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J O R N A L D A

A S S O C I A Ç Ã O M É D I C A B R A S I L E I R A • AMB

- JAN/ FEV -

2 0 0 8

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A regulamentação da profissão

médica mobilizou, no final do ano,

mais de 40 entidades que debateram

os limites das atividades de cada uma

das 14 profissões da área de saúde

durante o I Simpósio Nacional sobre

a Regulamentação da Medicina no

Brasil, realizado pela Comissão

de Trabalho, de Administração e

Serviço Público da Câmara dos

Deputados. O presidente da AMB,

José Luiz Gomes do Amaral, estava

representando a entidade.

A polêmica se dá em torno do

projeto de lei 7703/06 do Senado,

que regulamenta o exercício da

medicina. O relator, deputado

Edinho Bez (PMDB-SC), tem

corrido o País para ouvir todas as

posições envolvidas e anunciou que

seu parecer só será apresentado

quando se esgotarem as discussões,

em 31 de março.

Uma questão que dividiu os

debatedores foi avaliar se houve ou

Regulamentação da medicina

não acordo acerca da proposta

enviada pelo Senado. As entidades

médicas e a representante do

Ministério da Saúde, Maria Hele-

na Machado, afirmaram que todos

concordaram com o parecer apre-

sentado pela senadora Lúcia Vânia

(PSDB-GO).

As entidades médicas defendem

a proposta do Senado. Para elas, há

algumas áreas e procedimentos que

devem ser privativos de médicos para

garantir a segurança do paciente.

Porém, advertem que outros profis-

sionais – como fisioterapeutas,

enfermeiros e nutricionistas – têm

um trabalho fundamental.

Segundo o presidente da Câma-

ra, deputado Arlindo Chinaglia, o

interesse dos pacientes deve balizar

as discussões. Ele disse que é preciso

pensar na Medicina sob uma ótica

moderna, interdisciplinar, na qual

todos profissionais devem trabalhar

em equipe.

Câmara debate projeto de

regulamentação da

medicina

Foto:Márcio

Arruda/CFM

José Luis Gomes do Amaral (à esq.), Darcisio Perondi (ao centro) e Edson Andrade (à direita):

enfoque sobre a profissão médica

Aprovados

pré-requisitos para

cursos de medicina

Ensino Médico

A Comissão de Educação e Cultura

da Câmara dos Deputados aprovou

substitutivo do deputado Átila Lira

(PSB-PI) ao PL65/03, de autoria do

deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP),

que estabelece critérios e procedimentos

referentes à autorização, reconhecimento

e renovação de reconhecimentos de

cursos superiores de graduação em

Medicina, Odontologia e Psicologia.

Dentre as exigências há a necessida-

de de infra-estrutura adequada, instala-

ções e equipamentos indispensáveis à

formação do estudante. O curso deverá

ter também um hospital de ensino,

próprio ou conveniado, credenciado pelo

Ministério da Educação, com oferta

de residência médica na proporção de

50%das vagas autorizadas para gradua-

ção. O projeto tramita em regime de

urgência, podendo ser votado a qualquer

momento pelo Plenário da Câmara.

Novas regras

Os cursos de medicina em atividades

terão novas regras de fiscalização e funcio-

namento já a partir domês demaio, tendo

como ponto de partida os resultados do

Exame Nacional de Desempenho dos

Estudantes (Enade). As instituições classi-

ficadas comnotas baixas terão de cumprir

critérios estabelecidos pelo MEC. Segun-

do o ministro Fernando Haddad, que

convidou o ex-ministro Adib Jatene para

integrar o grupo que trabalhará neste

projeto, esses critérios, ainda não total-

mente definidos, deverão incluir oferta de

residência e hospitais universitários.

O que se pretende é que as novas

regras sigam o exemplo do que ocorreu

na área do Direito. No mês passado foi

anunciado um corte de mais de 6 mil

vagas em cursos que tiveram maus

resultados nas avaliações das escolas

deste setor. O presidente da AMB, José

Luiz Gomes do Amaral, é favorável

à limitação do número de vagas. “O SUS

não tem capacidade para contratar 150

mil médicos, portanto não adianta

formar tantos profissionais. O sistema

precisa definir exatamente quantos

profissionais necessita”, salienta.