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MEDICINA

CONSELHO FEDERAL

Nov/Dez/2003

BALANÇO POLÍTICO

Promovido pelo Ministério da Saúde e Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com o in-

tuito de aperfeiçoar a lei que rege o setor (Lei nº

9.656/98) e atender às reivindicações dos diversos

segmentos da sociedade, o Fórum de Saúde

Suplementar encerrou-se nos dias 25 e 26 de no-

vembro, com o quarto e último encontro entre

prestadores de serviço, operadoras de planos de

saúde e órgãos de defesa do consumidor.

A primeira etapa do Fórum aconteceu entre 25

e 27 de junho, quando foram levantadas as princi-

pais reivindicações de cada segmento. Nos dias 9 e

10 de setembro, a pauta do encontro foi tomada por

um assunto emergencial: a liminar concedida pelo

Superior Tribunal Federal que passou a considerar

ilegais os artigos da Lei nº 9.656/98 que garantiam

a igualdade de direitos entre usuários com contratos

assinados antes e depois da lei entrar em vigor (em

janeiro de 1999). Em 8 de outubro, uma nova eta-

pa com o mesmo assunto: como garantir a migração

dos usuários antigos aos novos planos, assegurados

pela lei, sem que haja perdas para o consumidor e

para as operadoras.

Segundo a análise do dir etor de Defesa

Profissional da AMB, Samir Dahas Bittar, que par-

ticipou das quatro etapas do Fórum, o resultado fi-

nal contou com um ponto decepcionante para os

médicos e alguns pontos positivos.

A frustração ficou por conta da decisão de que

não haverá um reajuste emergencial para os presta-

dores de serv i ç o. “Esperávamos alguma atitude efe-

tiva da ANS e, nesse sentido, foi decepcionante”.

Já a principal conquista foi a promessa de a ANS

publicar, até o fim de janeiro de 2004, a resolução

normativa que regulamenta a contratualização en-

tre prestadores de serviços e operadoras de planos

de saúde.

Projeto Diretrizes

Outro ponto positivo foi o reconhecimento

unânime de que o Projeto Diretrizes, elaborado pela

AMB e Conselho Federal de Medicina (CFM), deve

servir de referencial para uma boa prática médica,

tanto na área da saúde suplementar como no setor

público de saúde.

Também foi aceita a Classificação Brasileira

H i e r a rqu izada de Proced ime nto s Médi cos

(CBHPM) como balizadora da linguagem a ser uti-

lizada por todas as operadoras, mas apenas no que

diz respeito à metodologia aplicada, e não à valo-

ração dos procedimentos. “A questão da valoração

será uma luta da classe médica com as operado-

ras”, afirma Bittar, que acredita que a contratualiza-

ção será o principal instrumento dos médicos para

garantir uma justa remuneração.

“A resolução da ANS não trará um modelo de

contrato, mas critérios mínimos a serem adotados

como referencial de reajuste e periodicidade do

mesmo, prazo para pagamentos, regras para cre-

denciamento e descredenciamento, assim como

validade do contrato e penalidades caso alguma

das partes o descumpra. Se no momento de ne-

gociar valores as operadoras impuserem referen-

ciais antigos, caberá ao médico ou às Centrais de

Convênio estaduais lutar pelo referencial de 2003,

que é a CBHPM”, explica o conselheiro Pedro Pablo

Chacel, representante do CFM na Câmara Técnica

de Saúde Suplementar.

Com a esperança de que a contratualização,

enfim, se torne realidade, Álvaro Luiz Salgado, que

também representa o CFM na Câmara Técnica de

Saúde Suplementar, afirmou que a AMB e o CFM

darão início a um trabalho de orientação para que to-

dos os médicos negociem seus contratos com refe-

renciais atualizados de pagamento.

"A contratualização é um grande ganho, porque

será a ferramenta que os médicos terão para nego-

ciar um honorário justo e, assim, conseguirem equi-

líbrio econômico no setor suplementar de saúde",

destaca Salgado.

Além de se esquivar de adotar de imediato a

CBHPM como padrão mínimo de remuneração, o

Fórum também não atendeu outras propostas apre-

sentadas pelas áreas médicas, como a de dar maior

celeridade aos trabalhos da Câmara Técnica de

Assuntos Médicos, paralisada em função de outras

prioridades, e a inclusão dos institutos que prestam

assistência médica aos servidores públicos como

subordinados às leis e resoluções aplicadas às

operadoras de planos de saúde.

Fórum ANS: poucos avanços

Mesa de abertura

do Fórum de

Saúde

Suplementar

realizado em

Brasília/DF

Samir Dahas Bittar,

diretor de Defesa Profissional da AMB

jornal DEZEMBR - PARA SALVADOR 12/29/03 11:56 AM Page 9