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412

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B

ras

2014; 60(5):404-414

as três formulações são eficientes em elevar os níveis de

testosterona e melhorar clinicamente pacientes hipogo-

nádicos, sendo que o UTD, apesar de mais caro, foi mais

efetivo clínica e laboratorialmente. As três opções se mos-

traram seguras, não elevando significativamente o hema-

tócrito, a hemoglobina e o PSA

55

(

B

).

O tratamento de pacientes hipogonádicos com tes-

tosterona injetável de curta duração na dose de 100 a 200

mg/semana que, posteriormente, foram submetidos ao

tratamento com gel de testosterona na dose de 5 a 10 g

de gel/dia demonstrou que o gel de testosterona produ-

ziu concentrações estáveis de testosterona e melhorou a

qualidade de vida dos pacientes quando comparado com

a testosterona injetável

61

(

B

).

A dose habitual de testosterona gel determinou ní-

veis fisiológicos de testosterona sérica que não foram al-

terados significativamente após associação de qualquer

dose de testosterona oral

62

(

B

).

Portanto, a análise comparativa entre as principais

modalidades de TRA demonstrou que todas elas são se-

guras, e as formas transdérmicas e o UTD são as mais fi-

siológicas.

Recomendação

A análise comparativa entre as principais modalidades de

TRA demonstrou que todas elas são seguras e eficazes,

porém as formas transdérmicas e o UTD são as mais fi-

siológicas. Recomenda-se, sempre que possível, o uso de

UTD ou géis de testosterona para TRA em pacientes hi-

pogonádicos.

Q

ual

é

o

papel

da

testosterona

de

ação

prolongada

?

Existem duas apresentações de undecanoato de testoste-

rona de longa duração, uma com ampolas com 750 mg,

disponível nos EUA, e outra com ampolas de 1.000 mg, dis-

ponível na Europa e América do Sul. Ambas apresentam

boa tolerância por parte dos pacientes, são capazes de man-

ter níveis fisiológicos e estáveis de testosterona sérica e

DHT

59

(

B

) e apresentam eficácia e segurança semelhante

às outras formas injetáveis

58,63

(

B

)

64

(

D

). A vantagem do

UTD é que, com apenas 4 a 5 injeções ao ano, os níveis de

testosterona são mantidos em níveis fisiológicos

15

(

B

).

O UTD parece ter um papel no tratamento da síndro-

me metabólica. O acompanhamento de pacientes com

Daem e com a síndrome que utilizaram o UTD durante

1 ano demonstrou que houve restauração dos níveis de

testosterona no valor médio da normalidade. Houve uma

melhora significativa nos sintomas sexuais, nos parâme-

tros da síndrome metabólica e na composição corporal.

Não houve alteração de PSA, glicemia e função hepática,

e os níveis de hemoglobina e hematócrito não excederam

o limite superior da normalidade

36

(

A

)

38

(

B

)

16

(

C

).

Aumento da pressão arterial, hematócrito > 50% e pio-

ra do perfil lipídico, que podem ocorrer em um pequeno

número de pacientes, foram relacionados ao número de

repetições CAG do receptor androgênico e a presença de

obesidade

57

(

B

). A TRA com UTD de longa duração mos-

trou-se segura por um período de 24 meses de tratamento.

Recomendação

O principal papel da testosterona de ação prolongada é

a manutenção de níveis fisiológicos de testosterona séri-

ca com um menor número de aplicações e, consequente-

mente, menor taxa de efeitos colaterais.

E

xiste

diferença

de

absorção

entre

as

diferentes

preparações

farmacêuticas

?

Cada formulação apresenta uma característica distinta,

dependendo da apresentação, da dose e da farmacociné-

tica. Os ésteres de testosterona utilizados nas formula-

ções injetáveis de curta duração são derivados de ácidos

graxos e dependem da liberação dos ésteres do veículo

oleoso e da hidrólise desses ésteres para a liberação da tes-

tosterona na circulação. A farmacocinética é determina-

da, em parte, pelo tamanho da cadeia lateral, portanto, a

ampla variação na utilização de diferentes ésteres modu-

la o nível de testosterona circulante

41

(

D

).

Os níveis de testosterona obtidos com as formas in-

jetáveis de curta duração são instáveis

55,61

(

B

), ao passo

que, nas formas injetáveis de longa duração, os níveis se

mostram mais estáveis.

Nas formulações orais, a absorção é variável e a bio-

disponibilidade geralmente é ruim, em razão do efeito da

primeira passagem pelo fígado. O UTO é absorvido pre-

ferencialmente pelos quilomícrons, evitando a passagem

hepática. No entanto, o nível de testosterona geralmen-

te é subótimo e são necessárias várias tomas ao dia

41

(

D

).

Os adesivos mucobucais e a formulação sublingual

são pouco utilizadas. Os primeiros parecem ter uma boa

absorção, semelhante à dos géis, mas a meia-vida é mais

curta, necessitando da utilização de 2 vezes/dia

43

(

B

). Os

adesivos transdérmicos são apresentados em formula-

ções que variam no tamanho e, portanto, na dose de tes-

tosterona. Os estudos indicam que a absorção é eficiente

e atinge a dose de equilíbrio em 48 horas

44

(

B

). A absor-

ção dos adesivos escrotais é mais eficiente, porque a pele

da bolsa escrotal é mais fina, e ocorre maior produção de

DHT, pois a quantidade de 5-alfa-redutase nessa região é

maior

41

(

D

). A aplicação noturna do adesivo produz uma