Previous Page  19 / 111 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 19 / 111 Next Page
Page Background

H

ipogonadismo

masculino

tardio

(HMT)

ou

D

aem

:

tratamento

R

ev

A

ssoc

M

ed

B

ras

2014; 60(5):404-414

407

mantidos acima dos valores da normalidade em pacien-

tes tratados previamente para câncer de próstata, mesmo

com associação de inibidores da 5-alfa-redutase, os níveis

de PSA se elevaram significativamente

30

(

B

).

Em pacientes que receberam tratamento curativo para

o câncer de próstata localizado de baixo risco com pros-

tatectomia radical e/ou radioterapia, sem evidência de

doença ativa, devem-se avaliar os riscos e os benefícios da

terapia com testosterona. Não há consenso sobre o mo-

mento da determinação dos tratamentos de cura conso-

lidados com essa intenção em câncer de próstata loca-

lizado. Estudos com poucos pacientes e de curto prazo

sugerem que, após 1 ano de tratamento, poderia dar iní-

cio à terapia com testosterona se o paciente estiver curado.

Os dados disponíveis da literatura indicam que:

1.

a incidência de câncer de próstata em homens com

hipogonadismo tardio em terapia com testosterona

não é maior que na população em geral

31

(

B

);

2.

a terapia com testosterona em homens idosos com

hipogonadismo tardio parece ter um leve efeito no

tecido prostático

32

(

A

);

3.

nos pacientes tratados de câncer de próstata por pros-

tatectomia radical, braquiterapia ou radioterapia, a te-

rapia com testosterona pode ser usada com cautela e

o seguimento dos pacientes deve ser constante

27,28

(

C

);

4.

altas doses de testosterona, mesmo associadas à ini-

bidores da 5-alfa-redutase, causam elevação signifi-

cativa do PSA

30

(

B

).

Maior risco de câncer de próstata foi observado em ho-

mens com maiores níveis de estrona

33

(

A

); porém, estu-

dos com um maior número de pacientes devem ser reali-

zados para confirmar essa observação.

Recomendação

A manutenção da testosterona em níveis fisiológicos ele-

va os níveis de PSA, mas não eleva a incidência de câncer

de próstata. Homens tratados com sucesso para câncer de

próstata e diagnosticados com hipogonadismo são can-

didatos à terapia com testosterona após um prudente in-

tervalo de observação e se não houver evidência clínica

ou laboratorial de recidiva da doença. Os riscos e os be-

nefícios da terapia com testosterona devem ser claramen-

te entendidos pelo paciente, e o acompanhamento do tra-

tamento deve ser particularmente cuidadoso. Os dados

de segurança nessa situação clínica são ainda limitados.

Recomendam-se a manutenção de níveis séricos fisioló-

gicos de testosterona e o monitoramento do PSA em to-

dos os pacientes em reposição com testosterona.

essa associação pode ser particularmente útil nos pacien-

tes com hipertrigliceridemia. Todavia, a segurança do uso

dessa associação ainda não está estabelecida

24

(

A

).

Em última análise, os efeitos da testosterona no meta-

bolismo dos carboidratos e lipídios ainda são incertos. O

tratamento com testosterona em homens hipogonádicos

com DM2 e/ou síndrome metabólica pode trazer (ainda

sem provas) benefícios para o seu estado metabólico

2

(

B

).

Especula-se a respeito do papel da queda do DHEA

relacionada com a idade sobre o metabolismo dos carboi-

dratos. Os raros estudos que abordaram esse tema suge-

rem que o DHEA não exerce nenhum efeito sobre o me-

tabolismo dos carboidratos

25

(

B

).

Recomendação

Os efeitos, bem como os benefícios da reposição com tes-

tosterona sobre o metabolismo de carboidratos e lipídios,

ainda são controversos. Recomenda-se a reposição com

testosterona em homens com Daem e síndrome metabó-

lica como tratamento coadjuvante para melhorar o per-

fil metabólico desses pacientes.

Q

ual

é

o

risco

de

TRA

com

relação

à

exacerbação

de

doença

prostática

?

Infelizmente, até o momento, não há um consenso sobre

o padrão de resposta do PSA à terapia com testosterona.

Argumenta-se que um aumento significativo do PSA após

o início da reposição com testosterona pode ser um sinal

de câncer de próstata. No entanto, uma grande parte dos

estudos não sustenta esse argumento.

Historicamente, a terapia com testosterona está ab-

solutamente contraindicada em homens com suspeita ou

diagnóstico confirmado de câncer de próstata. Existem

evidências de que a terapia com testosterona pode esti-

mular o crescimento e agravar os sintomas do câncer de

próstata em homens com doença ativa.

A terapia com testosterona determina elevação discre-

ta do PSA na maioria dos pacientes sem alterações prostá-

ticas, e essa elevação independe da idade do paciente, do

modo de reposição ou dos níveis basais de PSA e de testos-

terona total e livre

26

(

B

). Em pacientes portadores de câncer

intraprostático com normalização do PSA após braquite-

rapia permanente ou radioterapia externa que evoluíram

com hipogonadismo, o tratamento com testosterona de-

terminou um aumento discreto do PSA sem sinais de re-

corrência ou progressão do câncer

27,28

(

C

); naqueles que fo-

ram submetidos à prostatectomia radical, os níveis de PSA

não se alteraram

29

(

B

). Em todos esses estudos, os níveis de

testosterona forammantidos dentro da normalidade. Por

outro lado, quando os níveis séricos de testosterona são