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JAMB

ABRIL/MAIO DE 2002

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CETRUS

odas as Sociedades de Especialidade já analisaram

a hierarquização pontuada dos procedimentos

médicos relativos à sua especialidade, após a

elaboração do ranking efetuado pela Fipe – Fundação Instituto

de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo.

Também foram realizadas correções de possíveis distorções

existentes, e agora o próximo passo é analisar o trabalho no

conjunto, ou seja, os procedimentos de todas as áreas.

Este é estágio atual da Classificação Hierarquizada de

Procedimentos Médicos AMB/CFM. De acordo comAmilcar

Martins Giron, coordenador dos trabalhos e 1º secretário da

AMB, o projeto caminha agora para sua última etapa.

“Na próxima fase, aAMB também estará à disposição para

sediar reuniões entre as Especialidades e a Fipe para que sejam

feitos os ajustes finais”, afirma, acrescentando que a forma

final deverá ser feita sem pressa e com cautela.

Quatro milhões de pessoas morrem

anualmente em virtude do tabaco. No Brasil há

mais de 30 milhões de tabagistas, dos quais 80

mil a 100 mil falecem por ano devido a doenças

relacionadas ao fumo. A Organização Mundial

de Saúde (OMS) qualifica o tabaco como a maior

causa evitável de doenças e morte. O tabagismo

causa mais óbitos que somados todos os acidentes

de trânsito, de trabalho, suicídios, drogas ilícitas,

alcoolismo e Aids.

Preocupada com estes dados, a OMS, através

da sua Convenção Quadro de Controle Global

Mundial do Tabaco, criou o Programa de

Aconselhamento Mínimo aos Fumantes. Já

aderiram ao Programa 192 países, inclusive o

Brasil, além de mais de 200 ONGs. AAssociação

Médica Brasileira também apóia a iniciativa, e por

meio da Comissão de Combate ao Tabagismo irá

cooperar na implantação e implementação do

Programa, com o objetivo de reduzir o número de

fumantes no País.

O método aconselhado pelo programa, a ser

utillizado pelos médicos, prevê o procedimento

chamado ‘aconselhamento mínimo’. A proposta é

que os médicos orientem os pacientes fumantes

sobre os malefícios do tabaco. “Dispendendo cerca

de 3 a 5 minutos durante a consulta, os médicos

podem auxiliar e informar os pacientes do mal que

Classificação

Hierarquizada

Segundo ele, após a aprovação das Especialidades, a

Classificação Hierarquizada será apresentada às

operadoras de planos e seguros de saúde que

acompanham o trabalho em desenvolvimento como

Unimeds, Ciefas, Abraspe e Abramge, antes da

publicação e do estabelecimento de estratégias de

implantação.

“Este novo trabalho é bem mais complexo que a

tabela de 1992 pelo acréscimo de novos procedimentos

e com a diferença que agora o ato médico está

hierarquizado”, explicou. “Desde o início, nunca

apresentamos a intenção de sugerir preços, mas apenas

valores relativos que demonstrarão a complexidade

de cada procedimento. É preciso ainda discutir o valor

da consulta e a estrutura final de apresentação da

Hierarquização, que ainda não foram definidos”,

completou.

A idéia de elaborar uma Lista de

Procedimentos Médicos tecnicamente correta,

equânime, com assessoramento de instituições

econômicas experientes e com a chancela da

AMB e do CFM e com ênfase para o ato médico,

surgiu em março de 2000, durante Planejamento

Estratégico da AMB. Apartir daí, foi instalada a

Comissão de Metodologia, que é o grupo

formado por representantes daAMB, CFM, Fipe

e 13 Sociedades de Especialidade. A Comissão

Nacional de Honorários Médicos também passou

a integrar o trabalho, porém com atuação

estritamente técnica.

O projeto foi desenvolvido em três etapas:

na primeira, a Fipe classificou e hierarquizou os valores

dos honorários médicos; na segunda, foram valorados

SADT e na terceira elaborado um levantamento entre três

mil profissionais sobre o valor da consulta médica. Em

relação aos honorários, foram promovidas reuniões com

todas as Especialidades a fim de classificar os

procedimentos. Para a hierarquização dos custos

envolvendo SADT, foram considerados os custos fixos, de

equipamento e pessoal técnico e também de insumos. Após

o confronto dos itens entre as áreas clínica, cirúrgica e de

SADT, concluiu-se que no ato médico o tempo é o fator

mais importante, porém os demais atributos, como

qualificação do profissional, complexidade, insalubridade,

etc, também foram levados em consideração.

Amilcar Giron: Classificação Hierarquizada na reta final

a nicotina causa. Com isso, podemos atingir altos

índices de desistência, já que estes profissionais são

capacitados e possuem credibilidade e poder de

persuasão perante os pacientes”, explicou o

secretário da Comissão de Combate ao Tabagismo

da AMB, Antonio Pedro Mirra.

Em países como Inglaterra, Canadá e Estados

Unidos a implantação deste programa apresentou

ótimos resultados. Dados do Conselho Britânico de

Pesquisas Médicas mostram que cerca de 5% de

fumantes abandonaram o vício. O National Câncer

Institute dos Estados Unidos registrou em média

15% de desistência ao cigarro e no Canadá a

experiência de um ano mostrou que um milhão de

fumantes largaram o vício.

Segundo estimativas da Associação Médica

Brasileira, há no Brasil em torno de 250 mil médicos

em atividade. Se, em uma primeira etapa, aderirem

apenas 20% dos médicos (50 mil), e se em média

cada um conseguir anualmente 10 abandonos de

tabaco, serão 500 mil que abandonarão o vício.

“Portanto, é de grande valia motivar a classe médica

a se integrar nesse programa. AAMB está confiante

de que toda a categoria se empenhará na sua

execução, dada o seu alto padrão de respon-

sabilidade científica e dedicação à saúde da

comunidade”, comenta o presidente da Comissão,

José Rosemberg.

Ação contra o tabagismo

conta com apoio da AMB

Foto: Arquivo