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MEDICINA
CONSELHO FEDERAL
ENCONTRO NACIONAL
“Nas últimas
eleições, foram mais
de 60 milhões de
votos de confiança
dados ao Lula. A
quem mais é dado,
mais será cobrado”
Héder Murari,
presidente da
Federação Nacional
dos Médicos,
durante a abertura
do ENEM
Maio-junho/2003
“O Ministério quer dialogar com as entidades mé-
dicas, com as secretarias estaduais e municipais de
saúde; quer ouvir os usuários do SUS porque este
é um governo democrático, eleito pela maioria da
população brasileira que desejava se expressar e
participar das tomadas de decisões que afetam as
políticas sociais do Brasil”.
Após Gastão Wagner, o presidente do Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde,
Conasems, Luiz Odorico Monteiro de Andrade,
saudou os participantes do ENEM ressaltando que
a saúde está diretamente ligada às demais condi-
ções econômicas, sociais e políticas do país. “É um
desafio começarmos a discutir, aqui no ENEM, pro-
postas concretas que possam ser apresentadas du-
rante a XII Conferência Nacional de Saúde”, afir-
mou.
O deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), presi-
dente da Frente Parlamentar da Saúde, colocou-se
à disposição das entidades médicas e do governo
para debater qualquer problema relativo à Saúde.
Segundo Guerra, o objetivo da Frente é auxiliar os
médicos, o governo e a sociedade, buscando a reso-
lução dos graves problemas que o Brasil enfrenta
na área. “A Frente, composta nesta legislatura por
190 deputados e 17 senadores, não é defensora des-
te ou daquele interesse; não é deste ou daquele par-
tido. É a Frente da Saúde, que congrega represen-
tantes dos mais diversos partidos e que visa a um
único objetivo: a melhoria das condições de saúde
da população brasileira”, disse.
União das entidades médicas
O presidente da Associação Nacional de
Médicos Residentes, ANMR, José Luiz Bonamigo
Filho, iniciou seu discurso dizendo considerar fun-
damental que os 17 mil médicos residentes do país
estejam representados no ENEM, discutindo e pro-
pondo medidas para que a profissão médica não seja
aviltada.
A seguir, Bonamigo esquentou o ânimo da pla-
téia ao denunciar uma negociação que estava sen-
do feita nos bastidores da Comissão Nacional de
Residência Médica, CNRM. Informou que docu-
mentos elaborados pelo Ministério da Saúde e en-
caminhados para o Ministério da Educação propu-
nham a transferência da Comissão Nacional de
Residência Médica do MEC para o Ministério da
Saúde. Além do mais, seria dada nova composição
à Comissão, na qual os representantes do governo
federal passariam a constituir a maioria. “Gostaria
de partilhar com todos estas informações que obti-
ve na tarde de hoje, pois as considero gravíssimas
e extremamente danosas para o exercício da medi-
cina no país”, afirmou.
Ao tornar públicos tais fatos, Bonamigo recebeu
apoio da platéia, que o ovacionou demoradamente
e de pé. O secretário-executivo do Ministério da
Saúde, Gastão Wagner, parecendo surpreendido
com a declaração de Bonamigo, consultou rapida-
mente os assessores que o acompanhavam e ne-
gou, enfática e oficialmente, a existência de qual-
quer documento com esse teor ou qualquer inicia-
tiva governamental naquele sentido.
A denúncia do presidente da Associação
Nacional de Médicos Residentes é sumamente gra-
ve. E a veemente rejeição feita pelo representante
do ministro só afirma seu desconhecimento. Nos
organismos governamentais, muitos burocratas cos-
tumam se aventurar além de suas possibilidades.
Principalmente os “cristãos novos”. O Ministério
fica com o dever de esclarecer tal fato.
Para não estender a polêmica e o mal-estar cria-
dos tanto pela denúncia como pelo desmentido for-
Da esquerda
para a direita:
Antônio
Bernardino, Luiz
Odorico
Monteiro de
Andrade, José
Luiz Bonamigo
Filho, Heder
Murari, Edson de
Oliveira
Andrade, Eleuses
Paiva, Ricardo
Paiva, Gastão
Wagner e Rafael
Guerra
José Luiz
Bonamigo Filho,
presidente da
ANMR