Background Image
Previous Page  8 / 24 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 8 / 24 Next Page
Page Background

8

MEDICINA

CONSELHO FEDERAL

Nov/Dez/2003

BALANÇO POLÍTICO

A Classificação Brasileira Hierarquizada de

P rocedimentos Médicos (CBHPM), que já começa

a ser adotada, resultou de exaustivo trabalho técni-

co - hierarquizado intra e interespecialidades. Trabalho

desenvolvido ao longo de três anos pela AMB, CFM

e Sociedades de Especialidade, com assessoria da

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da

Universidade de São Paulo (Fipe).

A idéia da criação de uma lista referencial tecni-

camente defensável que contasse com o aval das

entidades médicas nacionais – AMB, CFM, Fenam

e CMB - surgiu em março de 2000, na reunião de

planejamento estratégico AMB/CFM. Antes de ser

oficialment e lançado, no dia 15 de julho, em

Vitória/ES, o texto foi publicado para consulta públi-

ca na internet e, depois, aprovado pelas plenárias do

CFM e AMB. Em sua última etapa antes da im-

pressão, a CBHPM foi debatida no Encontro

Nacional de Entidades Médicas (ENEM), realizado

em maio, em Brasília. Ali foi anunciada a edição de

uma resolução normativa do CFM, tornando-a refe-

rencial ético para a remuneração de honorários médi-

cos - resolução essa publicada em 7 de agosto de

2003, sob o nº 1.673/2003.

“Não havia outra maneira científica e ética de

organizar os procedimentos médicos senão a realiza-

da na Lista. Essa foi a fo rma que nós, médicos, encon-

tramos para dizer quanto vale o nosso trabalho”, afi r-

mou Edson Andrade, presidente do CFM, durante

o lançamento da CBHPM, em Vitória. “O lança-

mento da Classificação Brasileira Hierarquizada de

Procedimentos Médicos é um marco histórico para a

classe médica brasileira. Melhor ainda será a sua trans-

formação em instrumento balizador não apenas para

o setor privado mas para o sistema público de saúde”,

completou o presidente da AMB, Eleuses Paiva.

S imultaneamente ao lançamento da CBHPM

em várias capitais brasileiras, as entidades médicas na-

cionais iniciaram um movimento nacional visando a

sua implantação. Foi criada a Comissão Nacional de

Implantação da CBHPM, fo rmada por Abdon Murad

Neto e Antonio G. Pinheiro (CFM), Eduardo da

Silva Vaz, José Luiz Gomes do Amaral, Lincoln M.

Freire e Lúcio Antônio P. Dias (AMB), José Erivalder

Guimarães (CMB) e Héder M. Borba e Márcio C.

Bichara (Fenam), que organizou o “Dia Nacional

de Mobilização”, desencadeado em todas as capi-

tais do país em 11 denov emb ro. Nesta data, em co-

letivas à imprensa, as entidades médicas nacionais

apresentaram o documento

Carta aberta ao presi -

dente da República

, resumindo suas principais reivin-

dicações em relação ao setor de saúde suplementar.

Entre elas, a adoção da CBHPM como padrão mí-

nimo e ético de remuneração, conforme determina a

Resolução CFM nº 1.673. Em seguida, a Comissão

editou e distribuiu aos 280 mil médicos do país o jor-

nal

Mobilização

, apresentando, de forma resumida,

como foi o “Dia de Mobilização” em todos os esta-

dos e os avanços obtidos nas negociações para a im-

plantação da CBHPM.

Implantação

Desde o lançamento da CBHPM, a Comissão

de Implantação vem se reunindo com representantes

de entidades do setor suplementar de saúde. A União

Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde

(Unidas) foi a primeira operadora de plano de saúde

a assumir o compromisso de adotar a CBHPM. Em

comunicado conjunto com a AMB e o CFM, a enti-

dade, resultante da fusão dos grupos Ciefas e

Abraspe, reconhece a CBHPM como parâmetro jus-

to de remuneração médica e assume a responsabili-

dade de orientar suas filiadas a adotá-la em, no má-

ximo, seis meses.

Reunido em outubro, no Encontro Nacional dos

Conselhos de Medicina 2003, promovido pelo

Conselho Federal de Medicina, em Brasília, o sistema

c o o p e r ativoUnimed também passou a debater a im-

plantação da CBHPM. Participaram do encontro os

presidentes da Unimed do Brasil, Celso Barros, da

Confederação das Unimeds do Brasil, Antonio Alberto

de Felício, da Aliança Cooperativista Brasileira,

Reginaldo Tavares de Albuquerque, e Emerson Fidelis,

da Unimed de Belo Horizonte. Ao final do encontro,

o presidente do CFM, Edson Andrade, sugeriu a cria-

ção de uma comissão integrada por dirigentes da

Unimed e representantes da classe médica, objetivan-

do uma posição oficial do sistema em relação à

CBHPM.

“Já nos reunimos, também, com representantes

da Abramge e Fenaseg, além de empresas como

Br adesco e Sul-Amér ica. No ent anto, ainda

aguardamos decisão oficial de todas elas quanto à

aceitação da CBHPM”, destaca o presidente da

AMB, Eleuses Paiva.

Em relação à área gov e rnamental, as entidades

médicas já agendaram audiência com o ministro da

Saúde, Humberto Costa, para apresentá-la oficial-

mente ao governo e discutir a sua adoção pelo

Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde

Suplementar. Uma campanha publicitária nacional

está sendo preparada pelo CFM e AMB para cons-

cientizar os médicos e mostrar à população a im-

portância da CBHPM.

Reavaliação

Em agosto último, a Comissão Nacional de

Honorários Médicos (CNHM) reuniu-se na sede da

AMB para reavaliar a CBHPM após o seu lança-

mento oficial. Como explica o coordenador da

Comissão e 1º tesoureiro da AMB, Amilcar Martins

Giron, foram identificados alguns erros a serem cor-

rigidos. "Anualmente, faremos as alterações e, até,

possíveis inclusões podem ser aprovadas pela

Comissão", explicou. A CNHM é integrada por

Mariza D'Agostinho Dias e Flávio Pabst, represen-

tantes da AMB, Antonio Gonçalves Pinheiro e

Edvard Araújo, do Conselho Federal de Medicina, e

Má rcio Costa Bichara e José Roberto Murisset, da

Federação Nacional dos Médicos.

Novo dia de mobilização

Na última reunião da Comissão Nacional de

Mobilização para a implantação da CBHPM, realiza-

da em 2 de dezembro, ficou decidido que até o início

de janeiro de 2004 será marcado um novo Dia

Nacional de Mobilização, como estratégia para tornar

pública a reivindicação da classe médica junto às

operadoras de planos de saúde.

"Novamente, organizaremos o Dia de Mobili-

zação nos estados, com as federadas da AMB, jun-

tamente com as demais entidades médicas locais,

decidindo como será o movimento, se centrado em

coletivas à imprensa ou com paralisação de atendi-

mento a determinados planos", revelou o vice-pre-

sidente da AMB Região Leste-Nordeste, Lúcio Prado

Dias.

Classificação Brasileira Hierarquizada

de Procedimentos Médicos

Representantes

das entidades

médicas nacionais

prestigiam o

lançamento da

CBHPM, em

Vitória/ES

jornal DEZEMBR - PARA SALVADOR 12/29/03 11:56 AM Page 8