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JAMB

JANEIRO/FEVEREIRO DE 2004

8

A primeira reunião da Comis-

são Nacional em Defesa do Ato

Médico de 2004 teve como objeti-

vo avaliar o movimento pela apro-

vação do PLS 25/2002 e traçar as

metas para este ano em favor da

aprovação da Lei do Ato Médico.

Em janeiro, o CFM encaminhou

aos 280 mil médicos brasileiros um

exemplar da cartilha do Ato Médi-

co (acima), também disponível no

site do CFM. A primeira ação defi-

nida pela Comissão para 2004 é o

agendamento de uma reunião com

o novo relator do projeto na

Comissão de Constituição e Justi-

ça do Senado Federal, o senador

Tião Viana (PT/AC). Viana apre-

sentará um substitutivo do proje-

to, fundindo o PLS 25/2002 e o

PLS 268/2002, que também trata

do exercício da Medicina.

“É desejo do relator que os

médicos e os demais profissionais

de saúde cheguem a um consenso

acerca da redação do projeto,

evitando-se discussões estéreis e

buscando a união de todos em

benefício da população assistida,

que só tem a ganhar com a regula-

mentação da profissão médica”

afirma o coordenador da Comissão

Nacional em Defesa do Ato Médi-

co, Mauro Brandão. Em busca do

consenso, os membros da Comissão

participaram, no final do ano pas-

sado, de debates com as entidades

das outras profissões no Conselho

Nacional de Saúde e na Confedera-

uase 300 outdoors fo-

r am i ns t a l ados nos

mês de janeiro, nas ca-

pitais de todos os Es-

tados do país, pelo Conselho

Federal de Medicina, a Associa-

ção Médica Brasileira e a Asso-

ciação Nacional dos Médicos

Peritos em apoio à greve dos

médicos peritos do Ministério da

Previdência Social.

Paralisados desde 3 de dezem-

bro, os médicos peritos reivindica-

vam plano de carreira, cargos e sa-

lários, o que foi amplamente de-

fendido pelas entidades durante o

Encontro Nacional de Entidades

Médicas (Enem) de 2003, realiza-

do em Brasília. O Conselho Fede-

ral de Medicina (CFM), como ór-

gão responsável pela fiscalização

da profissão médica no Brasil,

conclamou as autoridades gover-

namentais e os membros da Fren-

te Parlamentar da Saúde a encon-

trarem uma solução para os proble-

mas levantados pela categoria.

“O CFM considera fundamental

a adoção de uma carreira de Estado

que garanta meios à categoria mé-

dica de trabalhar com dignidade e

recebendo para isto uma remunera-

ção justa. Esta é uma de nossas fren-

tes de luta, definida durante a reali-

zação do Enem”, afirmou o presi-

dente do CFM, Edson de Oliveira

Andrade.

Recém-empossado, o ministro

da Previdência Social, Amir

Lando, recebeu os médicos peri-

tos e uma comissão dos membros

da Frente Parlamentar da Saúde,

demonstrando disposição a nego-

ciar. No dia 12 de fevereiro, a As-

sociação dos Médicos Peritos da

Previdência Social acatou a pro-

posta do governo federal, mas

não sem antes apresentar uma

condição essencial: o retorno dos

profissionais ao trabalho somen-

te 24 horas após a edição de uma

Medida Provisória que crie a car-

reira de médico perito. Segundo

o ministro, a Medida Provisória

deverá ser publicada no Diário

Oficial da União com máxima ur-

gência. Amir Lando também

garantiu reajustes de 61% a 93%,

a serem pagos ao longo de três

anos, o abono das faltas e o pa-

gamento integral relativo ao pe-

ríodo de greve, além da recon-

tratação dos médicos terceiri-

zados anteriormente dispensados.

ção Nacional das Profissões Libe-

rais (CNPL), abrindo caminho para

o entendimento. A Comissão deci-

diu também intensificar a mobili-

zação dos médicos e estudantes de

Medicina em todo o Brasil, através

de reuniões amplas nos Estados,

estimulando o debate livre e demo-

crático. Os primeiros encontros

neste sentido já foram realizados no

Distrito Federal (12/02), São Paulo

(13/02) e Ceará (16/02).

“O principal objetivo destas

reuniões é aumentar a participação

das entidades (CRM’s, Associa-

ções e Sindicatos Médicos) na luta

em defesa do Ato Médico em seus

Estados, inclusive procurando os

parlamentares em suas bases polí-

ticas”, afirma o presidente do

CFM, Edson de Oliveira Andrade,

que também participou da reunião.

Outro ponto que mereceu uma

avaliação positiva da Comissão foi

o posicionamento do Judiciário nas

últimas sentenças proferidas

acerca do Ato Médico, indiscuti-

velmente favoráveis aos argumen-

tos em prol da regulamentação da

profissão. Um bom exemplo disto

foi a decisão da juíza Mônica

Sifuentes Medeiros, da 3ª Vara

Federal do Distrito Federal,

suspendendo os efeitos da Resolu-

ção Cofen nº 271/2002 que permi-

tia aos enfermeiros a realização

de diagnóstico e a prescrição de

medicamentos independente de

orientação e prescrição médica.

No início de janeiro, o diretor

de Defesa Profissional da AMB,

Eduardo da Silva Vaz, e o diretor

de Saúde Pública da entidade,

Samir Dahas Bittar, participaram da

reunião da Comissão de Remune-

ração e Mercado de Trabalho do

Médico, na sede do Conselho Fe-

deral de Medicina, em Brasília. Na

ocasião, foi discutido o documento

que elenca os princípios que devem

reger as leis especiais sobre planos

Apoio aos médicos peritos

De acordo com o presidente

da As soc i ação Nac i ona l de

Médicos Peritos da Previdência

Social, Eduardo Almeida, exis-

tem hoje, atuando no país, 2.134

médicos peritos concursados e

mais 3.800 contratados de forma

t e r ce i r i zada , s em concu r so

público.

“A grande disparidade entre es-

tes números é que o profissional

concursado recebe R$ 1.286,00

contra os terceirizados, que chegam

a receber até R$ 18.000,00 por

mês”, afirma Almeida.

Uma das principais bandeiras

do movimento, a realização de

concurso público para contratação

de peritos não acontece desde

1977. De acordo com dados do

Ministério da Previdência Social,

cerca de 1.400 dos 2.134 peritos

concursados estiveram paralisa-

dos. Eduardo Almeida, presiden-

te da Associação Nacional de

Médicos Peritos da Previdência

Social, acredita que com a greve,

os médicos deixaram de fazer 700

mil perícias. O Ministério da

Previdência, no entanto, informa

que as perícias não realizadas

foram em torno de 100 mil.

de carreira, cargos e vencimentos dos

médicos que trabalham no Sistema

Único de Saúde (SUS).

“Procuramos inserir no documen-

to todas as reivindicações levantadas

pelos médicos do setor público duran-

te o último Encontro Nacional de En-

tidades Médicas (Enem)”, afirmou

Bittar. Aproposta, encaminhada ao Mi-

nistério da Saúde, contempla os se-

guintes pontos: ingresso na carreira por

meio de concurso público - determi-

nação legal que, na prática, não se con-

firma; salário inicial diferenciado em

relação aos demais profissionais da

saúde, por conta das responsabilidades

e do poder decisório do médico den-

tro da equipe de atendimento; evolu-

ção na carreira mediante tempo de ser-

viço prestado ou comprovação de aper-

feiçoamento por meio de educação mé-

dica continuada (inclusive obtenção de

Título de Especialista, doutorado,

mestrado etc); oferta de cursos para

aperfeiçoamento profissional por par-

te dos órgãos contratantes; oferta de

benefícios aos médicos que trabalha-

rem em regime de plantão, especial-

mente noturno; estímulo (vantagens fi-

nanceiras entre outros) aos médicos

com dedicação em tempo integral ou

dedicação exclusiva; gratificação pelo

exercício da Medicina em localidades

de difícil acesso; estímulo aos profis-

sionais que trabalharem no atendimen-

to emergencial; promoção por tempo

de serviço prestado ou por mereci-

mento, desde que o médico figure

por três vezes consecutivas ou cin-

co alternadas em lista de mereci-

mento a ser divulgada; tenha no mí-

nimo dois anos de trabalho no mes-

mo município ou Estado; e que os

critérios de merecimento atentem

para a presteza e segurança no exer-

cício do trabalho e para a freqüên-

cia do profissional em cursos de

aperfeiçoamento.

Comissão propõe plano de carreira para o SUS

Lei doAto Médico: recomeça a luta