaminhados ao Conselho Estadual de Educação e submetidos

à prévia avaliação do Conselho Estadual de Saúde.

As instituições que estiverem em funcionamento também serão avaliadas

pelos Conselhos. “Caso não estejam de acordo com os critérios estabelecidos

e esgotado o prazo fixado para o saneamento, haverá reavaliação, que poderá

resultar na suspensão temporária ou desativação dos cursos autorizados”, afirma

Siraque.

Estudo realizado pelo Conselho Federal de Medicina conclui que o número

de médicos cresce em uma razão duas vezes maior que o crescimento

populacional do país. Em São Paulo, a relação é de um médico para cada 479

habitantes, sendo que o número ideal, indicado pela Organização Mundial de

Saúde é de um médico para cada mil habitantes.

“Muitos médicos chegam despreparados ao mercado de trabalho em

decorrência da existência de instituições caça-níqueis, que não têm nem

hospitais universitários”, declara Siraque. O deputado entende que isso

representa um sério risco para a saúde do paciente e para a sociedade.

Cai veto do governador

ao ensino médico em SP

Márcio Arruda