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JAMB

JANEIRO/FEVEREIRO DE 2004

12

o dia 13 de janeiro, em reunião na

sede da AMB, em São Paulo,

foram apresentadas ao Conselho

Científico da entidade as novas regras para

a realização de provas para obtenção de

Título de Especialista e Certificado de Área

de Atuação.

Após a leitura da Normativa, o secretá-

rio-geral da AMB, Edmund Chada Baracat,

o primeiro secretário, Aldemir Humberto

Soares, e o diretor científico, Fábio Jatene,

discutiram o conteúdo do documento com os

representantes das Sociedades de Especia-

lidade, ao qual foram feitas pequenas obser-

vações e alterações a fim de evitar interpre-

tações errôneas.

A principal novidade que consta na

Normativa é que as Sociedades, a partir de

agora, passam a ter que entregar anualmen-

te, além do relatório de atividades científi-

cas, um relato por escrito da participação da

especialidade junto aos programas de Resi-

dência Médica. “Este é um primeiro passo

para que as Sociedades participem da forma-

ção dos residentes e para que, no futuro,

tenhamos uma só maneira de formar espe-

cialistas”, afirmou Baracat, referindo-se às

duas vias existentes atualmente: a especiali-

zação por Residência Médica reconhecida

pela Comissão Nacional de Residência Mé-

dica (CNRM), vinculada ao Ministério da

Educação, e a especialização por avaliação

da AMB em convênio com as Sociedades.

Visando desburocratizar o processo de

emissão do Título de Especialista e do

Certificado de Área de Atuação e respei-

tando as especificidades de cada Sociedade,

a Normativa também determina que o

valor do concurso será estipulado indivi-

dualmente. Ao fim do processo, as Socie-

dades deverão encaminhar à AMB uma

relação com os nomes dos médicos apro-

vados, os respectivos números de inscrição

nos Conselhos Regionais de Medicina e

endereço e telefone para contato, bem como

o valor referente à confecção dos títulos e

certificados. Após confeccionados, estes

serão remetidos às Federadas da AMB, que

deverão, em um prazo de 15 dias a partir

do recebimento, concluir a entrega.

Segundo determinação da Comissão

Mista de Especialidades, nos editais de

concurso deverão constar como pré-requi-

sitos básicos aos candidatos a formação em

Medicina há, no mínimo, dois anos; a

formação na especialidade há, no mínimo,

dois anos; e a formação na área de atuação

há, no mínimo, um ano.

A concessão de Título de Especialista ou

Certificado de Área de Atuação por profi-

ciência permanece proibida. A Comissão

recomenda, veementemente, que os concur-

sos não sejam restritos aos médicos que

possuam Residência Médica. E, ainda, que

os concursos para obtenção de certificado nas

áreas de atuação que possuam interface

entre duas ou mais especialidades sejam

elaborados com a participação de todas as

Sociedades vinculadas.

Saúde do médico

Na reunião anterior, o Conselho Cientí-

fico da AMB aprovou, por unanimidade, a

proposta de colaboração na implantação do

Programa de Saúde e Qualidade de Vida

Normativa regulamenta

Títulos de Especialista

do Médico apresentada pelo secretário-ge-

ral do Conselho Federal de Medicina

(CFM), Rubens dos Santos Silva.

“As denúncias que chegam ao CFM nos

levaram a notar a quantidade de médicos que

cometem erros profissionais e até éticos por

portarem alguma debilitação decorrente de

problemas sérios de saúde”, revelou Silva.

O apoio das Sociedades, explicou, é

essencial para a identificação dos médicos

que sofrem de problemas físicos ou emocio-

nais. “Nós sabemos que os piores pacientes

são os médicos, que se automedicam e não

querem se expor. Além disso, quando vamos

ao médico, falamos de igual para igual, numa

troca de idéias. Não agimos como pacientes

e não tratamos os colegas como pacientes

comuns, o que torna a consulta superficial e

ineficiente”, completou.

A partir de agora, o CFM e as Especia-

lidades coordenarão uma pesquisa a ser

respondida por todos os médicos do país,

para identificar as principais patologias.

Até meados deste ano, o CFM pretende já

ter formulado o programa de atenção à

saúde do médico para iniciar o processo

pela sua implantação.

Na mesma reunião foi apresentado ao

Conselho o representante daAMB na Comis-

são Nacional de Residência Médica (CNRM),

José Carlos Nicolau, que, a partir de agora,

passa a participar de todas as reuniões cien-

tíficas. Fábio Jatene garantiu que agendará

uma reunião para que as Especialidades

possam discutir com representantes da Resi-

dência Médica, já que a intenção da AMB e

do CNRM é que haja apenas uma maneira

de formação do especialista.

Reunião do

Conselho Científico:

aprovação da

Normativa para

emissão de Títulos

de Especialista e

Certificados de

Áreas de Atuação

Reunido no mês de novembro, o

Conselho Científico da AMB escolheu

provisoriamente, por 22 votos a favor e

três abstenções, a Sociedade Brasileira

de Medicina de Família e Comunidade

(SBMFC) como representante da espe-

cialidade junto à AMB. A escolha entre

a SBMFC e a Sociedade Brasileira de

Medicina de Família (Sobramfa) foi

polêmica porque o Conselho considerou

as duas sociedades complementares, já

que a Sobramfa, hoje um departamento

da Associação Paulista de Medicina

(APM), se volta, prioritariamente, para

a formação do profissional de medicina

de família e comunidade, ao passo que a

SBMFC se destaca pelo caráter associa-

tivo. Ao fim da votação, ficou definido

que uma comissão, envolvendo o diretor

científico da AMB, Fábio Jatene, o

representante da AMB junto à Comissão

Nacional de Residência Médica (CNRM),

José Carlos Nicolau, membros de outras

sociedades e o presidente da SBMFC,

João Werner Falk, se reunirá para esta-

belecer um programa que garanta que não

haverá interface entre as áreas de atua-

ção da medicina de família e comunida-

de e de outras especialidades e também

para definir um novo programa de Resi-

dência Médica. Após os trabalhos desta

comissão, uma nova reunião será

convocada para que o Conselho aprove

o programa da especialidade - com a pos-

sibilidade, inclusive, de o Conselho vol-

tar atrás em sua decisão e recusar a

entrada da sociedade ao quadro daAMB.

Também foi feita a sugestão de que a

SBMFC integre a Sobramfa ao seu depar-

tamento de graduação e pós-graduação.

“Não podemos impor que a SBMFC e a

Sobramfa se integrem, por isso estamos

sugerindo, fortemente, esse acordo, que

vem sendo defendido pela Diretoria

Executiva da AMB há mais de um ano”,

esclareceu o secretário-geral da AMB,

Edmund Chada Baracat. Quanto à es-

colha, Baracat concordou com o

Conselho Científico e afirmou que, pelo

caráter associativo da SBMFC, pela sua

representatividade junto a organizações

internacionais e pela organização da

sociedade, que já conta com federadas em

sete Estados, ela se aproxima mais dos

propósitos da AMB.

SBMFC passa

a integrar o

Conselho Científico