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JULHO/AGOSTO 2010

7

sua exposição ele defendeu a quali-

dade da formação graduada e os

requisitos mínimos para aprova-

ção e renovação de cursos de medi-

cina, já contidos no substitutivo do

deputado Átila Lira, ao projeto de

Lei 65/2003 (aliás há cerca de dois

anos pronto para ser discutido e

votado na plenária da Câmara dos

Deputados).

“Esse projeto contempla diver-

sas

proposições

apresentadas

durante os encontros (pré-Enems)

regionais”, declarou.

Amaral defendeu ainda a

importância das Sociedades de

Especialidades Médicas na defi-

nição da qualificação de progra-

mas de especialização. Para evitar

conf litos de interesse e viés insti-

tucional, sugeriu modelo único de

exame para selecionar os candida-

tos à residência.

“Propomos a realização de uma

prova única, como a conduzida pela

Associação Médica do Rio Grande

do Sul, mas expandida para uma

fase prática e nacional”, disse.

O presidente da AMB também

pediu cautela na adesão a doutri-

nas reducionistas apresentando a

formação de “generalistas” como

única opção. “A importância da

formação de clínicos gerais e médi-

cos de família é reconhecida e a

defendemos, porém não se pode

deixar de atender à necessidade de

especialistas qualificados em outras

áreas”, destacou.

Amaral enfatizou que a fixação de

médicos não deve servir de pretex-

to para a abertura de novas escolas

médicas ou programas de residência

em áreas desprovidas de estrutura,

sobretudo quando alicerçadas em

instituições de saúde improvisadas.

“Não há evidências que facul-

dades de Medicina e tais progra-

mas possam fixar médicos. São as

condições do sistema de saúde, as

possibilidades de desenvolvimen-

to profissional e de mobilidade

na carreira que contribuem para

fixação”.

Sobre a revalidação automática

dos diplomas de Medicina, Amaral

fez um alerta sobre os danos que

isso traz à saúde da população: “Um

médico mal formado exercerá sua

profissão durante 40 anos, atende-

rá centenas de milhares de pessoas

e provocará danos gravíssimos”. Os

países desenvolvidos avaliam crite-

riosamente os formados no estrangei-

ro e exigem que a formação graduada

seja complementada com programas

de especialização qualificados.

“Apenas nos países do mundo

em desenvolvimento é possível exer-

cer a profissão médica apenas com

a graduação. Nos outros, para atuar

como médico é necessária a especia-

lização”, afirma.

Roberto D´Avilla, presidente do

CFM, abordou o mesmo tema e citou

algumas faculdades que estão em

processo de abertura como: Univer-

sidade Latino Americana, Univer-

sidade Federal da Fronteira do Sul,

Universidade

Afrolusobrasileira,

Universidade Federal do Oeste do

Pará.

“Não estamos participando ativa-

mente do processo de abertura e

revalidação. Há 10 anos gritamos e

não somos ouvidos. Está na hora de

exigir nossa participação”, disse.

D´Avilla reforçou o apoio à Asso-

ciação Nacional dos Médicos Resi-

dentes (ANMR) na luta pela melhoria

das bolsas. Também defendeu remu-

neração da preceptoria durante o

internato e a residência. Relembran-

do uma frase de Nelson Rodrigues,

finalizou a apresentação pedindo

mais audácia ao agir. “O mundo esta-

ria salvo se os homens de bem tives-

sem a mesma ousadia dos canalhas”.

Mercado de trabalho e remune-

ração

O mercado de trabalho e a

remuneração foram os assuntos

José Luiz G. Amaral, presidente da AMB, em sua apresentação inicial

Roberto D´Avilla, presidente do CFM