JULHO/AGOSTO 2010
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fizeram explanações que seguiram
o mesmo padrão, expondo a avalia-
ção que a diretoria da entidade
propôs. “Temos como objetivo esti-
mular a reflexão e facilitar o deba-
te”, explicou Miziara.
O diretor de Comunicações
destacou também a importância
da Comissão de Assuntos Políticos
(CAP). “Considero a CAP a linha de
frente na união entre as entidades
médicas”.
Além disso, Miziara ressaltou
que o movimento médico precisa
ajudar a eleger parlamentares que
sejam cidadãos decentes, honestos,
corretos e comprometidos com a
saúde: “Há médicos que atuaram
contra as nossas propostas”, disse.
Miziara reforçou a necessida-
de da aproximação com a socie-
dade civil em atuações efetivas de
promoção à saúde e prevenção de
doenças.
“É muito importante deba-
ter a questão da violência e apoiar
programas para combatê-la de todas
as formas”. Para encerrar, Mizia-
ra afirmou que é essencial agir em
conjunto, com harmonia e de forma
estrategicamente coordenada.
Bosi dividiu a apresentação em
duas partes. Na primeira, fez consi-
derações sobre o financiamento da
saúde e finalizou com propostas da
diretoria.
Iniciou mencionando as desi-
gualdades existentes no sistema
assistencial à saúde do Brasil. As
cifras de 2006 bem ilustram esse
fato: o investimento público em
saúde equivalia a R$ 421,00 por
habitante/ano, enquanto no sistema
privado, no mesmo período, esse
valor era R$ 2.351,00.
“O número de usuários de
planos de saúde não para de crescer.
O que expressa o grande desejo por
parte dos brasileiros de ter como se
socorrer além do SUS”.
Desde a aprovação da Emenda 29
(ainda não regulamentada), lembra
Bosi, o governo federal transferiu
Elias Miziara, diretor de Comunicações da AMB
Marcos Bosi, diretor de Economia Médica da AMB
a responsabilidade de financiar o
SUS para estados e municípios.
“A expectativa de vida no país
assim como a população de idosos
está crescendo. Em 20 anos, o núme-
ro de pessoas com mais de 60 anos
irá dobrar. Hoje, três em cada quatro
idosos possuem pelo menos uma
doença crônica (77%). Com o enve-
lhecimento da população nos próxi-
mos anos, teremos em torno de 40%
a 45% das pessoas com pelo menos
uma doença crônica identificável,
o que aumentará muito a demanda
por serviços de saúde”, disse.
O diretor de Economia Médi-
ca enfatizou a necessidade de
pensar na administração do SUS a
médio e longo prazo. “A formação
médica deveria incluir gestão em
saúde”. Bosi finalizou a apresenta-
ção reafirmando a necessidade de
combater todas as formas de exer-
cício ilegal da Medicina.
Carlos Vital, 1º vice-presidente
do CFM, defendeu a regulamenta-
ção imediata da Emenda Constitu-
cional nº 29 (que trata do financia-
mento da assistência em saúde), a
aprovação do projeto de responsa-
bilidade sanitária, uma vaga perma-
nente para os médicos no Conselho
Nacional de Saúde e parcerias com
órgãos da sociedade civil.
Em seguida, fez um relato da
história do SUS e da estrutura
dos sistemas de saúde e da assis-
tência social.