Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  6 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 6 / 12 Next Page
Page Background

JAMB

SET/OUT/NOV/DEZ DE 2004

6

s discussões sobre o

novo rol de procedimen-

tos médicos da Agência

Nacional de Saúde Suplementar

(comunicado ao lado), a trami-

tação do Projeto de Lei nº 3466,

que referencia a Classificação

Brasileira Hierarquizada de Pro-

cedimentos Médicos (CBHPM)

no âmbito da saúde suplementar,

a ação da Unimed de Uberlândia

contra a CBHPM e as novas pro-

postas e ações para a sua implan-

tação em nível nacional foram os

principais assuntos discutidos du-

rante a reunião entre os presi-

dentes e representantes das Co-

missões Estaduais de Honorários

Médicos e a Comissão Nacional

de Implantação da CBHPM

(CNI), realizada no dia 14 de ou-

tubro, na sede do Conselho Fede-

ral de Medicina, em Brasília.

As discussões sobre o PL 3466

foram conduzidas pelo deputado

Rafael Guerra (PSDB-MG), relator

do projeto de lei. Segundo ele, uma

previsão otimista para a sua vota-

ção indicaria o final do mês de no-

vembro.

“Há muitas Medidas Provisóri-

as travando a pauta, na verdade

mais de 20, e só depois de liberá-

las é que, se houver consenso, o

projeto poderá ir ao plenário para

votação”, garantiu Guerra.

A questão do consenso está

sendo trabalhada pelo deputado

que, no mês passado, já ouviu as

propostas das operadoras de saú-

de para o projeto. “De modo ge-

ral, posso dizer que o projeto foi

bem aceito”, resumiu Guerra.

Para o presidente da Associa-

ção Médica Brasileira, Eleuses

Paiva, o ponto chave para a vitó-

ria no movimento médico é man-

ter a mobilização. “Manter essa

unidade e a pressão sobre o go-

verno será de fundamental impor-

tância para alcançarmos os nossos

objetivos”, garantiu Paiva.

Já o presidente do Conselho

Federal de Medicina, Edson

Andrade, fez questão de destacar

a importância da reunião para os

novos rumos da mobilização mé-

dica nacional. “Foi um momento

importante, no qual pudemos fazer

uma profunda avaliação do nosso

movimento e traçarmos novas es-

tratégias para potencializá-lo”,

destacou Andrade. O presidente da

Fenam, Waldir Cardoso, fez uma

proposta para a realização de reu-

niões mensais entre a CNI e as

Comissões Estaduais.

“Esse tipo de reunião, de troca

de experiências, é essencial para o

movimento. Por isso sugiro que se-

jam realizadas com mais freqüên-

cia, de preferência mensalmente em

função da agilidade com que os

eventos ocorrem em nossa mobi-

lização”, propôs Waldir.

Outro assunto polêmico, que

acabou tomando a maior parte da

reunião, foi a ação movida pela

Unimed de Uberlândia contra a

CBHPM (leia mais na próxima

CBHPM: encontro

nacional em Brasília

Guerra avalia

Projeto de Lei

Presidente da Frente Parlamentar da

Saúde, o deputado Rafael Guerra (PSDB-

MG) coordena a articulação política

para a aprovação do Projeto de Lei 3466/

04, de autoria do deputado Inocêncio

Oliveira (PFL-PE), que referencia a

CBHPM no sistema suplementar de

saúde. Sobre este assunto, ele concedeu

a seguinte entrevista ao Jamb.

página). A atitude da cooperativa

mineira levou as entidades médicas

a tomar as seguintes decisões como

forma de combater tal ação: a) rea-

lização de uma assembléia emUber-

lândia, com a presença de todos os

médicos da cidade, no dia 27 de ou-

tubro; b) moção de repúdio contra a

Unimed por tal atitude; c) envio de

carta assinada pelas três entidades

nacionais a todos os médicos de

Uberlândia informando sobre o

ocorrido; d) carta do Conselho Re-

gional de Medicina de Minas Gerais

convocando os médicos de Uber-

lândia para a assembléia no dia 27

de outubro; e) contato com dirigen-

tes das entidades nacionais represen-

tativas das cooperativas médicas.

“É inaceitável esse tipo de ati-

tude“, declarou Eleuses Paiva. “A

Abramge e a Fenaseg não toma-

ram posição neste sentido, ao con-

trário, mostraram-se dispostas ao

diálogo. Então como podemos

aceitar este tipo de ação por parte

de uma cooperativa médica” ques-

tionou. “É preciso dar um enca-

minhamento sério a esse proble-

ma e tomarmos medidas severas”,

completou Edson Andrade.

Também foram discutidas e

elencadas novas propostas e estra-

tégias para consolidação do movi-

mento médico nacional para a im-

plantação da Classificação Brasilei-

ra Hierarquizada de Procedimentos

Médicos, as quais foram levadas ao

conhecimento das entidades médi-

cas nacionais para apreciação.

Sede do CFM, em Brasília: reunião entre as Comissões Estaduais e a Comissão Nacional de Implantação

ANS descumpre acordo e prejudica usuários

A Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medi-

cina e a Federação Nacional dos Médicos manifestam sua indig-

nação e repudiam o posicionamento adotado pela Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com a edição da RN/82,

de 29 de setembro de 2004.

A Agência, com a RN citada, descumpriu o pactuado no gabi-

nete do Ministro da Saúde, pela compatibilização da Classificação

Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos com o rol de

procedimentos da ANS, inclusive após exaustivas discussões e

contribuições das Entidades Médicas e Operadoras, em repetidas

reuniões promovidas pela própria Agência.

A perplexidade do Movimento Médico prende-se ao fato de que,

em momento de intenso processo de negociação entre médicos

e operadoras, seja desconsiderado todo o encaminhamento que

parecia sedimentado.

Certamente que o maior prejuízo decorrente desta atitude recai

sobre os usuários dos planos de saúde, aos quais se nega o

benefício da incorporação de novos procedimentos médicos,

imprescindíveis ao exercício de uma medicina atualizada e ética.

Associação Médica Brasileira

Conselho Federal de Medicina

Federação Nacional dos Médicos

Qual é o estágio atual do PL 3466?

Guerra -

Foi aprovado o regime de urgência pela plenária da Câmara

dos Deputados no dia 11 de agosto, o que significa que sua votação está

entre as prioridades da Casa. No entanto, o Projeto de Lei aguarda a

desobstrução da pauta de votações, que atualmente aprecia mais de

20 Medidas Provisórias, e o acordo de líderes.

Existe uma previsão para sua apreciação na Câmara?

Guerra -

A previsão é de que o PL seja votado até o final de novembro.

Eu já apresentei um texto preliminar do relatório para avaliação das

entidades médicas, das operadoras de planos de saúde e da Agência

Nacional de Saúde Suplementar. Foram realizadas reuniões com cada

setor e, no dia 19 de outubro, a primeira entre todos os envolvidos para

debater o Projeto de Lei. Pretendo, ainda em novembro, apresentar um

novo texto e haverá outro prazo para mais contribuições. E aí teremos

de duas a três semanas para articular com os líderes partidários. Depois

da aprovação na Câmara, o PL vai para o Senado, onde seguirá os mes-

mos trâmites.

Qual a sua avaliação do PL na forma como foi apresentado?

Guerra -

Eu entendo que os pontos-chave do Projeto de Lei 3466 são o

reconhecimento da CBHPM como o padrão mínimo e ético de remune-

ração para a classe médica e a criação da câmara arbitral que faz a

intermediação das negociações de reajustes e os define quando não há

acordos. Mas é evidente que existem questões a serem discutidas e é esse

o trabalho que estamos realizando.

O seu relatório fará alterações relevantes no PL?

Guerra -

Estamos discutindo com as entidades, as empresas e a ANS

questões contratuais, principalmente relativas a prazos de pagamento.

Está sendo debatida a autoridade da ANS para fixar valores de hono-

rários, pois uma das propostas é justamente contemplar e vincular o

reajuste dos honorários médicos ao reajuste das mensalidades pagas

pelos usuários, cujo teto é definido anualmente pela Agência. Tam-

bém está sendo avaliada a constitucionalidade de alguns pontos do

Projeto. E o substitutivo contemplará o consenso dessas discussões.

As operadoras solicitaram alterações importantes?

Guerra -

Primeiramente, estamos tentando chegar a um consenso sobre

as questões técnicas e depois partiremos para a área política, que é conse-

qüência das definições técnicas de certa forma, mas envolve o

posicionamento definitivo de cada setor sobre o Projeto de Lei.

O senhor acredita na aprovação do PL da forma como está?

Guerra -

Estou otimista em relação à aprovação do substitutivo que

será apresentado, mas acredito que a categoria deve permanecer atenta,

vigilante e mobilizada porque não é uma tarefa fácil.