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J O R N A L D A

A S S O C I A Ç Ã O M É D I C A B R A S I L E I R A • AMB

- JAN/ FEV -

2 0 0 8

6

Cuba

Diplomas cubanos:

facilidades ilegais

As principais entidades nacionais

se manifestaram contrárias ao proje-

to, já em tramitação no Congresso,

com medidas destinadas a facilitar

o reconhecimento dos diplomas

de medicina obtidos em Cuba por

estudantes brasileiros.

O objetivo é que haja um

processo de validação de diplo-

mas diferenciado em relação aos

alunos formados pela Escola

Latino-Americana de Medicina

(Elam), que seleciona seus candi-

datos por meio de movimentos

sociais e partidos políticos.

De acordo com o projeto, uni-

versidades públicas brasileiras

poderão até enviar professores

para Cuba, onde ministrariam

disciplinas que são exigidas em

escolas brasileiras, mas que não

existem lá. Isso garantiria a equi-

valência curricular entre as duas e

permitiria o reconhecimento auto-

mático dos diplomas.

Há ainda a possibilidade dos que

estudaram na Elam complemen-

tarem seu currículo para se adequar

às diretrizes educacionais dentro do

Brasil, e não em sua universidade de

origem, como ocorre no caso das

outras instituições no exterior.

Hoje, a análise de compatibili-

dade curricular cabe às universidades

públicas. Os formados

na Elam teriam que

passar por um exame

nacional antes de

serem habilitados a

exercer a profissão. O

termo assinado prevê

ainda recursos finan-

ceiros adicionais para

as instituições que

aderirem a um inter-

câmbio com a Elam.

Segundo o Ministério

da Educação, 160

brasileiros foram

formados pela Elam e,

em 2010, esse número

terá chegado a mil.

O as sunto foi

capa do Jamb, edição

março/abril de 2007,

quando a Associação

Médica Brasileira,

por me io do seu

presidente, José Luiz Gomes do

Amaral, já se posicionava contra

o acordo firmado entre os gover-

nos do Brasil e Cuba. Na época, a

AMB emitiu nota oficial, na qual

acusa o governo de propor

“privilégios indevidos a médicos

formados em Cuba”, alertando

que “a burla explícita ao proces-

so de educação médica brasileira

já começa com a possibilidade

desses formandos concluírem o

curso numa universidade pública

sem vestibular e custeados pelos

cofres públicos”.

A nota da AMB ressalta ainda

que “os médicos brasileiros repu-

diam todo e qualquer acordo que

fira a legislação e privilegie profis-

sionais formados em qualquer país.

Por fim, diferentemente do que

dizem as autoridades constituídas,