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10

JULHO/AGOSTO 2010

ENEM

“O sistema público de saúde

brasileiro é consequência da refor-

ma sanitária e um exemplo da dialé-

tica entre a tradição e a ruptura.

Saúde passou a ser direito coletivo

e dever do Estado depois da Cons-

tituição de 1988”. Para o represen-

tante do CFM, o SUS modificou a

concepção de cidadania regulada e

extinguiu os indigentes sanitários.

Ao final, apresentou números que

indicam a insuficiência de financia-

mento do SUS: no Brasil, os gastos

públicos em saúde, de acordo com

dados do Ministério da Fazenda,

representam 45,3% dos gastos totais.

Nos países europeus, que criaram

sistemas de saúde públicos univer-

sais, os gastos públicos na área estão

situados na faixa dos 70%.

Eduardo Santana, segundo

vice-presidente da Fenam, traçou

um panorama sobre as Políticas de

Saúde e Relação com a Sociedade,

defendendo a regulamentação da

Emenda Constitucional n

o

29.

“O SUS é uma conquista dos

brasileiros e existe porque a

sociedade se mobilizou para que

pudéssemos conceber seus princí-

pios. Observando o quadro atual,

vemos que se tivesse sido aplica-

do o percentual correto, em 2009,

o orçamento receberia R$ 100

bilhões só da União, sendo que a

somatória total de investimentos

atingiria R$ 210 bilhões de reais”.

Para Santana, mesmo que parte

das reivindicações das entidades

médicas fosse atendida (regulamen-

tação da Medicina, salário míni-

mo profissional, CBHPM), de nada

adiantará caso não haja a possibilida-

de de criar lastro junto à sociedade.

Ele lembrou também que os

maiores “gargalos“ encontram-

se na gestão e no financiamento

público.

“Temos que assumir não só

como uma categoria de profis-

sionais do sistema único, mas

como cidadãos caso contrário não

mudaremos a história da saúde

brasileira”.

Fotos: Márcio Arruda/CFM

Grupos de trabalho

Votação em plenário

Carlos Vital, primeiro vice-presidente do CFM