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MARÇO/ABRIL 2010

7

dos

voluntários

precisaria

ocorrer

quinzenalmente.

A

segunda equipe, então, deveria

partir até o dia 12 de fevereiro.

Muitos complicadores aparece-

ram, como a falta de passagens

em companhias aéreas comer-

ciais por causa do Carnaval e

as poucas horas disponíveis

para listar, organizar todas as

demandas que chegavam de Les

Cayes e resolver entraves admi-

nistrativos, como a vacinação

incompleta de alguns voluntá-

rios, falta de passaporte, etc.

O embarque desse grupo foi

feito em duas etapas: 12 profis-

sionais partiram de São Paulo,

no dia 11 de fevereiro e os outros

no dia seguinte. A rota utili-

zada foi Lima (Peru)- Panamá

City (Panamá)-Santo Domin-

go (República Dominicana).

Ao todo, foram embarcadas 75

caixas com o equivalente a uma

tonelada de materiais para serem

utilizados na missão. O equi-

pamento (incluindo fixadores e

placas, autoclave e aparelho de

radiografia portátil), instrumen-

tal, materiais e medicamentos

foram doados por instituições

e empresas brasileiras privadas

(Saavedra Representações, Pro-

life Equipamentos Médicos,

EINCO Biomaterial, J G Moriya,

Orthofix, B Braun, BGE, Labora-

tório Cristália, Síntese Comer-

cial Hospitalar, E. Tamussino &

Cia). Depois que souberam do

intuito humanitário da missão,

tanto a TAM como a Copa Airli-

nes liberaram o pagamento por

excesso de bagagem.

No Panamá não houve tempo

para tirar todas as caixas do

avião. O grupo chegou em

Santo Domingo com 20 caixas

a menos, mas a missão tinha de

seguir viagem para substituir

aqueles que já estavam no hospi-

tal. Um membro permaneceu

em Santo Domingo para resga-

tar o material faltante no dia

seguinte.

Les Cayes

O Instituto Brenda Strafford,

não foi afetado pelo tremor, e,

devido à tragédia, tornou-se um

centro para vítimas de trauma

ortopédico. Antes do terremoto,

o hospital era destinado apenas

às cirurgias oftalmológicas e de

otorrinolaringologia.

Mediante acordo com a admi-

nistração do hospital, foi possí-

vel reorganizar duas salas cirúr-

gicas, sendo duas para trauma

e duas enfermarias com 100m

2

cada e montar um centro de

esterilização e serviço de radio-

logia. Os voluntários dormiam

em barracas, protegidas por um

toldo de plástico, localizadas no

jardim interno do hospital.

Além de colocar em ordem

o material vindo do Brasil na

primeira semana, foi preciso

lidar com a falta de esterilização

para o perfurador para as cirur-

gias. Depois de várias tentativas

para resolver o problema, um

ex-residente da Escola Paulista

de Medicina, Santiago Hazin,

que vive em Santo Domingo,

ajudou na solução ao conseguir

ampolas de óxido de etileno.

Não existia uma sala espe-

cífica para atendimento ambu-

latorial ou mesmo um sistema

de triagem. Aspectos básicos

como evolução e prescrição

foram introduzidos pela primei-

ra turma da missão. “Quando

chegamos, recebemos um cader-

no escolar com as informações

Equipe brasileira no Hospital Brenda Strafford