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JAMB

ABRIL/MAIO DE 2002

4

SÃO CAMILO

ando seqüência a uma

antiga luta das entidades

médicas, que arrasta-se

desde a década de 60, e ao

cumprimento de ações definidas

no planejamento estratégico

AMB/CFM, a abertura de novas

escolas médicas foi o tema de

cinco fóruns regionais realizados

no mês de abril sob a coor-

denação da Associação Médica

Brasileira.

Os fóruns foram realizados

pelas Federadas da AMB nas

cidades de Curitiba (17/4), Belo

Horizonte (20/4), Belém (22/4),

Brasília (24/4), Salvador (26/4)

e obedeceram a um programa

preestabelecido, aprovado pelo

Conselho Deliberativo da enti-

dade, constando de três temas

básicos: 1) Fatores condicio-

nantes à abertura de novas

escolas de medicina (Aspectos

políticos, institucionais e de

mercado de trabalho); 2) As-

pectos jurídicos (Definição de

competências da União e dos

Estados para legislar sobre a

questão; legitimidade da inter-

venção das entidades médicas no

processo); 3) Estratégias de

ações político-institucionais para

criar ou mudar a lei (definição de

requisitos mínimos para a cria-

ção, autorização de funcio-

namento e reconhecimento de

novos cursos de graduação em

medicina; estabelecimento de

normas de acompanhamento e

avaliação dos cursos existentes).

Um último fórum nacional será

realizado em São Paulo, no dia

15 de junho, quando se espera

Contribuição ao ensino médico

AMB realiza fóruns regionais abordando o tema“EscolasMédicas: necessidade ou oportunismo?

Fórum realizado pela AMB, dia 20 de abril, em Belo Horizonte: participação ativa da área

médica reunindo os segmentos associativo, sindical e conselheiral

reunir num documento final

todas as propostas apresentadas

durante as discussões regionais.

“Com isso,

pretendemos

elencar pro-

postas con-

cretas e coe-

rentes com o

objetivo de

criar dispo-

sitivos legais

para disci-

plinar

a

abertura de

novas escolas

m é d i c a s ” ,

e x p l i c a

Ronaldo da Rocha Loures Bueno,

vice-presidente da Associação

Médica Brasileira, região Centro-

Sul, e responsável pela

coordenação dos fóruns.

As pro-

postas serão

encaminhadas

ao deputado

federal Rafael

Guerra, re-

lator do pro-

jeto de lei já

em trâmite no

C o n g r e s s o

Nacional que

regulamenta a

abertura de

novas escolas

na área da

saúde. O projeto, de autoria das

entidades médicas nacionais, foi

entregue aos parlamentares

durante um café da manhã,

realizado em novembro do ano

passado, na sede do Conselho

Federal de Medicina, em

Brasília.

O projeto apresentado altera a

Lei nº 9394, de 20 de dezembro de

1996, que estabelece as diretrizes

e bases da educação nacional, e

condiciona que a criação de cursos

de graduação na área da saúde por

Universidades e demais instituições

de ensino superior deve ser

submetida em caráter terminativo

à manifestação do Conselho

Nacional de Saúde - CNS.

Atualmente, o parecer do CNS para

a abertura de novos cursos é

meramente consultivo.

Os pa r l amen t a r e s f o r am

bastante receptivos à proposta

das entidades nacionais, mos-

trando-se também preocupados

com o crescente número princi-

palmente de escolas médicas no

País. Atualmente, o País conta-

biliza 108 escolas de medicina,

sendo que outras 14 aguardam

au t o r i zação pa r a f unc i ona -

mento. Juntas, elas formam

cerca de 11 mil novos pro-

fissionais por ano, sendo que,

por absoluta falta de vagas,

apenas 75% deles terão acesso

à Residência Médica.

“Hoje, muitas faculdades de

medicina apresentam condições

precárias para funcionamento, e

desta maneira formam profis-

sionais mal preparados. Nossa

preocupação inicial, no entanto,

é disciplinar a abertura de novas

escolas, apresentando requisitos

mínimos para funcionamento.

Numa segunda etapa, pre-

tendemos avaliar as que se

encontram em atividade, che-

cando e orientando para que

sigam os critérios mínimos

estabelecidos para a perfeita

formação de um profissional na

área de saúde”, acrescenta

Ronaldo Loures.

As entidades médicas preten-

dem também, através de suas

Federadas, CRMs e Sindicatos

estaduais, apresentar o mesmo

projeto à esfera estadual. “Desta

forma, garantiríamos o mesmo

padrão de curso, tanto para a

escola médica subordinada ao

âmbito Federal como Estadual”,

finaliza Loures.

AMB

PRETENDE

CONDENSAR

EM

DOCUMENTO

ÚNICO

AS

PROPOSTAS

APRESENTADAS

DURANTE AS

DISCUSSÕES

DOS

FÓRUNS

REGIONAIS

Foto: Lenício Siqueira