Previous Page  29 / 36 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 29 / 36 Next Page
Page Background

Jurídico

2016, um ano de

conquistas relevantes

P

ara o Departamento Jurídi-

co da Associação Médica Bra-

sileira (AMB), este foi um ano

de fortalecimento e desenvolvimen-

to de questões legais de alta relevân-

cia institucional e associativavoltadas

à qualidade e segurança do paciente.

Não obstante as decisões jurídi-

cas geradas, chegamos ao patamar

crucial de conduzir as resoluções

de nossa Corte Suprema, umbili-

calmente dependentes do conheci-

mento científico e de estudos basea-

dos em forte evidência científica.

Sem dúvida, a AMB inaugurou

uma nova visão no Supremo Tribu-

nal Federal (STF) relacionada a julga-

mentos, a exemplo da Ação Direta

de Inconstitucionalidade promovi-

da contra a lei promulgada pelo go-

verno federal autorizando a “pílula

do câncer” (fosfoetalonamina).

Todos os ministros presentes à

plenária do STF votaram a favor da

concessão liminar, divergindo somen-

te na amplitude dos efeitos (quanto

à liberação aos pacientes terminais).

Dentre todas as decisões jurídicas,

destaco esta por termos alterado sig-

nificativamente a forma com que o

STF julga as causas ligadas à saúde e

às instituições que as representam.

O empenho e o comprometimen-

to da AMB junto às sociedades de es-

pecialidade na órbita da defesa das

especialidades, defesa profissional,

valorização do Título de Especialista

e defesa do AtoMédico sublimarama

proteção à qualidade da formação de

especialistas e a preservação das dire-

trizes científicas de altonível.

A indiscriminada proliferação

de cursos de curta duração, sob a

pecha de pós-graduações

lato sensu

,

sentiu o cerco da ilegalidade se fe-

char, ante demandas jurídicas coor-

denadas pela AMB em sinergia com

as sociedades de especialidade. Es-

ses cursos estão sendo comparados

a cursos de 360 horas, semqualquer

cumprimento prático ou qualquer

respeito aos editais dos concursos

que aprovam o médico especialista

pela Comissão Mista de Especiali-

dades. Essas instituições se aprovei-

tam da falta de conhecimento dos

médicos recém-egressos das esco-

las médicas e oferecem cursos em

determinada especialidade médica

com a promessa de formação de

especialistas. Um malgrado que so-

mente é revelado ao candidato no

momento em que tenta registrar o

certificado do curso em sua regio-

nal de medicina e tem o pedido in-

deferido, pela razões aqui postas.

De outro giro, a publicidade e

a promoção desses cursos de for-

mação de especialistas não se res-

tringem somente aos médicos, mas

também alcançam não médicos,

acossados pela divulgação de

work-

shops,

simpósios, cursos de final

de semana para formação de con-

sultórios farmacêuticos, cursos de

procedimentos estéticos, cursos de

formação de odontólogos estéticos

utilizando toxina botulínica, e que

ensejou o último questionamento

judicial do ano de 2016 preconizado

pela AMB face ao Conselho Federal

de Odontologia, a indagar a publi-

cação de resolução que permite tra-

tamento estético fácil sem limites.

O caminho no combate aos te-

mas supras culminou na Comissão

Jurídica de Defesa das Especialida-

des CFM/AMB, com membros dos

jurídicos da AMB, do Conselho Fe-

deral de Medicina (CFM) e dos Con-

selhos Regionais de Medicina (CRM),

tornando-se protagonista na luta or-

ganizada das entidades de represen-

tação nacional, e que logrou e logra

êxito nas demandas jurídicas dispa-

radas contra os Conselhos de Farmá-

cia e Biomedicina, que tiveram de

vergar-se ao cumprimento de limi-

nares (respeito à lei do Ato Médico)

emações assinadas pela AMB.

Ao final de um ano de grandes

evoluções institucionais, o intenso

trabalho realizado pela AMB junto

à comunidade de médicos jovens,

que obtiveram suporte nas esferas

jurídica e administrativa, promo-

veu esteio aos comandos das resi-

dências médicas regionais e nacio-

nal no progresso de paralisação dos

residentes no Estado de São Paulo,

até então o único a não aplicar o

reajuste da bolsa de residência mé-

dica conquistada em 2015.

Ou seja, este foi um ano de ati-

vismo jurídico gravado por conquis-

tas em prol da medicina brasileira

por força da gestão atual, que, in-

condicionalmente, abriga a defesa

dessas sociedades de especialidade,

as quais se associam em um pro-

pósito comum, qual seja a evolução

para a medicina de qualidade.

Carlos Michaelis Jr.

Coordenador Jurídico da AMB

AMB

JANEIRO/FEVEREIRO 2

017

JAMB

27