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JAMB

SETEMBRO/OUTUBRO DE 2001

8

Diretrizes: lançamento oficial

Classificação

Hierarquizada

praticamente

finalizada

O atual estágio de elaboração da

Classificação Hierarquizada de

Procedimentos Médicos, trabalho

conjunto da AMB e CFM que está

sendo realizado pela Fipe (Fun-

dação Instituto de Pesquisas

Econômicas da USP), foi apre-

sentado durante o II Encontro dos

Conselhos de Medicina, em

Manaus, evento em que, pela

primeira vez em sua história, a

AMB reuniu seus Conselhos

Deliberativo e Científico junta-

mente com toda a Diretoria Plena

da entidade (diretoria executiva e

vice-presidentes).

O responsável pelo trabalho,

Hélio Zylberstajn, fez um histórico

do que já foi realizado desde o início

efetivo dos trabalhos, em janeiro

deste ano, e que tem previsão para

estar finalizado no mês de de-

zembro. Basicamente, são duas as

novidades em comparação à antiga

LPM: a codificação anatômica dos

procedimentos, tornando-a mais

lógica, e a ampla participação de

todas as Especialidades filiadas à

Associação Médica Brasileira.

O trabalho foi desenvolvido em

três etapas: na primeira, a Fipe

classificou e hierarquizou os valores

dos honorários médicos. Na

segunda – ainda em andamento - o

mesmo trabalho foi realizado em

função do SADT, e por último, foi

feito um levantamento entre 3 mil

profissionais sobre o valor da

consulta médica. Em relação aos

honorários, a Fipe promoveu

reuniões com todas as Espe-

cialidades no sentido de classificar

os procedimentos. Para a hie-

rarquização dos custos envolvendo

SADT, foram considerados três

componentes: custos fixos, de

equipamento e pessoal técnico e

também insumos. O resultado final

também será apresentado em duas

unidades: uma para custos e outra

para honorários.

“O resultado será a apresen-

tação de mais de 4 mil proce-

dimentos médicos, nos quais não

apresentamos e nem vamos

sugerir preços absolutos. Serão

apenas valores relativos que

demonstrarão a complexidade de

cada procedimento”, explica

Zylberstajn.

A AMB e o CFM pretendem

que esse trabalho seja avalizado

pelas operadoras de saúde e

também pelo governo por inter-

médio do SUS. A idéia é que seja

a referência única dos médicos

em termos de honorários.

“Já formalizamos essa intenção

junto à Federação Nacional dos

Médicos no sentido de referenciar

essa unidade. Além disso, vamos

nos reunir com o Conselho Cien-

tífico para a consolidação da

Classificação Hierarquizada”,

explicou o presidente da As-

sociação Médica Brasildeira,

Eleuses Paiva. “Como justificativa

legal, nossas entidades têm a obri-

gação de dizer à sociedade o que a

medicina brasileira faz, quais são

os procedimentos e suas comple-

xidades. É esse o resultado do

nosso trabalho, que foi baseado nos

mais puros princípios éticos”,

acrescenta o presidente do Con-

selho Federal de Medicina, Edson

de Oliveira Andrade.

Comissão responsável pelo Projeto: meta é elaboração de 150 diretrizes

Zylberstajn: mais de 4 mil procedimentos classificados

Anador

enos de um ano após ter

sido idealizado, o Projeto

Diretrizes - uma parceria

conjunta da AMB, seu quadro de

Especialidades e CFM - foi

finalizado e lançado oficialmente

pelas diretorias das entidades

durante o II Encontro Nacional dos

Conselhos de Medicina 2001, no

final de outubro, em Manaus.

que contemplarão o número de

100, previsto no contrato já

assinado com o Ministério da

Saúde (matéria na página 7). Esse

acordo prevê a utilização das

diretrizes nos serviços públicos de

saúde como forma de oferta de

atendimento de qualidade à

população.

Para Raul Cutait, coordenador

do projeto, esse trabalho, ao ser

incorporado na prática clínica, trará

grande impacto na atividade diária

do médico.

“Oferece condições e o respaldo

de entidades médicas sérias e

competentes para as melhores

decisões clínicas”, garante. “Esse é

apenas o início do nosso trabalho.

Temos uma segunda etapa em

andamento e a certeza de que

estamos contribuindo não somente

com a classe médica, mas também

ajudando a otimizar os poucos

recursos que são investidos na área

da saúde neste país”, salienta.

Das 56 Sociedades de

Especialidade filiadas à AMB, 27

participaram do projeto nesta

primeira fase. Algumas delas, como

a Febrasgo, por exemplo,

contribuíram na elaboração de até

cinco diretrizes. Há casos também,

devido a interface, de mais de uma

Especialidade – chegando até

quatro – na participação de uma

diretriz. Mesmo contando com o

apoio do Ministério da Saúde, a

implantação será o maior desafio do

projeto.

“Para isso será imprescindível o

envolvimento de todos os médicos,

do governo, das Especialidades e

das operadores de saúde”, explica

Fábio Jatene, diretor Científico da

AMB.

Além da coordenação de Raul

Cutait e Fábio Jatene, o projeto

contou ainda com uma Comissão

Técnica formada pelos médicos

Wanderley Marques Bernardo,

Moacyr Roberto Cuce Nobre e José

Eluf Neto. Antonio Vaz Carneiro,

diretor do Instituto de Qualidade em

Saúde, órgão responsável pela

elaboração das diretrizes em

Portugal, também colaborou no

desenvolvimento do projeto

brasileiro.

“Não tenho dúvida sobre o

impacto que esse trabalho vai

causar na medicina brasileira daqui

em diante”, afirma. “ É um trabalho

excepcional e totalmente essencial

para a prática médica no Brasil”,

avalia.

Além da versão impressa, o

Projeto Diretrizes prevê também

a divulgação do trabalho pela

Internet e distribuição em CD

Rom. Outra preocupação da

Comissão Técnica se refere à

atualização. Segundo Antonio

Vaz Ca r ne i r o , a s d i r e t r i ze s

po r t ugue s a s t êm s i do a t ua -

lizadas, em média, de dois em

dois anos.

“Sempre que novos estudos,

prática clínica ou até mesmo novos

medicamentos justificarem, pro-

curaremos, juntamente com as

Especialidades, repassar essa

atualização à classe médica”,

explica Wanderley Bernardo.

O primeiro volume, já

concluído, contém 40 diretrizes

apresentando recomendações para

a prática médica nas mais

freqüentes doenças em diversas

especialidades. Em seu todo, o

projeto prevê a elaboração de um

total de 150 diretrizes. Para uma

segunda etapa, já estão sendo

preparadas outras 60 diretrizes,

Fotos: Marcio Arruda