Background Image
Previous Page  9 / 15 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 9 / 15 Next Page
Page Background

JAMB

JULHO/AGOSTO DE 2001

9

ANADOR

primeira fase do projeto

Diretrizes, iniciada pela

AMB e CFM em conjunto

com as Sociedades de Especia-

lidade no final de 2000, está

finalizada. O trabalho será apre-

sentado no dia 25 de outubro, em

Manaus, durante o II Encontro

Nacional dos Conselhos de

Medicina. Foram preparadas, nesta

primeira etapa, 40 Diretrizes, sendo

que outras 29 encontram-se em

andamento, devendo ser incluídas

em uma segunda etapa do projeto.

“Muito mais importante que a

grande quantidade de Diretrizes

finalizadas neste curto espaço de

tempo, é preciso ressaltar o

excelente nível científico dos

trabalhos, exatamente o que

buscávamos”, explica o diretor

científico da AMB, Fábio Jatene.

“A segunda fase do projeto

compreenderá a distribuição e

implantação do projeto em nível

nacional”, completa Eleuses Paiva,

presidente da AMB.

O projeto teve início em outubro

do ano passado, mas foi somente a

partir de uma reunião específica

sobre Diretrizes, realizada em

dezembro, na sede da AMB, é que

os resultados começaram a surgir,

com a entrega dos primeiros

Diretrizes: primeira

fase já finalizada

Projeto da AMB, CFM e Especialidades concluiu

40 Diretrizes para condutas médicas

trabalhos. Das 56 Sociedades de

Especialidade filiadas à AMB, 27

participaram do projeto, tendo

algumas delas, como a Febrasgo,

contribuído com até cinco Diretrizes.

O projeto teve a coordenação de

Raul Cutait, além de uma Comissão

Técnica especialmente formada e

composta pelos médicosWanderley

Marques Bernardo, Moacyr Ro-

berto Cuce Nobre e José Eluf Neto,

esse trabalho contou ainda com a

participação de Antonio Vaz

Carneiro, diretor do Instituto de

Qualidade em Saúde, órgão

governamental responsável pela

elaboração das Diretrizes em

Portugal. Ele foi convidado pela

AMB e CFM especialmente para

colaborar no trabalho desenvolvido

pelas entidades.

“Esse trabalho realizado pelas

entidades pode ser comparado aos

existentes em outros países”,

avalia Wanderley Marques Ber-

nardo, integrante da Comissão

Técnica. “Com certeza, podemos

afirmar que, pela metodologia e

características empregadas na

produção das nossas Diretrizes,

estamos dentro dos padrões

internacionais utilizados na

atualidade por países como EUA,

Canadá e Portugal, considerados

vanguarda em trabalhos desse

tipo”, conclui.

O projeto Diretrizes tem como

abrangência todo o território

nacional, sendo totalmente baseado

em orientação diagnóstica, tera-

pêutica e preventiva, abordando

temas de grande importância e

relevância entre as especialidades.

“As Sociedades tiveram total

liberdade para a escolha dos temas,

cujos resultados irão garantir a

melhoria no nível de atendimento

ao paciente, exatamente o nosso

objetivo principal”, finalizou Fábio

Jatene.

Em uma reunião na sede do CFM, em Brasília, o ministro da Saúde, José

Serra, anunciou a assinatura de uma portaria para estimular a captação e a

retirada de órgãos, visando a ampliação do número de transplantes no país.

O assunto mais importante do encontro, também integrante da pauta da

reunião, foi a discussão sobre os critérios utilizados na lista de espera para

transplante de fígado. Entidades como AMB, CFM, Ordem dos Advogados

do Brasil e ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos

defendem a manutenção da atual política de distribuição.

“Entendemos que se os critérios ainda não são perfeitos pelo menos ainda

é a forma mais transparente de distribuição dos órgãos para transplante”,

afirma Renato Ferreira da Silva, professor adjunto da Faculdade de São José

do Rio Preto e representante da AMB no encontro. ”Hoje o paciente sabe em

que posição se encontra na lista e que ninguém será privilegiado”, avalia.

Em relação à portaria (nº 1.117 de 2001), aumenta os valores de

remuneração dos procedimentos de captação e retirada de todos os órgãos na

tabela do Sistema Único de Saúde. No caso do fígado, o valor dos honorários

médicos para a retirada do órgão passa de R$ 390,00 para R$ 1.170,00. O

procedimento de localização e abordagem de possível doador também teve

seu valor triplicado, passando de R$ 70,00 para R$ 210,00.

Portaria favorece transplantes

Representantes da Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de

Medicina, Comissão Nacional de Residência Médica e Associação Nacional

dos Médicos Residentes participaram no mês de agosto, em Brasília, da

audiência pública que discutiu a atual crise que está comprometendo a

Residência Médica no país.

“A AMB entende que o sistema de Residência Médica nacional é de

extrema importância para a formação do médico e, por isso, deve ser revisto

e atualizado”, avalia o secretário-geral da AMB, Aldemir Humberto Soares,

representante da entidade na audiência.

No encontro com a deputada Angela Guadagnin (PT/SP), que presidiu a

sessão, foram apresentadas várias sugestões para o setor. Entre elas uma

revisão da legislação, através de um projeto do deputado Eduardo Jorge,

elaborado em 1991, e que se encontra atualmente na Comissão de Constituição

e Justiça.

Outro ponto discutido foi em relação à fiscalização. AComissão Nacional

de Residência Médica não tem condições de fiscalizar todas Residências

existentes, e como solução foi sugerido que essa tarefa passe a ser

incumbência da AMB, através de suas Sociedades de Especialidade. As

entidades deixaram o encontro com a promessa de que a deputada irá

promover reuniões com o Ministério da Saúde e da Educação, com o objetivo

de solucionar os problemas existentes.

Residência Médica

Representando o Conselho

Federal de Medicina e a As-

sociação Médica Brasileira, o vice-

presidente do CFM, Abdon Murad,

participou, no mês de junho, na

Comissão de Seguridade Social e

Família da Câmara dos Deputados,

em Brasília, de Audiência Pública,

para discutir a tabela de procedi-

mentos do SUS e a situação de

endividamento dos hospitais

conveniados.

Discussões sobre a tabela do SUS

Durante a Audiência Pública,

Abdon Murad mostrou que os

médicos e os hospitais que tra-

balham para o SUS são muito mal

remunerados, o que poderá invia-

bilizar o atendimento em pouco

tempo. Participaram, também, da

Audiência Pública a Federação

Brasileira de Hospitais, a Federa-

ção Nacional dos Médicos e a

Confederação Nacional de Saúde.

Ficou decidido que os deputados

que compõem a Comissão de

Seguridade Social e Família traba-

lharão, de 15 em 15 dias com as

entidades representativas dos mé-

dicos e dos hospitais, visando o

mais rápido possível apresentar

uma nova proposta de remuneração,

baseada em tabelas elaboradas pelo

CFM em parceria com a AMB e a

Confederação Nacional de Saúde e

em uma feita pela Federação

Nacional dos Médicos.

Jatene: “Excelente nível

científico dos trabalhos”

Márcio Arruda

Márcio Arruda