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JAMB

SETEMBRO/OUTUBRO DE 2001

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SAO CAMILO

pós o movimento das entidades médicas e de

defesa do consumidor, que acabou trans-

formando a MP 2177/43 em projeto de lei, a

promessa do governo é de uma ampla discussão com

todos os setores envolvidos para aprovação das

propostas que passarão a integrá-lo.

Além da realização do Simpósio sobre Regula-

mentação dos Planos de Saúde, realizado em Brasília,

de 28 a 29 de agosto, no qual importantes pontos da

regulamentação foram intensamente discutidos por

todos os segmentos do setor, uma Comissão Per-

manente deAcompanhamento da Regulamentação dos

Planos de Saúde está sendo estruturada. Será composta

por membros da Câmara dos Deputados, Senado

Federal, Conselho Nacional de Saúde, e a própria

Agência Nacional de Saúde Suplementar, tendo como

tarefa principal a discussão junto à ANS dos pontos

relevantes do projeto.

“Essa Comissão deverá ter uma agenda própria, criar

sua própria pauta, organizada a partir da realização de

eventos e discussões com todos os segmentos envol-

vidos”, explica Mário Scheffer, representante do

Conselho Nacional de Saúde.

Várias sugestões que foram apresentadas pelos

participantes durante o Fórum de Regulamentação dos

Planos de Saúde, em Brasília, farão parte da pauta desta

Comissão. As entidades médicas e de defesa do

consumidor, por exemplo, já deixaram claro que não

aceitarão as propostas que acabaram gerando o

movimento contra a edição da MP 2177/43, como a

Promessa de discussão

para os planos de saúde

É habitual comemorar o “Dia do Médico” reverenciando sua importância

social e glorificando seus atos em benefício da saúde. No entanto, o trabalho

médico não é a única festividade que torna especial o dia 18 de outubro. Nesta

data, celebra-se há muito tempo o “Dia de São Lucas”, o médico e pintor que

escreveu o “3º Evangelho” e o “Ato dos Apóstolos” da Bíblia Sagrada.

São Lucas nasceu na Antióqua (atual Turquia), no início do século I. Bondoso,

abnegado, peregrinou por muitos lugares curando as pessoas e desafiando instituições

políticas. Morreu aos 80 anos e seus restos mortais estão na Basílica de Santa Justina,

em Pádua, na Itália. São Lucas é o santo dos médicos. Seu nome, como patrono da

classe, foi lançado por Eurico Branco Ribeiro, cirurgião paulista e estudioso da vida

do santo. Sua escolha deveu-se às ações que, naquela época, aliviaram o sofrimento

de muitos doentes. Desse modo, adotou-se o dia do santo médico para homenagear

todos aqueles que, com a mesma tenacidade e dedicação que São Lucas teve um dia,

salvam vidas, curam doenças e atenuam os males da saúde.

subsegmentação de planos, a implantação do sistema

norte-americano “Managed Care”, através do plano de

acesso, adaptação a novos contratos, entre outros. No

entanto, o ponto unânime entre todas as entidades que

repudiaram a MP foi a certeza de que todas as suas

propostas atendiam apenas os interesses das empresas

de saúde.

O Fórum de Acompanhamento de Regu-

lamentação dos Planos e Seguros Saúde, integrado

pelo Conselho Federal de Medicina, Associação

Médica Brasileira, Associação Paulista de Medicina,

Sindicato dos Médicos de São Paulo, Cremesp,

Fórum Nacional de Entidades de Defesa dos Por-

tadores de Patologias e Deficiências, Idec e Procon

também estará acompanhando atentamente as

discussões para a nova regulamentação. Por sua vez,

o diretor presidente da ANS, Januário Montone,

garantiu que os pontos polêmicos da Medida

Provisória serão debatidos em consultas públicas.

Para Samir Bittar, representante da Associação

Médica Brasileira na Câmara de Saúde Suplementar

na ANS, o movimento mostrou ser inaceitável qual-

quer tipo de decisão sem ampla discussão.

“Esperamos que as nossas ações tenham deixado

claro ao governo que decisões sobre o setor devem ser

discutidas com toda a sociedade, e não impostas através

de resoluções antidemocráticas como foi o caso dessa

MP. Esperamos também que, daqui em diante, as

discussões não fiquem apenas na promessa, mas que

realmente aconteçam”, afirma Bittar.

Dia do Médico

Visando assegurar o aprimoramento da legislação, o Conselho

Nacional de Saúde aprovou em plenária uma nova agenda de

atuação, que prevê:

Regulamentação na lógica do conceito de saúde e de direito à

saúde, preservando os marcos doutrinários do SUS de

universalidade, eqüidade e integralidade e definindo claramente

o papel da saúde suplementar no sistema de saúde brasileiro;

Além da assistência médica-hospitalar, abranger ações de

assistência farmacêutica, vigilância, prevenção, promoção da

saúde bem como os procedimentos clínico-cirúrgicos de

emergências e de alta complexidade realizados pelo SUS e não

cobertos pelos planos de saúde;

Extensão da abrangência da legislação aos planos coletivos,

forma de contratação de mais de 70% dos usuários;

Relações entre operadoras e prestadores de serviços públicos

e privados: responsabilidades na garantia da qualidade do

atendimento; políticas de remuneração; credenciamento e

descredenciamento; ressarcimento ao SUS e “fila dupla”;

Participação das entidades de defesa profissional e de defesa

do consumidor e de usuários na fiscalização e monitoramento da

assistência prestada pelos planos de saúde;

Aprimoramento do modelo

institucional para a

regulamentação: maior integração da ANS com o Ministério da

Saúde, Conselho Nacional de Saúde e outras instâncias de gestão

e controle social;

Fortalecimento do controle social no processo de

regulamentação, com aprimoramento dos atuais mecanismos da

ANS para assegurar a participação da sociedade (Câmara de Saúde

Suplementar, consultiva e sem paridade na sua composição;

câmaras técnicas e consultas públicas via Internet).

Nova agenda

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