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Inicia-se 2014 e persistem as incessantes lutas

para que tenhamos mais saúde e mais respeito ao

bom médico e à medicina.

Este ano, teremos Copa do Mundo no Brasil,

quando o recurso público não é priorizado para

aquilo que mais a população precisa e é seu bem

maior: a saúde. A improvisação, que teima em

persistir, vai mostrar uma infraestrutura urbana

que deixa muito a desejar, inacabada.

Além disso, teremos eleições para presiden-

te, governadores, senadores e deputados fede-

rais e estaduais. Momentos de muitas promessas,

certamente as mesmas de sempre, priorizando a

saúde, a educação e a segurança, que caem no es-

quecimento logo após a conclusão do pleito. Que

tristeza!

Já não podemos mais ver tanto sofrimento do

nosso povo, com promessas vãs. Dizer que médi-

cos brasileiros não querem ir a determinados lo-

cais para trabalhar não é verdade. Pois muitos lá

foram e não tiveram condições de trabalho e/ou,

simplesmente, levaram calotes.

Falar que o programa Mais Médicos levará

médicos formados no exterior somente aos lo-

cais onde não há médicos também não é verdade.

Muitos estão nas capitais e em locais onde médi-

cos brasileiros foram demitidos. Essa é a política

tendenciosa, da propaganda enganosa, que tanto

sofrimento leva ao nosso povo.

Sempre aceitamos que médicos formados

no exterior viessem trabalhar no Brasil, desde

que revalidando o diploma e com garantias tra-

balhistas.

Com o programa Mais Médicos, o gover-

no tenta ludibriar a população, dizendo que vai

resolver nosso caótico sistema de saúde públi-

co. Não combate adequadamente o subfinan-

ciamento, a má gestão, nem a corrupção. E algo

mais grave acontece quando médicos cubanos

são submetidos a trabalho análogo à escravidão,

em solo brasileiro, que foi extinto em Redenção,

Ceará, no dia 25 de março de 1884. Há médicos

cubanos recebendo cerca de 10% do que rece-

bem os outros médicos participantes do mesmo

programa. Um absurdo!

E como abrir tantas novas vagas em cursos

de medicina existentes e novos? O que será feito

dos alunos da Universidade Gama Filho? Como

abrir 18.000 novas vagas de residência médi-

ca em tão pouco tempo? E sob quais condições?

Quem serão os seus supervisores, os precepto-

res? Residência médica a distância? Quanto des-

calabro!

Vamos pensar bem nesses e em outros assun-

tos e usar nossa força para mudar esse cenário,

de maneira democrática, com o voto, escolhen-

do pessoas comprometidas com a verdade e com

o que realmente a nossa população quer e preci-

sa muito.

Florentino Cardoso

Presidente da Associação Médica Brasileira

Florentino Cardoso

Luta

incessante

janeiro/fevereirO

2014 •

JAMB

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