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Carta aberta

Em resposta ao lançamento do Programa Mais Médicos, di-

vulgado pelo governo federal como solução para os principais

problemas da saúde do país, as entidades médicas nacionais

protestaram, divulgando uma carta aberta à população, assi-

nada por AMB, ANMR, CFM e Fenam. As entidades médicas na-

cionais afirmaram que as medidas anunciadas assumem altos

riscos,pois não preservamo bomexercício damedicina.

“A vinda de médicos estrangeiros sem aprovação no Re-

valida e a abertura de mais vagas em escolas médicas sem

qualidade são medidas irresponsáveis, comprometendo a

qualidade do atendimento nos serviços de saúde, expondo a

parcela mais carente e vulnerável da nossa população a riscos

decorrentes do atendimento de profissionais mal formados”,

assinala um trecho do documento divulgado.

Quanto à ampliação do tempo de formação nos cursos

de medicina em dois anos, as entidades entendem tratar-se

de “manobra que favorece a exploração de mão de obra. Não

Unidade

Como objetivo de debater o atual

quadro da saúde nacional e a ati-

vidade médica em seu contexto,

a AMB reuniu no dia 31 de julho

de 2013 membros de sua Direto-

ria Plena, representantes e presi-

dentes de sociedades de especia-

lidade e das associações médicas

estaduais. O tema dominante do

encontro foi o Programa Mais

Médicos, lançado pelo governo

federal através da MP 621/13. Fo-

ram apresentadas sugestões e

discutidas estratégias contestan-

do o plano governamental.

Ação Direta de

Inconstitucionalidade

À época do anúncio do programa,

julho de 2013, a AMB afirmou em

diversas audiências públicas, para

a imprensa e em reuniões com

parlamentares, que o Mais Médicos

estava envolto em uma nebulosa fal-

ta de transparência, além de trazer

consigo uma grande quantidade de

inconstitucionalidades.Emagosto de

2013, a AMB protocolou o pedido de

Ação Direta de Inconstitucionalidade

(ADI) contra o Mais Médicos. A alega-

ção foi “o exercício ilegal damedicina

em solo brasileiro”, já que autorizava

“pessoas semavaliação da habilitação

técnica a praticar atos médicos no

se pode esquecer que os estudantes já realizam estágios nas úl-

timas etapas de sua graduação e depois passam de 3 a 5 anos em

cursos de residência médica”, contesta o documento.

O formato de contratação dos médicos – sem garantias traba-

lhistas expressas, com contratos precários e remuneração não com-

patível coma responsabilidade e exclusividade – tambémmereceu

críticas. Foi apontada uma solução para a interiorização dos mé-

dicos: “O governo deveria ter criado uma carreira de estado para o

médico, dando-lhe condições estruturais para exercer o seu papel e

o estímulo profissional necessário paramigrar e se fixar no interior

e na periferia dos grandes centros”,assinala a carta.

O Conselho Científico da AMB, representado pelas 57 associa-

ções nacionais de especialidades, divulgou documento tambémrefe-

rendando total apoioà carta-posicionamentodas entidadesmédicas

nacionais emdefesa de uma assistência de qualidade à população e

de condições dignas para o pleno exercício damedicina. O documen-

to foi assinadopor todas as 57 associações de especialidade.

César Teixeira

Brasil”. Em 2015, ao completar dois

anos da implantação do Programa

Mais Médicos, emitiu nota exigindo

transparência por parte do governo.

“É preciso defender os médicos do re-

gime ditatorial que os cerca mesmo

em solo brasileiro, não permitindo

que sejam vigiados por membros do

governo cubano (pagos comdinheiro

do povo brasileiro) e que sofram pres-

são para mandar suas famílias de

volta para Cuba. Assim como todo o

povo brasileiro, a AMB aguarda uma

explicação clara e verdadeira quanto

ao Mais Médicos, bem como a apre-

sentação de todos os contratos firma-

dos entre a Opas e o governo brasilei-

ro”, diz umtrecho da nota.

Saúde Pública

Arquivo AMB

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JAMB

MAIO-JUNHO/JULHO-AGOSTO 

2017