MARÇO/ABRIL 2010
5
entrevista
De que maneira a diretoria de
defesa profissional da AMB tem
atuado?
Roberto Gurgel -
Nossa diretoria
tem atuação em direção a três
grandes vertentes. A primeira na
valorização da imagem do médico.
Nesta área, o principal empenho
é quanto à regulamentação
do ato médico. A segunda é
quanto à profissão, e aqui a
preocupação é a consolidação da
CBHPM – Classificação Brasileira
Hierarquizada de Procedimentos
Médicos. Por último, o Sistema
Público de Saúde, em especial na
Câmara de Regulação do SUS,
na qual temos oportunidade de
avaliar todos os projetos oriundos
da Câmara e do Senado que dizem
respeito a todas as profissões da área
da saúde.
Como é a representação das
entidades médicas nesta
Câmara?
Roberto Gurgel -
Os médicos
são representados pela AMB e o
Conselho Federal de Medicina
sempre em sintonia. Temos
defendido aspectos fundamentais
para a manutenção da qualidade
na assistência à saúde, como a
regulamentação do ato médico
ou evitar a introdução de práticas
desprovidas de consistência técnica e
científica no SUS como a optometria
Roberto Gurgel
O cirurgião geral e oncologista Roberto
Gurgel é o atual diretor de defesa
profissional da AMB. Ex-presidente
da Sociedade de Medicina de Sergipe,
Gurgel aborda nesta entrevista ao Jamb
os principais pontos de atuação de sua
diretoria.
Foto: César Teixeira
e podologia, por exemplo.
Foram vários posicionamentos
desencadeados por nós que
impossibilitaram a entrada dessas
ações no SUS.
E em relação à ANS, como tem
sido o relacionamento?
Roberto Gurgel -
Nos últimos anos
houve uma interatividade grande
entre a AMB e a Agência Nacional de
Saúde Suplementar. Essa relação, por
conta da CBHPM, Diretrizes, TUSS,
entre outros assuntos, tem sido
conduzida pela presidência da AMB
e pelos diretores Florisval Meinão e
Amilcar Giron. São eles que têm tido
um contato direto e mais intenso
com a ANS nessas áreas.
Como se encontra o projeto para
a criação do Plano de Cargos e
Carreira?
Roberto Gurgel -
Esse assunto é
pauta constante em quase todas as
reuniões das entidades médicas.
Por isso mesmo, o ex-presidente
da AMB e deputado Eleuses Paiva
assumiu a luta e elaborou uma
proposta de emenda constitucional
(PEC 454/09) que hoje é uma das
suas principais bandeiras de luta.
Estamos em constante contato
com ele e achamos que há boas
possibilidades para que esse projeto
evolua. O Governo Federal também
tem interesse, pois viu no projeto
a possibilidade de fixar médicos
em determinados locais. Nossa
atenção também está voltada para o
projeto que institui o salário mínimo
profissional para médicos e dentistas
no sistema suplementar.
E o projeto sobre a
regulamentação da medicina?
Roberto Gurgel -
Estou otimista
quanto à regulamentação da medicina.
O relator é o senador Valadares,
do meu Estado, e as conversas que
tivemos com ele nos deixaram
esperançosos de que consiga entrar
em votação ainda neste primeiro
semestre. É importante salientar
que, embora oriundo do Senado, as
propostas apresentadas na Câmara
garantem mais robustez ao projeto,
por isso entendemos que essa versão
atende, com maior abrangência, os
interesses da sociedade.
E a CBHPM?
Roberto Gurgel -
Quanto à
CBHPM, o movimento pela sua
implantação está se fortalecendo
com a criação de novas comissões
estaduais, como ocorreu em Alagoas
e Sergipe. Isso foi em virtude da
Petrobrás ter reajustado o valor
da consulta médica para R$ 80,00,
fazendo com que as Comissões
voltem à luta para que as outras
empresas sigam o mesmo caminho
não apenas em relação à consulta,
mas que seja estendido também a
outros procedimentos.