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JANEIRO/FEVEREIRO 2010

A concentração de gases do efei-

to estufa aumentou 30% desde a era

pré-industrial. Na década de 1990,

95% das 600 mil mortes relacionadas

a desastres ambientais ocorreram em

países em desenvolvimento e a escas-

sez de água já afeta quatro em cada

10 pessoas no mundo. Nos últimos

meses, ao abrir jornais, revistas, ligar a

televisão ou o rádio, tornou-se comum

entrar em contato com informações

como essas. A saúde humana, porém,

não estava na pauta da 15ª Conferên-

cia das Partes da Convenção-Quadro

das Nações Unidas sobre Mudanças

Climáticas (COP-15), que ocorreu

entre os dias 7 e 18 de dezembro de

2009, em Copenhague, Dinamarca.

A questão é, como colocar a saúde

do ser humano no centro da discus-

são sobre mudanças climáticas? Para

Dana Hanson, presidente da Asso-

ciação Médica Mundial, o primeiro

passo é o envolvimento dos médicos.

A Declaração de Delhi, política de

recomendações produzida pela Asso-

ciação Médica Mundial, encoraja

os médicos a agirem dentro de seus

ambientes profissional e doméstico

em busca da redução dos danos causa-

dos por suas atividades.

No Brasil, alguns hospitais públi-

cos e privados já desenvolveram ações

para minimizar o impacto ambiental.

O Hospital Sírio Libanês começou o

projeto de segregação de resíduos em

1998.

“A gestão ambiental ajudou a

diminuir o consumo de recursos,

apesar do crescimento da institui-

ção. Nos últimos dois anos, o projeto

conseguiu aumentar em três vezes a

tonelagem de resíduos enviados para

a reciclagem”, explica Ivana Pimentel,

superintendente de Atendimento e

Operações do hospital.

Na virada do milênio, o Sírio deu

início a um projeto de longo

prazo em que a conscientização

sobre o lugar certo de cada resíduo era

o foco.

“Entraram em ação os agentes

ambientais. Profissionais de higie-

ne, limpeza e manutenção treinados

para tornarem-se educadores. Quan-

do percebem o descarte inadequado,

orientam a dar o destino correto”, diz

Ivana.

Além dessas iniciativas, o Hospi-

tal Sírio Libanês trocou a limpeza dos

andares com água e sabão pela utili-

zação de um tecido descartável de alta

absorção chamado MOP.

“Antes eram utilizados 2.900

litros de água para limpar cada

andar. Atualmente, são necessá-

rios 20 litros e a diminuição do

volume de água não comprome-

te a qualidade da higienização”,

afirma a superintendente.

Em 2009, o hospital iniciou

a campanha Bota-Fora do

Papel. Voluntários fantasia-

dos de árvores, percorreram os

corredores do Sírio para incenti-

var médicos e outros profissionais

a abrirem suas gavetas, separarem o

que pode ser reciclado e descartarem

em local apropriado.

“Todo material coletado é vendi-

do. Em termos financeiros, para o

hospital, a quantia é pouca. O que vale

mesmo é o valor da sustentabilidade”,

explica Ivana.

Para este ano, a instituição preten-

de transformar os agentes ambientais

em Brigada do Ambiente e envol-

ver outros profissionais nessa tarefa.

Outro plano é estreitar ainda mais a

parceria com médicos que utilizam

o centro cirúrgico do hospital para

diminuir os índices de contaminação

capa

Iniciativas sustentáveis

na área médica