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JULHO/AGOSTO 2010
entrevista
José Fernando
Macedo
1) Em que ponto está o
movimento paranaense pela
desvinculação das consultas
médicas dos planos de saúde?
Dr. Macedo
– A Associação
Médica do Paraná (AMP),
unida ao Conselho Regional
de Medicina (CRMPR) e ao
Sindicato dos Médicos no
Estado do Paraná (Simepar), na
Comissão Estadual de Honorários
Médicos (CEHM), tem se reunido
semanalmente, desde junho,
para debater a desvinculação das
consultas médicas, assim como o
descredenciamento, como saída
para melhorar a remuneração dos
médicos no Estado. Do final de
junho, data da assembleia geral de
retomada deste movimento, até
agora (agosto), esse ponto já foi
discutido com algumas sociedades
de especialidade – principalmente
a Geriatria e a Pediatria – que
têm concordado com esta solução.
Paralelo às conversas e assembleias
realizadas com as três entidades
e as especialidades, temos
dialogado com as operadoras
para tratar deste mesmo assunto.
Já estamos em conversa, desde
meados de julho, com a Fundação
Copel (que mantém o ProSaude),
que atualmente paga R$42,00
ao médico pela consulta. nos
reuniremos com a Amil, também
para apresentar essa reivindicação
da classe médica do Estado.
2) Essa ação conta com o apoio
das especialidades, conselhos e
sindicatos? Quais ações integram
esse movimento? Quem está no
comando das ações, a Comissão
Estadual de Honorários?
Dr. Macedo
– à frente da Comissão
Estadual de Honorários Médicos
estou eu, como presidente. Fazem
parte da comissão, como dito
anteriormente, as três entidades
médicas - Simepar, CRMPR e AMP.
As atividades da Comissão estão
sendo apresentadas às Sociedades
Científicas de Especialidades,
em assembleias convocadas pela
Comissão. Principalmente a
Pediatria e a Geriatria são entidades
que têm reiterado a movimentação e
as propostas da CEHM.
3) Esse é o movimento mais
importante em andamento no
Paraná hoje?
Dr. Macedo
– sem dúvida. Além
das reuniões semanais, internas,
com as entidades médicas e médicos
das especialidades, o movimento
já tem divulgado as reivindicações
da classe em jornais, rádios e TVs.
Além disso, estamos desenvolvendo
campanha de orientação à
população sobre esse movimento,
assim como esclarecendo a respeito
da relação médico-paciente, médico
plano de saúde e plano de saúde
com população. O teor dessa
campanha, basicamente, trata de
revelar a desvalorização do médico,
pedir apoio e compreensão sobre
o movimento e orientar quanto
ao direito do paciente ao plano de
saúde. Ou seja, esclarecendo que
mesmo que ele se consulte com
médico que não está credenciado
ao plano de saúde dele, este pode
solicitar os exames e outros
procedimentos complementares,
pois a operadora é obrigada a cobrir.
Afinal, plano de saúde é direito do
usuário e não dos médicos.
4) E a CBHPM, como fica nesse
movimento?
Dr. Macedo
– A implantação ampla
e irrestrita da tabela atualizada,
ou seja, da CBHPM, é pauta do
movimento. Nas conversas que
estamos tendo com os planos de
saúde, este item também é exposto,
ou seja, a necessidade de atualiza-la,
assim como os valores pagos pelos
procedimentos.
5) E a luta pela regulamentação
da medicina (Ato médico)?
Dr. Macedo
– Está sendo articulada
entre as entidades médicas no
Paraná. Também vem sendo objeto
de discussões das reuniões da
CEHM.
Foto: Divulgação/AMP
Quatro vezes presidente da Associação Médica do Paraná, José Fernando
Macedo é formado pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná,
especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular e mestre e doutor em Cirurgia
pela Universidade Federal do Paraná; representante da Sociedade Brasileira
de Angiologia e Cirurgia Vascular e membro da Academia Paranaense de
Medicina, Macedo, desde a década de 80, atua na defesa profissional da classe,
no Paraná. Ele concedeu esta entrevista ao Jamb falando sobre o movimento
de valorização do médico em seu Estado.