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JORNAL DA

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA • AMB

- NOV/DEZ -

2008

Pró-SUS

Comissão apresenta reivindicações

para trabalho médico no SUS

As entidades médicas nacionais

voltaram a cobrar, no dia 14 de outu-

bro, durante audiência pública na

Câmara dos Deputados, piso salari-

al, plano de carreira nacional para a

categoria e melhores condições de tra-

balho no Sistema Único de Saúde

(SUS). Roberto Gurgel e Luc Weckx

representaram a AMB na reunião.

De acordo com Roberto Gurgel,

que expôs aos parlamentares a impor-

tância da Classificação Brasileira

Hierarquizada de Procedimentos Mé-

dicos no SUS e a manutenção do Có-

digo 7, a classe médica deve pressio-

nar e se engajar mais para que as pro-

postas sejam discutidas e aprovadas.

“A opinião dos deputados é a de

que o Congresso só funciona sob pres-

são, então o momento é esse. Temos

um médico na presidência da Câma-

ra, um na liderança do governo, dois

presidindo bancadas de partidos. Nos-

sa atuação política deve ser pragmá-

tica, pensada”, disse.

Foto: LucWeckx

Roberto Gurgel durante apresentação na audiência pública, na Camâra dos Deputados

Geraldo Guedes, coordenador da

Comissão Pró-SUS e representante do

Conselho Federal de Medicina, e

Mário Fernando Lins, representan-

te da Federação Nacional dos Mé-

dicos, apresentaram os outros pon-

tos da pauta de reivindicações (veja

quadro). Para Guedes, o profissio-

nal médico é a base do Sistema. Ele

argumentou que sem o piso salari-

al, médicos tendem a abandonar o

atendimento público.

Estava presente também a dire-

tora de gestão do Ministério da Saú-

de, Maria Helena Machado. Ela

defendeu a adoção do piso salarial e

da carreira de Estado para os traba-

lhadores do SUS em geral.

“Não defendemos uma carreira

isolada para os médicos; é possível ter

uma para todos os trabalhadores do

SUS, com pontos específicos para mé-

dicos, enfermeiros ou dentistas, se as-

sim o gestor, junto com os trabalhado-

res, considerar relevante”, afirmou.

Reivindicações da categoria

Um serviço público eficiente na área da

saúde, com gestão competente e financia-

mento adequado;

Melhor estrutura, para melhor atendimento;

Reajuste nos honorários da tabela SUS, com

a adoção da Classificação Brasileira

Hierarquizada de Procedimentos Médicos

(CBHPM);

Salário mínimo profissional de R$ 7.503,00

por 20 horas de trabalho;

Carreira de Estado e implantação de Plano

de Cargos e Salários para os médicos

atuantes no SUS.

“Ficou claro que se não houver um

movimento concreto das entidades e

dos médicos junto aos parlamentares

em seus Estados, prevalecerá a idéia

do médico apenas como “especialista

em saúde”, avalia Luc Weckx.