APRESENTAÇÕES ORAIS
A
nais
do
V CONGRESSO SAMMG | 29
de
setembro
– 1
de
outubro
de
2016 | B
elo
H
orizonte
/MG:37-62
55
de depressão entre os que tiveram insônia. Isso revela a
relação entre o sistema límbico e os ritmos circadianos.
Objetivos:
Demonstrar a relação entre insônia e depressão
por meio de evidências anatômicas e conscientizar sobre
a gravidade dos distúrbios psiquiátricos.
Metodologia de
busca:
Busca de artigos em inglês dos anos 2010 a 2016
no Portal Capes, PubMed e Scopus.
Discussão:
O núcleo
supraquiasmático, localizado no hipotálamo supraóptico,
é o principal controlador dos ritmos circadianos. A posi-
ção desse núcleo favorece o recebimento de informações
luminosas pelo trato retino-hipotalâmico, o que é essen-
cial para a regulação dos processos biológicos, inclusive
do ritmo sono-vigília. O hormônio melatonina, sintetizado
na glândula pínea também atua nesse ritmo. Pessoas com
irregularidades no funcionamento do sistema circadiano
podem ter como consequência desregulações no pro-
cesso homeostático do sono, podendo manifestar insônia
com sintomas depressivos. Isso tem como consequência
aumento ou diminuição da latência do sono-REM, limiar
elevado de despertar do sono-REM e deficiência no sono
de ondas lentas. A irregularidade em questão pode ser
explicada pela hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise-
-adrenal, resultando na liberação do hormônio liberador
de corticotrofina. Há também a possibilidade de estimula-
ção induzida pelo estresse do sistema nervoso autônomo e
do locus ceruleus. A maneira como os distúrbios do sono
impactam o humor e as emoções promove uma hipoati-
vação do córtex pré-frontal dorsolateral associado a um
funcionamento normal do córtex pré-frontal medial, como
uma tentativa de adaptação a continuidade de experiências
emocionais. Esses mecanismos fisiopatológicos reforçam
a ideia de comorbidade entre as patologias. Vale ainda
ressaltar o avanço no tratamento da depressão por meio
da compreensão dessa relação patológica, o que resultou
no antidepressivo agomelatina, responsável por atuar no
sistema circadiano como agonista dos receptores de mela-
tonina.
Considerações finais:
A relação entre humor e
distúrbios do sono é evidenciada pelas alterações anatômi-
cas e fisiológicas, levando muitos pesquisadores a tratá-las
como comorbidades.
Palavras-chave:
insônia, depressão, ritmo circadiano e
melatonina.
Evidências científicas da associação entre doença
celíaca e infertilidade: uma revisão
C
ientific
evidence
for
an
association
between
celiac
disease
and
infertility
:
a
review
.
P
egos
ISS
1
, V
ale
FFA
1
, P
egos
KES
1,2
1
Acadiemicas da Universidade Federal de Minas Gerais,
2
Médica
Psiquiatra
Contato:
isabelasotirios@gmail.com;(31) 997559009
Introdução:
Doença celíaca (DC) é uma doença autoi-
mune na qual indivíduos susceptíveis manifestam resposta
inflamatória anormal na mucosa intestinal desencadeada
por exposição alimentar ao glúten, proteína presente no
trigo. A prevalência é de cerca de 1% e forma clássica se
caracteriza por sintomas gastrointestinais. No entanto, na
forma atípica da DC, quadros extra-intestinais são mais
proeminentes – incluindo potenciais complicações gineco-
-obstétricas importantes como a infertilidade.
Objetivos:
Discussão das evidências da associação entre DC e infer-
tilidade e sua aplicação para a prática clínica.
Metodolo-
gia de busca:
Revisão do tema em literatura especializada
através da busca eletrônica na base de dados PubMed.
Dis-
cussão:
Duas hipóteses principais buscam elucidar uma
potencial associação entre DC e infertilidade. Na nutri-
cional, a a infertilidade seria resultado da má absorção de
zinco e selênio, envolvidos no metabolismo do LH e FSH,
e de ácido fólico. Na hipótese autoimune, anticorpos anti-
-enzima transglutaminase na DC comprometem a implan-
tação uterina e o desenvolvimento placentário. Achados
de estudos epidemiológicos da associação, contudo, são
controversos. Resultados de triagem para doença celíaca
em mulheres com diagnóstico prévio de infertilidade inex-
plicada sugerem maior prevalência de DC, mas o espaço
amostral reduzido dificulta a aplicação para a população
em geral. Em contraste, estudos de coorte não encontraram
diferenças significativas nas taxas de fertilidades entre por-
tadores de DC e controles. Contudo, esses estudos foram
conduzidos em pacientes cujo tratamento com dieta livre
de glúten já estava em curso, e, portanto, desconsideram
o efeito da eliminação do glúten da alimentação no resul-
tado. Pesquisas comparando as taxas de fertilidade antes e
após introdução de dieta livre de glúten em pacientes com
DC indicam aumento significativo na fertilidade com o
tratamento, o que sugere potencial eficácia da direta como
terapia para a infertilidade nesse contexto.
Considerações
finais:
A potencial associação entre DC e infertilidade
não deve ser ignorada na prática clínica, tendo em vista
a simplicidade do teste sorológico TTG-IgA para triagem
de DC e os custos reduzidos de uma dieta livre de glúten
quando comparada aos tratamentos convencionais para a
infertilidade. Comprovar essa associação poderia contri-
buir para redução de custos e agilização do tratamento
da infertilidade em pacientes cuja causa é aparentemente
desconhecida.
Palavras-chave:
doença celíaca, infertilidade, dieta sem glúten.
Esofagite eosinofílica: prevalência crescente em crianças
E
osinophilic
esophagitis
:
prevalence
increasing
in
children
S
ouza
L
ima
MC
1
, S
ouza
L
ima
EC
2
, S
ouza
L
ima
EM
3
1
Acadêmica do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH),
2
Acadêmico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC-MG);
3
Médico alergista.
Contato:
marina@souzalima.med.br;(31) 99765-0501
Introdução:
A esofagite eosinofílica (EoE) é uma con-
dição clínica/patológica com prevalência e reconheci-
mento em ascensão. O número de publicações na litera-
tura dobrou desde 2007, após o 1
o
consenso desta doença,
ressaltando como ainda é recente sua investigação e