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JAMB

JULHO/AGOSTO DE 2001

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SAÚDE: AVALIAÇÃO DETALHADA

-

Com o

objetivo de discutir o relacionamento entre médicos,

entidades médicas e hospitais, além de uma abordagem

sobre a estrutura atual dos hospitais brasileiros, a

Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de

Medicina e Federação Brasileira de Hospitais

realizaram, na sede da AMB, no mês de julho, um

detalhado projeto de planejamento estratégico conjunto

visando equacionar problemas existentes nesse relacio-

namento.

A metodologia de trabalho foi a mesma empregada

em planejamentos anteriores: dinâmicas de grupo, visualização móvel, objetivando a eliminação de discussões

redundantes e priorizando o consenso.

No encontro, decidiu-se também pela criação de um fórum permanente, composto pelas três entidades,

que terá a missão de não somente conduzir todo o trabalho desenvolvido no planejamento estratégico como

vigiar as questões relativas à área hospitalar e médica de forma permanente.

Participaram da reunião os presidentes daAssociação Médica Brasileira, Eleuses Vieira de Paiva, do Conselho

Federal de Medicina, EdsonAndrade, e da Federação Brasileira de Hospitais, Carlos Eduardo Ferreira. Também

estiveram presentes os dirigentes da AMMG, José Guerra Lages, e do Conselho Regional de Medicina/MG,

Francisco José Caldeira Reis, além de lideranças médicas de outros Estados.

ANS discute descredenciamento

Associação Médica Bra-

sileira e o Conselho Fe-

deral de Medicina apre-

sentaram para discussão

na Agência Nacional de Saúde

Suplementar uma proposta para a

elaboração de uma resolução que

normatize o credenciamento e

descredenciamento dos médicos

por parte das empresas operadoras

de planos e seguros-saúde.

“O assunto foi discutido na

última reunião da Câmara Suple-

mentar, e como era de se esperar as

operadoras de saúde tentaram

minimizar a questão, relegando-a a

um segundo plano”, explica Samir

Bittar, representante da AMB e

CFM na ANS.

Embora a Câmara Suplementar

tenha apenas poder consultivo,

sendo que as deliberações são

tomadas pela direção da ANS, é

importante que haja consenso entre

os segmentos da saúde. No entanto,

Samir Bittar informou que existe

um grande interesse por parte da

ANS em regulamentar a questão, ao

contrário da decisão dos repre-

sentantes das empresas operadoras

de saúde na Câmara Suplementar.

“Há uma forte sinalização da

direção daAgência na busca por um

entendimento visando normatizar o

assunto. Pude perceber que não será

uma questão a ser deixada para se-

gundo plano, pois interessa direta-

mente aos usuários”, continua

Samir.

Nas próximas reuniões da ANS,

as entidades médicas deverão

apresentar sugestões para a

elaboração dessa norma. “Por isso,

A proposta é das entidades médicas e visa normatizar o setor de saúde

é muito importante a participação

das Federadas e Sociedades de

Especialidade neste processo com

o envio de suas considerações”,

explicou Samir. A Resolução 1616

do CFM, que proíbe o descre-

denciamento de médicos sem uma

causa justa, será o ponto de partida

para a confecção dessas normas.

“Embora esteja sendo contes-

tada judicialmente pelo grupo

Ciefas, por entender que cre-

denciamento ou descredenciamento

não é ato médico e portanto não

seria alçada do CFM normatizar o

assunto, estamos solicitando que

tanto as Federadas como as

Especialidades utilizem o docu-

mento do Conselho como base para

sua elaboração”, finaliza Samir.

Honorários médicos

Outro ponto de reivindicação

das entidades médicas na ANS é

com relação aos honorários

médicos, sem reajuste há mais de

sete anos por parte das empresas de

saúde. Por interferência da própria

Agência, as entidades médicas

começaram a discutir o assunto com

as operadoras de saúde, realizando

algumas reuniões. Na pauta de

discussões, que será aprofundada

em outros encontros, além de

remuneração e honorários médicos,

também deverá ser incluído o

projeto Diretrizes, que está sendo

elaborado pela AMB/CFM e

Sociedades de Especialidades e a

responsabilidade e co-responsa-

bilidade de profissionais e planos

de saúde nas questões éticas, civis

e penais.

Foi suspensa a portaria do

Ministério da Saúde que facultava

aos enfermeiros o direito de

prescrever medicamentos e tratar

de portadores de DST/Aids em

programas de saúde pública. Este

foi o resultado da reunião, dia 13

de junho no Ministério da Saúde,

entre o presidente do Conselho

Federal de Medicina, Edson

Andrade, e o secretário Cláudio

Duarte.

Além da suspensão da portaria,

ficou acertado também que será

criada uma comissão, composta

Os abusos das operadoras de

planos de saúde contra médicos e

pacientes, que têm provocado

grande número de reclamações

junto ao Idec e ao Procon, além das

seguidas denúncias de médicos

sobre pressões para reduzir exames,

internações e outros procedimentos,

demonstram que a Saúde Privada do

Brasil ainda está longe de encontrar

uma solução para melhorar o

atendimento.

Com o objetivo de garantir a

qualidade em todas as etapas do

atendimento, bem como

o livre

exercício profissional de toda a classe,

a Associação Paulista de Medicina

acaba de disponibilizar em seu portal

www.apm.org.br

- uma pesquisa

para mapear o Sistema de Saúde

Privado. Dirigida a médicos,

associados ou não, a pesquisa visa

detectar falhas, encaminhar ações e

propostas para que os abusos de

Pesquisa irá mapear

operadoras de saúde

operadoras contra usuários e médicos

sejam resolvidos.

Esta pesquisa sobre o setor de

planos de saúde marca uma nova

etapa da campanha “Tem plano de

saúde que enfia a faca em você - E

tira o sangue dos médicos”, lançada

em junho de 2000 pela Associação

Paulista de Medicina, em conjunto

com as entidades médicas (CFM,

AMB, CREMESP, SIMESP) e

Sociedades de Especialidade.

Enfermeiros: prescrição proibida

por membros da AMB, CFM e

Ministério da Saúde, que terá a

responsabilidade de definir uma

norma orientadora sobre o assunto.

A portaria que resguardava o

direito aos enfermeiros foi repudiada

por todas as entidades médicas,

especialmente as Sociedades de

Especialidade ligadas à AMB. A

Sociedade Brasileira de Dermatologia,

através do seu presidente, Bernardo

Gontijo, encaminhou ofício à AMB,

esclarecendo que “entende que o

tratamento de qualquer doença é um

processo complexo, que não pode ser

banalizado com o argumento

simplista de que os medicamentos

têm indicações e dosagens padro-

nizadas. Aqueles que se propõem a

tratar tais entidades devem possuir

sólidos conhecimentos sobre a

doença, o doente e a droga. Este

último item engloba os efeitos

colaterais, muitos deles de loca-

lização cutâneo-mucosa, cujo

diagnóstico implica em conhe-

cimentos dermatológicos que não se

adquirem aleatoriamente, nem

mesmo com a supervisão de

enfermeiros”.

Reuniões das entidades médicas com o segmento das empresas de saúde: início das negociações sobre honorários médicos

O nome da Associação Médica

Brasileira, Associação Médica de

Minas Gerais e Sociedade

Brasileira deAlergia e Imunologia,

bem como do ex-presidente

Charles K. Naspitz, está sendo

usado ilegalmente por Ary Henn

Júnior, que diz ser editor-

presidente

da

empresa

“Guanabara Koogan &Manole”,

a fim de vender a assinatura do

Journal of Allergy and Clinical

Immunology, o que não é verdade.

Portanto, qualquer sócioque tenha

Alerta aos sócios

conhecimento sobre o assunto e que

seja visitado por pessoas que se

apresentem em nome da AMB ou

que de alguma forma envolvam o

nome de qualquer entidade, deverá

entrar em contato telefônico coma

sede da entidade para confirmar a

autenticidade do procedimento.

Vale lembrar que as únicas pessoas

que atualmente têm autorização

para oferecer seguros do Clube

Médico aos médicos são os

funcionários da seguradora

Previdência do Sul.

Fotos: Osmar Bustos