Background Image
Previous Page  10 / 15 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 10 / 15 Next Page
Page Background

JAMB

SETEMBRO/OUTUBRO DE 2001

10

campanha do Minis-

tério da Saúde, lançada

no início de outubro,

além de divulgar, visa também

ajudar a população a reconhecer

o medicamento genérico. Além

de publicidade nos principais

órgãos de comunicação, foram

distribuídos nas farmácias e

drogarias cartazes, displays

(suporte) com listas de medi-

camentos genéricos, móbiles

para afixar no teto, e folderes ex-

plicativos.

Os médicos também foram

alvo, recebendo um guia infor-

mativo - do tamanho do bolso de

um jaleco - com a relação dos

medicamentos genéricos apro-

vados pelo governo e com dados

técnicos sobre cada um deles. O

guia traz a lista de medicamentos

Genéricos: ampla divulgação

Lançamento

da campanha dos

medicamentos

genéricos no

Ministério da

Saúde, em Brasília:

divulgação terá

atenção especial

aos médicos de

todo o país

genéricos por ordem alfabética,

por ordem do medicamento de

referência (o primeiro a ser

descoberto naquele princípio

ativo) e por classe terapêutica,

facilitando assim a prescrição. O

material é acompanhado por um

folder e carta assinada pelos

presidentes da Anvisa, da

Associação Médica Brasileira e

do Conselho Federal de

Medicina.

Já os médicos do Sistema

Único de Saúde (SUS) receberão

um suporte de mesa com a lista

dos genéricos e um instrumento

que auxilia no momento da pres-

crição. Por lei, os médicos do

SUS são obrigados a receitar

pelo nome genérico. Os hos-

pitais terão cartazes e poderão

distribuir aos pacientes uma

Osmédicos e as drogas

O Conselho

Regional

de

Medicina

do

Estado de São Paulo

(Cremesp),

em

parceria com a

Universidade Federal de

São Paulo/Escola Paulista

de Medicina (Unifesp/EPM),

realizou uma pesquisa sobre ‘O Perfil do Médico com Dependência

Química’, feita pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira. O objetivo é

dar subsídios aos CRMs para elaborar estratégias a fim de

solucionar o problema.

Foram selecionados 206 casos de médicos que buscaram ajuda

espontaneamente em 15 Estados brasileiros. As drogas mais usadas

são álcool, seguido de cocaína, calmantes e maconha; e as especia-

lidades em que o uso é mais evidente são clínicos (51%), aneste-

siologistas (25%) e cirurgiões (25%). Do total, 38% abusam do

álcool e drogas, 35% utilizam o álcool e 27% somente drogas. A

idade média é de 39,4 anos, sendo que 85% são homens, 80% são

casados, 90% residem em São Paulo, 76% concluíram residência

médica, 62% já se internaram devido a dependência química e 30%

perderam o emprego.

“Este é um problema de comportamento grave que precisa

ser revisto. Trata-se de uma população doente, que necessita de

ajuda e de cuidados especiais. Os médicos nestas condições

cartilha de linguagem simples

para orientar e explicar o que é

o genérico e sua nova forma de

identificação. “Agora o médico

pode receitar o genérico com

convicção porque tem os instru-

mentos necessários. E cabe ao

consumidor, daqui para frente,

fazer o seu papel: procurar o

genérico, pedir para o médico

receitar pelo nome do princípio

ativo e exigir que o farmacêutico

faça a troca”, avalia a gerente-

geral de Medicamentos Gené-

ricos da Anvisa, Vera Valente.

CONSELHOFISCAL –

OConselho

Fiscal da AMB esteve reunido dia

16, na sede da entidade, para

analisar as contas daAMB relativas

aos meses de abril a setembro de

2001. Durante a reunião, foi

discutido e aprovado o relatório de

atividades da diretoria Executiva, o

relatório de auditoria da Boucinhas

& Campos Auditores Indepen-

dentes, o balanço patrimonial e o

relatório e chapeamento sobre o

levantamento físico dos bens patri-

moniais correspondente ao período

de 01/10/01 a 30/09/01, assim como

a previsão orçamentária para o ano

de 2002 e as propostas de manu-

tenção do valor da contribuição

associativa para o ano que vem,

além do sistema de cobrança direta

pela AMB em todas as Federadas.

relutam em procurar ajuda, principalmente pelo estigma e

preconceito que existe diante deste assunto”, ressalta Laranjeira.

“A melhor forma de lidar com isso é tratar as pessoas, e não excluí-

las de seu ambiente social. A sociedade já pune demais o depen-

dente químico. É preciso buscar alternativas de tratamento

sistematizado para eles. Com um sistema de apoio bem feito, é

possível reverter este quadro”, completa.

O principal fator de risco que leva o médico a usar estas

substâncias é o estilo de vida profissional considerado bastante

estressante. E é na residência que este problema se agrava. “O

sistema de trabalho desta categoria é extremamente desapropriado.

O contato com o dia-a-dia profissional é desgastante, tanto do ponto

de vista quantitativo quanto qualitativo, já que eles atendem os casos

mais graves, principalmente nos hospitais dos grandes centros

urbanos e, muitas vezes, trabalham até 100 horas semanais”, explica

Laranjeira.

Regina Parizi, presidente do Cremesp, ressalta que o Conselho

tem como norma o processo administrativo, que geralmente acaba

em interdição. A partir de agora, será criado um sistema de

atendimento médico estruturado que dê apoio aos dependentes.

Apenas os profissionais que não tiverem condições de exercer a

medicina com segurança e ética é que serão interditados.

“Estaremos entrando em contato com todos os profissionais da

área de psiquiatria ou dependência química solicitando a

participação. Acredito que oferecendo alternativas como esta os

médicos não hesitarão em pedir ajuda”.

Marcio Arruda

Arquivo

Arquivo