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Saúde Pública

No primeiro dia houve uma

enorme mobilização no Congresso

Nacional, quando os médicos visita-

ram parlamentares de seus respecti-

vos estados para esclarecer sobre os

riscos à população da manutenção

dos vetos à Lei do Ato Médico e o por

quê das entidades médicas serem

contrárias àMP 621.

À tarde, no auditório Nereu

Ramos, no Senado Federal, aconteceu

um ato público com a presença de

deputados e senadores de vários par-

tidos, que tiveram a oportunidade de

se manifestar sobre ambos os temas.

Na ocasião, lideranças representati-

vas das entidades médicas, estudan-

tes demedicina emédicos residentes

também entregaram documentação

aos parlamentares com as justifica-

tivas contrárias à MP e aos vetos do

Ato Médico. O evento encerrou com

uma passeata pelas ruas em direção

ao Palácio da Alvorada, onde realiza-

ram manifestação pacífica contra as

decisões do governo.

Nos dias subsequentes, os mé-

dicos se reuniram na sede da As-

sociação Médica de Brasília, onde

debateram estratégias e ações para

contestar as ações do governo. Ao fi-

nal do evento, foram elencadas mais

de 60 propostas e distribuídos mani-

festos com esclarecimentos ao Con-

gresso Nacional e à sociedade sobre

os efeitos das medidas governamen-

tais na área da saúde, resultando em

prejuízos à medicina brasileira e à as-

sistência de qualidade.

Cubanos

Após críticas ao anúncio de que

importaria 6 mil médicos cubanos

para o Programa Mais Médicos, o

governo decidiu desistir da inten-

ção, informando que traria apenas

médicos europeus. Em agosto, no

entanto, mudou de ideia novamen-

te anunciando a chegada dos pri-

meiros 400 médicos de um total de

4 mil cubanos.

Além da ação contra o ministro

Alexandre Padilha por improbidade

administrativa, pedindo explicações

sobre o motivo de R$ 17 bilhões do

orçamento da saúde não terem sido

investidos no setor, a AMB também

questionou na Justiça a MP 621, que

criou o Programa Mais Médicos. Fo-

ram três ações com o mesmo objeti-

vo: a primeira, no Supremo Tribunal

Federal (STF), em 23 de julho de 2013,

com pedido de mandado de segu-

rança. Dois dias depois, na Justiça Fe-

deral do Distrito Federal (1ª Região),

protocolou Ação Civil Pública com

pedido de liminar e, em 23 de agosto,

também no STF, ajuizou Ação Direta

de Inconstitucionalidade.

Protestos

No dia 3 de julho de 2013, atendendo à

convocação das três entidades nacionais

– AMB, CFM e Fenam –, médicos foram às

ruas de todas as capitais do país no Dia

Nacional deMobilização como objetivo de

chamar a atenção da população para o pro-

jeto do governo federal de importar médi-

cos sema revalidação do diploma, alémde

protestar contra baixos investimentos no

setor de saúde, precárias condições de in-

fraestrutura no SUS e inexistência de uma

carreirade estadoparamédicos.

O movimento foi uma das ações

anunciadas durante assembleia reali-

zada em São Paulo, dia 26 de junho, na

sede da AMB, que reuniu cerca de 200

lideranças médicas nacionais e regio-

nais de todo o país – associações médi-

cas, conselhos, sindicatos, sociedades de

especialidade, estudantes e médicos re-

sidentes. Durante o encontro, decidiu-se

considerar, pela primeira vez na história

do Brasil, um ministro da Saúde, Ale-

xandre Padilha, como

persona non gra-

ta.

Também foram deliberadas outras

ações publicadas em “Carta Aberta aos

médicos e à população brasileira”. Em

seguida, houve coletiva à imprensa para

anunciar as decisões da assembleia.

Em todas as 27 capitais e em várias

cidades do país ocorreram manifesta-

ções. São Paulo foi a capital que reuniu o

maior número de médicos – cerca de 10

mil, segundo estimativas da Polícia Mili-

tar. O ponto de encontro ocorreu na sede

da AMB, de onde os médicos saíram em

passeata pela avenida Paulista até o ga-

binete de representação da Presidência

da República para protestar. O presiden-

te da AMB, Florentino Cardoso, acompa-

nhou a passeata durante todo o trajeto

e disse que, por meio da mobilização em

todo o país, seria possível mostrar o caos

e as verdades da saúde pública no Brasil.

César Teixeira

CésarTeixeira

CésarTeixeira

MAIO-JUNHO/JULHO-AGOSTO 2

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JAMB

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