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sofrer muito, especialmente a mais pobre e caren-

te, que depende exclusivamente do SUS. É tam-

bém necessário investir mais em pesquisa e de-

senvolvimento, retirando as amarras existentes,

para que o Brasil seja competitivo em nível mun-

dial. Não vislumbramos melhorias se não aconte-

cer aumento do financiamento, melhorias da ges-

tão e sério combate à corrupção. Precisamos, sim,

melhorar o acesso com qualidade. Na saúde su-

plementar, a ANS precisa exercer melhor seu pa-

pel e entender que o Brasil têm de conviver bem

com os dois sistemas. O governo precisa se con-

centrar em seu verdadeiro foco como agência re-

guladora. Precisamos cada vez mais trabalhar

com diretrizes e saúde baseada em evidências.

JAMB - Qual deve ser o principal objetivo

do movimento médico neste ano?

R -

União, causas coletivas, melhorias para a saú-

de de nossa população. Esclarecer aos nossos pa-

cientes, amigos, nossas famílias as verdades do

sistema de saúde brasileiro. Buscar dados e infor-

mações precisas e divulgar amplamente. Focar em

contribuir paramelhorias na assistência, no ensino,

na pesquisa. Atentar para a importância do aces-

so com qualidade, da boa formação médica, tanto

na graduação quanto na pós-graduação. No âmbi-

to associativo, estreitar ainda mais as relações en-

tre todas as entidadesmédicas, nossas federadas da

AMB e nossas sociedades de especialidade.

JAMB - Quais as dificuldades que o

movimento enfrentará?

R -

A “guerra política”, especialmente por se tratar de

um ano eleitoral e de Copa do Mundo, em que dis-

cursos dissimulados são frequentes e ocorre mani-

pulação de dados e informações. Vamos pautar as

verdades e contribuir para a escolha de pessoas com-

prometidas comas causas sociais, que realmente im-

pactamna vida das pessoas. Ainda é imperativo que

mostremos quem somos à população, o que faze-

mos, como trabalhamos, emque condições, sob que

regime de trabalho e remuneração.

JAMB - Como avalia a política atual de ensi-

no médico e de escolas de medicina?

R -

O governo tem se mostrado preocupado com

quantidade. Nós defendemos ter a quantidade

necessária e com qualidade. Deveria haver mais

rigor com a qualidade do ensino. Nesse momen-

to, temos o exemplo da Universidade Gama Fi-

lho, do Rio de Janeiro, mostrando o caos lá insta-

lado e onde não se enxerga a devida preocupação

com os alunos que lá estudam. Existem outros

cursos de medicina que não são bem avaliados.

Na contramão, o governo diz que vai ampliar va-

gas em escolas existentes e abrir novas escolas. O

que o governo tem feito com as escolas que não

são bem avaliadas? Na residência médica, que

tem sido o melhor padrão de formação para a

assistência, o governo interfere negativamen-

te, como o Provab (Programa de Valorização dos

Profissionais na Atenção Básica) e a abertura de

vagas, sem se preocupar com a manutenção dos

critérios de qualidade. Defendemos mais vagas

para a residência médica, notadamente nas áreas

básicas. Queremos ajudar a construir as melho-

res condições de saúde para o nosso povo, quer

seja ele atendido pelo sistema público ou priva-

do. Durante toda a nossa formação médica, a fa-

culdade e a residência, por exemplo, estamos em

instituições em que atendemos e tratamos os pa-

cientes do sistema público de saúde. Gostamos

dos pacientes e eles jamais deixarão de ser nosso

principal foco.

janeiro/fevereirO

2014 •

JAMB

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