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das sociedades de especialidade

médicas. “A presidente afastada

ignorou completamente todas

as orientações e alertas científi-

cos das entidades médicas e da

Anvisa”, comentou à época Flo-

rentino. “Felizmente, com essa

decisão, temos a segurança de

que pacientes não estarão ex-

postos ao desconhecido, nem

a eventuais contraindicações e

efeitos colaterais de substância

sobre a qual não temos compro-

vação de eficácia, dose recomen-

dada, toxicidade, etc.”, concluiu

Florentino.

Antes mesmo da decisão do

STF, que acolheu a medida cau-

telar da ADI 5501, o posiciona-

mento da AMB já vinha sendo

bastante questionado, e dura e

intransigentemente criticado,

com ataques e difamações in-

clusive via Facebook. “Tínha-

mos consciência de que era um

tema bastante delicado e espi-

nhoso. A situação de familia-

res de pacientes com câncer é

sempre muito estressante. O

câncer é uma doença cruel e as

pessoas se agarram à esperan-

ça que lhes for dada. E infeliz-

mente foi vendido para essas

pessoas uma falsa esperança.

No entanto, a AMB não pode-

ria se abster da responsabilida-

de de zelar pela obediência aos

critérios científicos que garan-

tem a segurança dos pacientes

e a saúde da população. Refor-

çando: o problema não é a fos-

foetanolamina, mas a forma

como ela está sendo ofertada e

o estágio de pesquisa em que se

encontra”, explica Diogo Sam-

paio, diretor de Comunicações

da AMB.

Carolina Cohen, diretora da

Associação Brasileira de Linfo-

ma e Leucemia (Abrale), des-

tacou em entrevista para a TV

AMB a necessidade de atenção

para o fato de o câncer não ser

uma única doença. “São diver-

sos os subtipos de câncer exis-

tentes. É complicado dizer que

uma substância pode curar to-

dos esses subtipos. Tomara que

sim. Tomara que seja descober-

to que essa substância, que é

tão barata, seja a solução para

a cura do câncer. Enquanto ela

não passou por todos os estu-

dos clínicos, enquanto a gente

ainda não tem a comprovação

de que é eficaz, que ela tem qua-

lidade, a Abrale não recomenda

que os pacientes a tomem.”

A pílula do câncer não é ummedicamento já que não

passou pelos testes necessários para comprovar sua

eficácia. Acabou se transformando numa ilusão e numa

esperança para quem busca um tratamento milagroso para

o câncer, e contaminou pessoas, imprensa, congressistas,

etc. num debate e em decisões emocionais que em nada

contribuíram para o tratamento adequado e seguro dos

pacientes. Felizmente o STF, por iniciativa da AMB, tomou a

decisão acertada.

Giovanni Guido Cerri

Diretor Científico da AMB

Diretora institucional da Abrale desaconselha o uso da fosfoetanolamina.

Reprodução site AMB

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JAMB

MARÇO/ABRIL – MAIO/JUNHO

2016