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“Você não usa para

cachorros drogas

que só foram testadas

em ratos”

A

frase acima é do onco-

logista Drauzio Varella.

Com a assertividade e

simplicidade que lhe são carac-

terísticas, Varella definiu de for-

ma certeira o problema da li-

beração da fosfoetanolamina:

“Isso não é aceito nem na medi-

cina veterinária. Você não usa

para cachorros drogas que só fo-

ram testadas em ratos. Nem usa

para o gado se foram testadas

apenas em animais de laborató-

rio”, disse Drauzio em um vídeo

gravado para o portal que pos-

sui na internet e que foi cedido

à Associação Médica Brasileira

(AMB) durante as discussões so-

bre a liberação dessa droga, po-

pular e equivocadamente cha-

mada de “pílula do câncer”.

Acusado de “vendido para

as multinacionais farmacêu-

ticas”, entre outras infâmias, o

oncologista disseca, no vídeo,

todos os argumentos que tenta-

vam sustentar como legítima a

liberação da fosfoetanolamina

por meio de lei. Sancionada pela

presidente Dilma Rousseff, em

13 de abril de 2016, a Lei 13.269

autorizava o uso da substância

por pacientes diagnosticados

com neoplasia maligna. No ví-

deo, o oncologista não se declara

contrário à droga, mas pessimis-

ta com os resultados que podem

vir sem que haja testes clíni-

cos: “Eu não acho que esta droga

seja inútil. Eu acho que precisa

ser testada. Precisa ser estuda-

da. Quando a medicina usava

em seres humanos drogas nun-

ca testadas em pessoas, nós não

tínhamos medicina. As pessoas

morriam com 30, 40 anos. O que

fez o avanço da medicina foi jus-

tamente exigir estes estudos clí-

nicos que comprovam a eficiên-

cia dos tratamentos... Eu acho

que é uma droga interessante,

que precisa ser testada em seres

humanos”.

A visão da AMB é muito se-

melhante à do oncologista e co-

mentarista do Fantástico, da TV

Globo. O problema não é a dro-

Para Drauzio Varella, o que fez o avanço da medicina foi a exigência

de estudos clínicos.

Veja o vídeo

Rodrigo Aguiar

Reprodução vídeo site drauziovarella.com.br

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JAMB

MARÇO/ABRIL – MAIO/JUNHO

2016