SET/OUT DE 2005
2
DIRETORIA
P
RESIDENTE
Eleuses Vieira de Paiva
P
RIMEIRO
V
ICE
-P
RESIDENTE
Lincoln Marcelo Silveira Freire
S
EGUNDO
V
ICE
-P
RESIDENTE
Ronaldo da Rocha Loures
Bueno
V
ICE
-P
RESIDENTES
Remaclo Fischer Junior, Flavio Link Pabst,
Ranon Domingues da Costa, Ricardo Saad,
Carlos D.A. Bichara, David M. Cardoso Filho,
Lúcio Antonio Prado Dias, José Guerra Lages,
J. Samuel Kierszenbaum, José Luiz G. doAmaral
S
ECRETÁRIO
-G
ERAL
Edmund Chada Baracat
1º S
ECRETÁRIO
Aldemir Humberto Soares
1º T
ESOUREIRO
Amilcar Martins Giron
2º T
ESOUREIRO
:
José Alexandre de Souza Sittart
Futuros desafios
EDITORIAL
ARTIGO
No Jamb, a nova história
do associativismo médico
m outubro, mês comemorativo do Dia do Médico, podemos constatar que a categoria atingiu um
número significativo, e talvez inimaginável, de profissionais em atividade no país: hoje já somamos
mais de 300 mil médicos e a cada ano as atuais 152 faculdades de medicina existentes no Brasil inserem
no mercado mais de 12 mil novos profissionais, a maioria, lamentavelmente, sem a qualificação necessária para
o exercício da profissão, num jogo político que tenta associar o número de médicos formados à melhoria na
qualidade de assistência à saúde da população.
É um número excessivo e altamente preocupante, pois dados da Comissão Nacional de Residência Médica
indicam que cerca de 40% dos médicos formados no país não conseguirão fazer residência, estágio ou especia-
lização, já que não existem vagas suficientes para todos. Não se leva em conta que médicos mal formados são um
risco à população. Uma pesquisa nos Estados Unidos atribuiu ao erro médico a quinta causa de morte, entre outras
doenças. Se o erro médico tem nos EUA expressão tão significativa, qual seria a sua dimensão no Brasil? Não
dispomos de números para esta resposta, mas temos em nosso país uma realidade que combina ingredientes
altamente explosivos para esta ocorrência: a formação médica deficiente e um sistema de saúde inoperante.
Assim, entendemos que é necessária e urgente uma ampla avaliação da qualidade do ensino médico brasileiro,
pois a maioria das escolas atua de forma tímida e ineficaz. O que nos inquieta é que, qualificados ou não, farão
parte de um mercado de trabalho rude, marcado pela insensatez. Na área pública, descaso governamental, profis-
sionais insatisfeitos e mal remunerados, falta de verbas, leitos e medicamentos, sustentando um caos ético e moral.
Nas mãos de empresários inescrupulosos, medicina e saúde vêm sendo tratadas pelo setor privado como
mercadoria e fonte de lucro à custa da exploração dos prestadores de serviços, médicos e pacientes.
Diante desses modelos extremamente predatórios à dignidade médica, não nos causaram surpresa os dados
fornecidos pelo levantamento
O Médico e seu Trabalho
, resultado da
Pesquisa sobre Qualificação, Trabalho e
Qualidade de Vida do Médico
, realizado pelo Conselho Federal de Medicina, em 2004, que apresentou o mais
recente censo sobre o número de médicos no país. No ano passado, os dados revelavam a existência de 292.805
profissionais em atividade, ou seja, um médico para cada 725 habitantes, concentrados nas capitais e na região
Sudeste. Outro número alarmante constatado pela pesquisa: quando perguntados sobre o futuro da profissão, 45,7%
dos entrevistados responderam com pessimismo.
Esses números apenas constatam que hoje a classe médica, em sua maioria, encontra-se desmotivada, desvalo-
rizada, e, por vezes, constrangida de não poder exercer a profissão em sua plenitude como conseqüência dos
modelos econômicos tão preponderantes em nosso tempo. O ato médico não deve ficar restrito a um mero item de
planilha de custo. É insubstituível seu papel na preservação da vida e aí encontram-se a velha essência e a
humanização da nossa profissão. Apesar desses percalços, a medicina, como já dizia Hipócrates, continua sendo a
mais bela das artes, de nobreza e missão com certeza inigualáveis. Acreditando que o médico não pode negar a sua
vocação, nem render-se aos desafios da profissão, a AMB, o seu conjunto de Sociedades de Especialidade e o
Conselho Federal de Medicina trabalharam nos últimos anos com afinco na elaboração de um processo perene de
educação médica continuada, cujo início se dará no próximo ano.
Atualmente, quase a metade dos médicos brasileiros possui Título de Especialista. Eles se distribuem por 53
especialidades e constituem a porção mais preparada da classe médica brasileira em termos assistenciais. É notó-
rio que o conhecimento médico cresce vertiginosamente e que aumentou em mais de sete vezes nos últimos 20
anos. Há informações surgindo a todo momento, drogas e medicamentos recém-descobertos, novas formas de
diagnóstico e tratamento - o que obriga a uma permanente atualização para benefício do atendimento ao paciente.
A Medicina é uma profissão na qual o aprimoramento está estreitamente ligado ao melhor atendimento e a um
melhor modelo assistencial. É claro que a revalidação periódica de Títulos obtidos no passado não é a única nem
a mais eficiente forma de preparar melhor o médico. Ela faz parte de um conjunto de medidas que inclui não só
uma adequada educação continuada após a graduação, mas também uma boa formação nas escolas médicas, etapa
fundamental que, infelizmente, como já dissemos, tem deixado muito a desejar. Acreditamos que a classe médica,
representada em boa parte pela nova diretoria que assume a AMB, tem em mãos uma oportunidade ímpar de dar
um exemplo de preocupação com a qualificação continuada de seus pares. Caberá aos próprios médicos e
às Sociedades de Especialidade conduzir bem esse processo. Valorizá-lo, por um lado, e torná-lo acessível, de
baixo custo e competente, por outro, são os desafios futuros. Com certeza os pacientes agradecerão e aí os médicos
continuarão tendo um real e digno motivo para comemorar não apenas este, mas muitos outros 18 de outubro.
Eleuses Vieira de Paiva
Presidente da AMB
Seis anos atrás ocupamos este mesmo espaço no sentido de apre-
sentar à categoria a nossa proposta de uma nova linha editorial para o
jornal da AMB. Após ouvir os nossos leitores por meio de uma pesqui-
sa nacional, paulatinamente procuramos aplicar os novos conceitos, de
acordo com os desejos da classe e em absoluta sintonia com as metas
da nova diretoria.
Dentro do novo contexto do jornal, abrimos maior espaço às
Federadas e Sociedades de Especialidade para que pudessem dividir
com os leitores do Jamb - e não apenas com os seus associados – suas
atividades, movimentos e conquistas, que muitas vezes tornam-se
desconhecidas devido à falta de divulgação em outros meios de comu-
nicação. Também realizamos algumas alterações gráficas, as quais
foram aperfeiçoadas a cada nova edição.
Nosso objetivo era transformar o jornal da AMB em um veículo
ágil, eficiente, de agradável leitura e acima de tudo que se tornasse o
porta-voz da entidade, chegando ao médico onde quer que estivesse:
no consultório, no hospital, ou mesmo em sua residência. Para isso,
as tiragens foram aumentadas edição após edição, chegando ao recor-
de de 150 mil exemplares, na edição novembro/dezembro de 1999,
atingindo todos os médicos associados da entidade, pagantes ou não,
demonstrando a nova política de ação da AMB.
As principais ações desenvolvidas pela diretoria da AMB nos
últimos seis anos foram noticiadas nas páginas de 34 edições do Jamb e
em outras cinco edições realizadas em conjunto com o Conselho Fede-
ral de Medicina, marcando o início da união de duas grandes entidades
médicas nacionais. Esta, sem dúvida, foi a principal obra da atual
diretoria: a reconstrução da unidade médica nacional, fragmentada ao
longo de décadas por inconsistência política de seus dirigentes.
Dentre muitas outras ações de igual importância desenvolvidas pela
atual diretoria, também mereceram destaque e atenção no Jamb: a Clas-
sificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, um
ético e revolucionário referencial de honorários médicos; o Projeto
Diretrizes, trabalho isento e imparcial, baseado em sólidas evidências
científicas, como ferramenta de auxilio à decisão médica; a reintegração
da AMB ao quadro da Associação Médica Mundial, marcando o retor-
no da representatividade brasileira junto ao associativismo médico
internacional, além da defesa permanente do SUS e a campanha pela
aprovação da `PEC da Saúde`, fundamentais para o fortalecimento da
saúde pública. Também poderíamos destacar o empenho das duas enti-
dades em outros dois temas de fundamental importância para a classe
médica nacional: a unificação nacional das especialidades médicas e o
início, já a partir do próximo ano, do processo de atualização profissio-
nal, além da abertura das discussões sobre a criação de uma entidade
médica única nacional, que englobaria as funções associativa e de
regulamentação das ações médicas.
Porém, muito mais que a sua importância de noticiar ou repercutir
todas essas ações, deve-se creditar ao jornal o valor de inserir na histó-
ria a nova filosofia da entidade, registrando, assim, o desenvolvimento
de importantes progressos para o futuro da classe médica nacional.
Horácio José Ramalho
Diretor de Comunicações da AMB
I
MPRESSÃO
: CLY
F
ILIADO
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ANATEC
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EDAÇÃO
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A
DMINISTRAÇÃO
Rua São Carlos do Pinhal, 324
01333-903 – São Paulo – SP
Tel. (11) 3178-6800 – Fax (11) 3178-6816
E-Mail:
jamb@amb.org.brA
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Fone (11) 3178-6800, ramal 130
Anual R$ 36,00; avulso R$ 3,00.
As colaborações assinadas expressam
unicamente a opinião de seus autores,
não coincidindo necessariamente
com as posições da AMB.
D
IRETOR
R
ESPONSÁVEL
Horácio José Ramalho
E
DITOR
E
XECUTIVO
César Teixeira (Mtb 12.315)
C
OLABORAÇÃO
Camila Kaseker
D
IAGRAMAÇÃO
, E
DITORAÇÃO
E
A
RTE
Sollo Comunicação
D
EPARTAMENTO
C
OMERCIAL
Fone (11) 3178-6806
T
IRAGEM
: 50.000 exemplares
P
ERIODICIDADE
: Bimestral
D
IRETORES
Cultural
- Severino Dantas Filho;
Relações Internacionais
- David
Miguel Cardoso Filho;
Científico
-
Fabio Biscegli Jatene;
Defesa
Profissional
- Eduardo da Silva Vaz;
DAP
- Martinho Alexandre R.A. da
Silva;
Economia Médica
- Marcos
Pereira de Ávila ;
Marketing
- Roque
Salvador A. e Silva;
Saúde Pública
-
Samir Dahas Bittar;
Atendimento ao
Associado
- Ricardo de Oliveira Bessa;
Proteção ao Paciente
- Jurandir M.R.
Filho;
Acadêmico
- Elias F. Miziara;
Comunicações
- Horácio José Ramalho