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artits

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408

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A

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M

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B

ras

2014; 60(5):404-414

Q

ual

é

o

papel

da

TRA

no

aumento

do

risco

de

doença

cardiovascular

?

Os efeitos da terapia com testosterona no risco cardiovas-

cular parecem estar associados com os efeitos adversos na

policitemia, no perfil lipídico e na apneia do sono. Por ou-

tro lado, a terapia com testosterona determina diminuição

do IMC e melhora o perfil lipídico, promovendo um bene-

fício cardiovascular

31

(

B

). Amanutenção de níveis séricos de

testosterona dentro da normalidade não determina altera-

ções significativas na hemoglobina e perfil lipídico, dimi-

nuindo o risco de desenvolver policitemia e, consequente-

mente, os eventos cardiovasculares e vasculares

34,35

(

B

).

A hiperinsulinemia e a RI são componentes essenciais

da síndrome metabólica, que, por sua vez, está associada

a um maior risco cardiovascular. A terapia com testoste-

rona melhora os componentes da síndrome metabólica

em pacientes hipogonádicos com DM2, reduzindo o ris-

co cardiovascular

36

(

A

).

Recomendação

Não há evidências de que a terapia com testosterona, por

si só, aumenta o risco cardiovascular. Recomenda-se a

manutenção dos níveis séricos de testosterona dentro da

normalidade para que os fatores de risco cardiovascular

como a policitemia e a RI sejam minimizados, reduzin-

do assim o risco cardiovascular global.

Q

ual

é

o

risco

de

policitemia

secundária

a

TRA?

A policitemia secundária é um importante evento adverso

da terapia com testosterona. Vários autores já demonstra-

ram que sua ocorrência está relacionada à manutenção de

níveis séricos elevados de testosterona, independentemen-

te do tempo de tratamento

31,34,35

(

B

). Portanto, as evidên-

cias disponíveis até o momento indicam que a manuten-

ção dos níveis séricos de testosterona dentro da média da

normalidade não determina policitemia

37

(

B

).

Recomendação

O aparecimento de policitemia está diretamente relacio-

nado a níveis suprafisiológicos de testosterona sérica. Re-

comendam-se a monitoração de hemoglobina e hemató-

crito em todos os pacientes em terapia com testosterona

e a manutenção dos níveis séricos de testosterona dentro

da normalidade para minimizar o risco de policitemia.

Q

ual

é

a

hepatotoxicidade

da

TRA?

A hepatotoxicidade decorrente da terapia com testosterona é

um evento raro e limitado quase que exclusivamente ao uso

de preparações orais 17-alfa-alquiladas, como a fluoximeste-

rona e a metiltestosterona, que são altamente hepatotóxicas,

podendo causar desenvolvimento de adenomas hepatocelu-

lares, carcinomas hepáticos, colestases e cistos hemorrágicos

do fígado

1

(

A

). A utilização a longo prazo de outras prepara-

ções de testosterona não determina alteração na função he-

pática de homens comhipogonadismo tardio

31,35

(

B

).

Recomendação

Apenas as preparações orais 17-alfa-alquiladas, como a

fluoximesterona e a metiltestosterona, apresentam hepa-

totoxicidade. Não se recomenda a monitoração da fun-

ção hepática de pacientes em terapia com testosterona

com qualquer outra forma farmacêutica.

Q

ual

é

o

efeito

da

TRA

na

apneia

do

sono

? H

á

outros

efeitos

colaterais

?

A reposição com testosterona tem sido relacionada com a

piora ou desencadeamento de apneia do sono em homens

tratados com altas doses de testosterona

1

(

A

). A administra-

ção de testosterona em pacientes com apneia do sono e dis-

função erétil associada a níveis baixos de testosterona me-

lhora os sintomas sexuais e não piora a apneia do sono

38

(

C

).

A ginecomastia é uma complicação benigna, infrequen-

te e geralmente reversível, consequência da aromatização

da testosterona em estradiol nos tecidos periféricos. A in-

fertilidade e a diminuição do volume testicular estão rela-

cionadas a doses suprafisiológicas de testosterona. A re-

tenção de sódio e água pode ocorrer durante a reposição

e, geralmente, apresenta significado clínico nos pacien-

tes com descompensação cardíaca, hipertensão ou insufi-

ciência renal. As reações cutâneas, como eritema e prurido,

são comuns com a utilização dos adesivos. As injeções in-

tramusculares podem causar dor local, nódulos, eritemas

e furúnculos. Acne, oleosidade da pele, aumento de pelos

corpóreos e cutâneo são complicações benignas e reversí-

veis que não trazemmaiores preocupações

1

(

A

).

Recomendação

Os efeitos colaterais da terapia comtestosterona, como piora

ou aparecimento de apneia do sono, ginecomastia, infertili-

dade, retenção hídrica e alterações cutâneas, estão diretamen-

te relacionados comníveis suprafisiológicos de testosterona

sérica. Recomenda-se fortemente a manutenção de níveis sé-

ricos de testosterona dentro da média da normalidade para

minimizar a ocorrência desses efeitos colaterais.

Q

ual

é

o

papel

da

TRA

na

síndrome

metabólica

?

A manutenção dos níveis séricos de testosterona dentro

da média da normalidade determina melhora dos mar-