JANEIRO/FEVEREIRO 2010
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geração), na resolução da Assembleia Mundial de Saúde sobre as mudanças
climáticas e saúde. Trabalhar com a OMS e outras instituições para assegurar a
execução dessas recomendações.
2.3 Trabalhar na criação da resiliência dentro dos sistemas de saúde para
garantir que todos os provedores de assistência à saúde sejam capazes de
adaptarem-se e que possam exercer amplamente suas capacidades na assis-
tência daqueles que necessitam.
2.4 Encorajar organizações locais, nacionais e internacionais a se concentra-
rem na adaptação, mitigação e desenvolvimento para envolver a comunidade
médico assistencial com o objetivo de assegurar que os impactos na saúde
não previstos sejam minimizados, ao mesmo tempo em que oportunidades de
promoção da saúde sejam maximizadas.
2.5 Trabalhar para o aprimoramento da capacidade dos pacientes na adapta-
ção às mudanças climáticas e aos eventos catastróficos por meio da:
2.5.1 Promoção de comportamentos saudáveis que melhoram a saúde como
um todo;
2.5.2 Criação de programas específicos planejados para tratar de vulnerabi-
lidades específicas;
2.5.3 Fornecimento de informações promocionais de saúde e de educação
para autogestão dos sintomas de doenças associadas ao clima.
3. EDUCAÇÃO E CAPACITAÇÃO:
3.1 Desenvolver a consciência profissional da importância do meio ambiente
e da mudança climática global na saúde pessoal, da comunidade e da socie-
dade e reconhecer que a educação universal igualitária beneficia a saúde de
todos.
3.2 Médicos têm obrigações com a saúde e com a assistência do paciente
individual. Coletivamente, por meio das associações médicas nacionais e da
WMA, também têm obrigações e responsabilidades com a saúde de todos.
3.3 Trabalhar junto a outros na educação do público em geral sobre a im-
portância dos efeitos das mudanças climáticas na saúde, na necessidade de
mitigá-las e na adaptação aos seus efeitos.
3.4 Aumentar ou fortalecer o treinamento de rotina em medicina/saúde am-
biental e saúde pública a todos os estudantes de disciplinas relacionadas à
saúde.
3.5 A WMA e as AMN devem desenvolver planos/medidas práticas de ação
como instrumento para que médicos possam adotá-las no exercício da profis-
são; autoridades de saúde e governos devem fazer o mesmo para hospitais e
outras instalações de saúde.
3.6 Incorporar instrumentos como a avaliação de pacientes impactados pelo
meio ambiente e encorajar médicos a avaliarem seus pacientes e suas famílias
para os riscos do meio ambiente e da mudança climática global.
3.7 Defender que os governos devam ser responsáveis por um estudo do
impacto das mudanças climáticas na comunidade, que os resultados sejam
amplamente divulgados e incorporados a um plano de mitigação e adaptação.
3.8 Encorajar o recrutamento de médicos para o trabalho em saúde pública e
todas as funções do planejamento de emergência e reação à mudança climática
drástica, incluindo treinamento de outros médicos.
3.9 Estimular colegas e universidades a desenvolverem educação médica
pública, local, apropriada e contínua sobre os sinais clínicos, diagnóstico e tra-
tamento de novas doenças introduzidas nas comunidades em decorrência da
mudança climática e também para o tratamento da ansiedade de longa dura-
ção e da depressão que geralmente acompanham as experiências de desastres.
3.10 Estimular governos a oferecerem treinamentos sobre ações emergen-
ciais em decorrência das mudanças climáticas para médicos, principalmente
àqueles residentes em regiões isoladas.
3.11 Trabalhar com legisladores no desenvolvimento de ações concretas a
serem tomadas para a prevenção e redução do impacto das emissões relaciona-
das ao clima, em particular aquelas iniciativas que irão melhorar a saúde geral
da população, incluindo iniciativas para barrar a privatização da água.
4. OBSERVAÇÃO E PESQUISA:
4.1 Trabalhar com outros, incluindo governos, para enfrentar o déficit de pes-
quisas relacionadas às mudanças climáticas e à saúde por meio da realização
de estudos com o objetivo de:
4.1.1 Definir os padrões de doenças atribuídas às mudanças climáticas, in-
cluindo os impactos das mudanças climáticas nas comunidades e grupo familiar;
4.1.2 Determinar e modelar a carga da doença que será causada pela mu-
dança climática global;
4.1.3 Definir os efeitos do tratamento deficiente da água residual utilizada
para irrigação;
4.1.4 Definir quais as populações mais vulneráveis, os impactos da mudança
climática na saúde desse grupo e um novo tipo de proteção possível a essas
populações.
4.2 Defender a catalogação de dados estatísticos vitais e a remoção de bar-
reiras para o registro de nascimentos e mortes em reconhecimento à vulnerabi-
lidade específica de algumas populações.
4.3 Relatar doenças que surjam em conjunção com a mudança climática
global e participar de investigações de campo, como no caso de epidemia de
doenças infecciosas.
4.4 Apoiar e participar do desenvolvimento ou expansão de sistemas de
observação para inclusão de doenças atribuídas à mudança climática global.
4.5 A WMA irá encorajar todas as AMNs a colaborarem na coleta e partilha
de dados local e regionalmente relativos à saúde intra e entre países com o ob-
jetivo de encorajar a adoção das melhores práticas e estratégias comprovadas.
COLABORAÇÃO: Preparação para emergências relacionadas ao clima
5.1 Colaborar com governos, organizações não-governamentais e outros
profissionais de saúde a desenvolverem conhecimento sobre como mitigar mu-
danças climáticas, incluindo estratégias de adaptabilidade e de mitigação que
resultarão na melhoria da saúde.
5.2 Encorajar governos a permitirem a participação das associações médicas
nacionais e de médicos nos planos e ações de emergência da comunidade e
do país.
5.3 Trabalhar para garantir a integração de médicos nos planos da sociedade
civil, governos, autoridades de saúde pública, organizações não-governamen-
tais internacionais e OMS.
5.4 Encorajar a OMS e os países membros da Assembleia Médica Mundial a
revisar os Regulamentos de Saúde Internacional e Planejamento para Influen-
za Pandêmica. Obter a visão de especialistas na prática comunitária garantin-
do que hajam respostas apropriadas, por parte dos médicos em exercício, às
ocorrências de emergências. Fazer recomendações relativas à educação mais
apropriada e na instrumentalização de médicos e outros profissionais de saúde.
5.5 Apelar aos governos pelo fortalecimento dos sistemas de saúde pública
com objetivo de aprimorar a capacidade das comunidades de adaptarem-se às
mudança climáticas.
5.6 Preparar médicos, consultórios, clínicas, hospitais e outras instalações de
assistência à saúde para ruptura da infraestrutura que segue eventos emergen-
ciais de porte, em particular por meio do planejamento antecipado do forneci-
mento de serviços durante o período de ruptura.
5.7 Encorajar médicos, associações médicas e governos a trabalharem em
conjunto para o desenvolvimento de sistemas para a ocorrência de emergên-
cias com o objetivo de garantir que os envolvidos estejam cientes dos eventos
relacionados ao clima quando eles ocorrerem e recebam informações precisas,
em tempo, sobre sua gestão.
5.8 Apelar aos governos pelo planejamento de assistência a refugiados am-
bientais dentro de seus países.
5.9 Em colaboração com a OMS, produzir informativos locais adaptados so-
bre as mudanças climáticas para as associações médicas nacionais, médicos e
outros profissionais de saúde.
5.10 A WMA irá trabalhar no intuito de identificar financiamentos para pro-
gramas de pesquisas específicos sobre mitigação e adaptação relacionadas à
saúde e o compartilhamento de informações/pesquisas intra e entre países e
jurisdições.
1.Confalonieri, U., B. Menne, R. Akhtar, K.L. Ebi, M. Hauengue, R.S. Kovats, B.
Revich and A. Woodward,2007: Human health. Climate Change 2007: Im-
pacts, Adaptation and Vulnerability. Contribution of WorkingGroup II to the
FourthAssessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change,
M.L. Parry, O.F. Canziani, J.P. Palutikof, P.J. van der Linden and C.E. Hanson,
Eds., Cambridge University Press,Cambridge, UK, 391-431.
2.United Nations Framework Convention on Climate Change.
http://unfccc.
int/2860.php downloaded 1September 2008
3. No contexto desse trabalho, mitigação descreve ações para a redução da
ação do homem sobre o sistema climático: principalmente estratégias para
redução das emissões dos gases do efeito estufa (análogo à prevenção pri-
mária). Adaptação é entendida como referência ao ajuste nos sistemas hu-
manos ou naturais em reação ao estímulo climático atual ou previsto, seus
efeitos, danos moderados ou aproveitar as oportunidades benéficas (análoga
à prevenção secundária) (veja WHO EB122/4, jan 08)