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MARÇO/ABRIL 2010
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JANEIRO/FEVEREIRO 2010
A partir do terremoto que
devastou o Haiti, em 12 de janei-
ro, a AMB recebeu inúmeros
telefonemas de médicos pergun-
tando como poderiam ser úteis.
Dois dias depois do desastre, foi
instalado um gabinete de crise
na Associação e começaram
a ser organizados os recursos
disponíveis. Em 15 de janeiro,
começou a funcionar no site da
AMB o cadastro para médicos
voluntariarem-se a participar
do esforço de ajuda às vítimas
da tragédia.
A lista com os voluntários
foi enviada aos Ministérios da
Defesa e da Saúde. Nas duas
semanas seguintes, o depar-
tamento de Comunicações da
AMB enviou boletins diários
com o relato sobre a disponibi-
lidade de recursos para todos os
envolvidos no processo.
A iniciativa foi, em primei-
ro lugar, comunicada a Márcia
Bassit (ministra interina da
Saúde) e, com seu assentimento,
ao almirante José Luiz Amaran-
te (Ministério da Defesa). O
assunto foi então transferi-
do ao capitão de Mar e Guer-
ra José Alberto Cunha Couto e
Miriam Medeiros (Gabinete de
Segurança Institucional) e, a
seguir, a Clésio Mello de Castro
e Guilherme Franco (Ministério
da Saúde). O ministro da Saúde,
José Gomes Temporão, foi infor-
mado pelo presidente da AMB,
José Luiz Gomes do Amaral.
Enquanto os recursos eram
organizados, Ricardo Affonso
Ferreira, um dos responsáveis
pela
ONG
Expedicionários
da Saúde, deslocou-se para o
Haiti e, com apoio de organi-
zações internacionais, chegou
até o hospital Brenda Strafford,
em Les Cayes, cidade situada
a cerca de 150 quilômetros de
Porto Príncipe. Affonso Ferrei-
ra organizou a vinda dos médi-
cos brasileiros ligados à ONG,
que auxiliaram na ordenação do
hospital. Na localidade, a popu-
lação era de 60 mil pessoas e foi
duplicada com a chegada dos
refugiados após os tremores
Em 1º de fevereiro, a AMB
começou a selecionar os volun-
tários que substituiriam os
médicos enviados pelos Expe-
dicionários da Saúde. Entre
12 de janeiro e 1º de fevereiro,
976 médicos alistaram-se para
trabalhar como voluntários.
Para a missão coordenada
pela AMB, foram enviados seis
ortopedistas (Robson Azeve-
do, Dennison Moreira, Lúcio
Nuno, Fernando Ventin, Rafa-
el Mohriak e Ricardo Ferrei-
ra), quatro anestesistas (Celina
Jaworski, Ellen Pereira, José
Luiz Gomes do Amaral e Sérgio
Lobo), um cirurgião vascular
(Ricardo Costa do Val), quatro
enfermeiros
(Diego
Soares,
Denison Pereira, José Eugênio
Garcia e Luciane Cavagioni) e
um técnico em radiologia (José
César Viana).
Devido ao volume de atendi-
mentos e à quantidade de horas
trabalhadas, o revezamento
AMB/SOS Haiti
a viagem da solidariedade
Além de aproximadamente
230 mil mortos, mais
de 300 mil feridos, 1,5
milhão de desabrigados e
milhares de desaparecidos,
o terremoto que atingiu
o Haiti, no dia 12 de
janeiro, aflorou ainda mais
as precárias estruturas
sociais existentes no país,
intensificando sua enorme
pobreza.
Os danos são estimados em
US$ 520,6 milhões,
apenas na infraestrutura
haitiana. Calcula-se que
serão necessários cerca
de US$ 11,5 bilhões para
reconstruir o Haiti.