Érico Antônio
Gomes de Arruda
Infectologista doHospital São José de Doenças Infecciosas, de Fortaleza/CE, Érico AntônioGomes de Arruda
já foi diretor-clínico. Fez residência emClínicaMédica (HSPE/SP - 1989) e Infectologia (HC-FMUSP/SP – 1990
a 1992), mestrado em Infectologia pela FMUSP (1996) e Doutorado emCiênciasMédicas pela UFC (2011). Foi
presidente da Sociedade Cearense de Infectologia por duas gestões, 2º Secretário e Vice-Presidente da Sociedade
Brasileira de Infectologia (SBI) e atualmente é consultor doDepartamentoNacional de DST/AIDS e Hepatites
Virais doMinistério da Saúde. Em janeiro, assumiu a presidência da SBI e concedeu ao
JAMB
a seguinte entrevista:
JAMB - Quais são seus planos para esta gestão?
R -
Promover uma gestão descentralizada, em que
as decisões importantes não sejam baseadas na
vontade do presidente ou da diretoria, mas reflitam
o pensamento da maioria dos sócios. Nesse contexto,
pretendemos, primeiro, revitalizar o site da SBI,
tornando-o mais dinâmico e atualizado, com artigos
comentados, como também revitalizar boletins
on-line
, facilitando a divulgação de informações
científicas e administrativas. Em segundo lugar,
reformular e renovar a representação dos associados
nos Comitês Científicos, dar respostas a demandas
que surjam de eventuais questões referentes ao
enfrentamento de epidemias ou outros agravos. E, por
último, aumentar o número de sessões (apresentações
de conteúdos científicos), em forma de cursos rápidos
de educação a distância, valorizando os associados
que carecem de mais atualização científica.
JAMB - O que o associado pode
esperar desta nova diretoria?
R -
Uma questão que consideramos crucial é
representar a SBI no que seja necessário, dando
resposta às diversas demandas, sobre os assuntos
que nos dizem respeito, sem deixar vácuos onde
podemos fazer a diferença. Isso vai nos fazer
mais presentes e mais notados, permitindo que
todos os segmentos, e a sociedade em geral,
reconheçam e valorizem o infectologista.
JAMB - Como atrair novos sócios e
também os recém-formados?
R -
Pretendemos divulgar a SBI, mostrando
ao infectologista a vantagem de ser associado,
além daquilo que já é clássico (descontos em
congressos e recebimento das edições do BJID),
fomentando o acesso ao novo portal, que já
está reformulado, mais dinâmico e que terá um
conteúdo melhor. Mostraremos também os
benef ícios de associar-se e lutaremos para que
o Título de Especialista seja incentivado pelos
programas e considerado substituto da monografia
requisitada na conclusão da residência médica.
JAMB - De que a especialidade mais
precisa atualmente no Brasil?
R -
No aspecto mais específico, precisamos de mais
profissionais. Nossa área não tem um atrativo de mercado,
apesar de ser uma área estratégica para a nação, que ainda
convive com alta prevalência de tantas doenças infecciosas.
É fundamental, portanto, que incentivemos a formação
desse especialista, por meio da expansão responsável de
programas de residência médica, melhorando e ampliando
aqueles já existentes e criando novos programas em
áreas necessitadas, mas com qualidade necessária para
formação de um profissional de excelência. Ademais,
precisamos acelerar o desenvolvimento tecnológico,
por intermédio de pesquisas com novas tecnologias
(medicamentos, vacinas, reagentes e aparelhos para
diagnóstico) e ampliar o acesso a medicamentos mais
modernos, já existentes, de alto custo, beneficiando a boa
prática do especialista e a qualidade de vida dos pacientes.
JAMB - Qual avaliação faz do
programa Mais Médicos?
R -
Prover profissionais de saúde qualificados em
áreas remotas do país e minorar a má qualidade e a
alta rotatividade na Estratégia de Saúde da Família é
uma demanda urgente. De uma forma emergencial,
concordamos com intervenções temporárias, incluindo
a contratação de médicos estrangeiros. Entretanto,
criticamos que isso se faça à revelia das orientações
e decisões emanadas do diálogo entre o governo e as
entidades médicas. Falo do Revalida, instituído através
de Portaria Interministerial, em março de 2011. Caso
tal modelo não houvesse atendido às demandas, um
novo diálogo deveria ter ocorrido, na perspectiva de
construir, de forma democrática, uma alternativa para
o ingresso de novos profissionais médicos para essas
áreas mais desassistidas, sem descuidar de tantos outros
ajustes necessários ao bom funcionamento do Sistema.
Somos favoráveis à carreira de estado para médicos,
enfermeiros, dentistas, farmacêuticos e bioquímicos,
sustentada por um incremento de financiamento,
que fortaleceria o SUS, corrigiria a desigualdade
de distribuição entre diferentes regiões e garantiria
profissionais de qualidade em áreas mais remotas.
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Arquivo pessoal
janeiro/fevereirO
2014 •
JAMB
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