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H

ipogonadismo

masculino

tardio

(HMT)

ou

D

aem

:

tratamento

R

ev

A

ssoc

M

ed

B

ras

2014; 60(5):404-414

411

ter altas taxas de extrusão

43

(

B

). Os implantes devem ser

trocados a cada 3 a 6 meses e são considerados seguros em

estudos de longa duração

34

(

B

). A experiência com essa mo-

dalidade de TRA ainda é limitada na literatura.

Recomendação

Os estudos com bom nível de evidência dessa modalida-

de de terapia com testosterona ainda são escassos, e essa

forma farmacêutica não está disponível em nosso meio.

Recomenda-se a não utilização de implantes subcutâneos

de testosterona até que um número maior de estudos

comprove sua segurança e eficácia, já que a taxa de extru-

são parece ser alta.

C

omo

deve

ser

realizada

a

TRA

injetável

?

As preparações de testosterona injetáveis têm sido ampla-

mente utilizadas há vários anos. São constituídas por di-

ferentes ésteres de testosterona combinados ou não: pro-

pionato, fenilpropionato, enantato, cipionato, decanoato,

isocaproato e undecanoato

41

(

D

). No Brasil, estão disponí-

veis todas as formulações, exceto as que contêm o enanta-

to de testosterona

55

(

B

). Todas as preparações injetáveis

com ésteres de testosterona apresentam curta duração, ex-

ceto o undecanoato de testosterona

depot

(UTD).

As formulações de curta duração devem ser aplicadas

a cada 14 a 21 dias, e a de longa duração deve ser aplica-

da a cada 6 semanas no início do tratamento e depois a

cada 12 semanas

41

(

D

)

55

(

B

). A terapia de reposição com

testosterona de curta duração tem se mostrado eficaz e

segura, melhorando a função sexual dos pacientes sem

aumentar o hematócrito ou o PSA

41

(

D

)

55,56

(

B

).

Em relação ao UTD, para se atingir nível sérico ade-

quado, a segunda injeção deve ser dada após 6 a 10 sema-

nas e, posteriormente, o intervalo pode ser prolongado

até 10 a 14 semanas

57

(

B

). Recomenda-se aplicar a segun-

da injeção após 6 semanas e, posteriormente, 1 injeção a

cada 12 semanas

15,58,59

(

B

)

16

(

C

). Geralmente é bem tolera-

do e as modificações nas ações e os efeitos colaterais são

mais observados em pacientes obesos

57

(

B

).

Existem duas apresentações de UTD. A formula-

ção disponível nos EUA contém 750 mg de UTD, man-

tém níveis séricos de testosterona dentro da normalida-

de durante um intervalo de 10 semanas entre as doses

e mostrou-se segura e eficaz

60

(

B

). O UTD de 1.000 mg

está disponível na Europa e na América do Sul, incluin-

do o Brasil. Sua farmacocinética permite que uma inje-

ção a cada 12 semanas seja capaz de manter níveis fisio-

lógicos de testosterona sérica sem promover picos acima

do normal

55

(

B

).

Recomendação

As formas injetáveis de curta duração, apesar de não se-

rem as mais fisiológicas, têm se mostrado seguras e efica-

zes ao longo do tempo, com a desvantagem da aplicação

quinzenal. O UTD, além de proporcionar níveis fisioló-

gicos de testosterona, tem uma farmacocinética que per-

mite aplicações trimestrais, com a desvantagem do cus-

to elevado. Dentre as formas injetáveis disponíveis,

recomenda-se a utilização do UTD para a manutenção

de níveis fisiológicos de testosterona, minimizando os

efeitos colaterais com menor número de injeções.

E

xistem

estudos

comparativos

entre

as

formas

de

TRA? Q

ual

é

a melhor

?

O critério para avaliar a eficácia da TRA requer que os ní-

veis de testosterona se mantenham dentro da normalida-

de durante as 24 horas e o intervalo entre duas aplicações

(OMS, 1992). As várias formulações de testosterona dife-

rem entre si, principalmente de acordo com a via de ad-

ministração e a farmacocinética dos componentes, deter-

minando uma variabilidade na eficácia de cada uma delas.

Vários autores realizaram estudos comparativos en-

tre elas. Em homens com Daem e síndrome metabólica, o

tratamento com UTD demonstrou maior efeito nos sinto-

mas sexuais e nos parâmetros da síndrome que a testoste-

rona gel

36

(

A

)

38

(

B

). Já os parâmetros de segurança foram

semelhantes em ambas as modalidades

38

(

B

).

O acompanhamento por 30 semanas de pacientes que

utilizaram o UTD ou enantato de testosterona de curta

duração mostrou que os efeitos das duas apresentações

foram semelhantes. Contudo, o tratamento com UTD re-

quer apenas 4 injeções por ano, enquanto mantém níveis

de testosterona dentro dos níveis fisiológicos. A policitemia

não foi observada nos pacientes que utilizaramUTD

15

(

B

).

A comparação entre a farmacocinética e a tolerabili-

dade do adesivo bucal e do adesivo dérmico não escrotal

concluiu que o sistema bucal promove níveis fisiológicos

de testosterona em maior porcentagem do dia do que o

sistema convencional de adesivos dérmicos

43

(

B

).

Um estudo comparativo entre a TRA com adesivos

dérmicos em dose máxima (4,8 mg a cada 48 horas – 2

adesivos) e com testosterona de curta duração (250 mg a

cada 3 semanas) demonstrou que a porcentagem dos pa-

cientes que mantiveram níveis estáveis e fisiológicos de tes-

tosterona foi maior naqueles que utilizaram os adesivos;

nos pacientes que utilizaram testosterona injetável, houve

uma grande variabilidade dos níveis de testosterona

44

(

B

).

Os efeitos das três formulações injetáveis disponíveis

no mercado brasileiro (duas com ésteres de curta duração

e uma com UTD) foram comparados e constatou-se que